F1: Ricciardo para a história

Por a 29 Maio 2018 12:21

Daniel Ricciardo assegurou no fim de semana passado um lugar nos livros de história da F1, com a vitória nas ruas do Mónaco. A sua prestação em pista foi sensacional e venceu uma corrida que parecia estar-lhe a escapar por entre os dedos. Foi mais uma mostra de talento, carácter e inteligência por parte do australiano que continua a conquistar fãs e o respeito dos seus adversários.

2018 é um ano decisivo para Ricciardo, pois terá de optar pelo melhor caminho a trilhar para o seu futuro. O contrato com a Red Bull está no fim, e restam-lhe duas opções: renovar ou escolher outro rumo que possa dar-lhe mais hipóteses de cumprir o seu objectivo de ser campeão do mundo de F1. Para já Ricciardo não parece estar muito afectado com esta situação e tem colocado em pista todo o seu talento, complicando a vida a quem lhe propõe contrato pois com as últimas exibições o seu valor tem subido ainda mais.

Ricciardo entrou na F1 pela HRT, onde fez meia época, antes de entrar na Toro Rosso, onde teve como colega de equipa Jean Eric Vergne. A luta entre ambos foi muito renhida e estávamos perante dois piloto com muita qualidade. O percurso de ambos nas categorias inferiores foi muito semelhante (ambos campeões da F3 britânica e vice-campeões na Fórmula Renault 3.5 assim como na Formula 2.0 Eurocup). Ricciardo conseguiu o título de Formula Renault 2.0 WEC mas em compensação Vergne tinha ligeiramente mais vitórias que o australiano (32 contra 27) e mais pódios (66 contra 51). Mesmo na Toro Rosso, o equilíbrio foi sempre a nota predominante mas Ricciardo conseguiu ser mais regular no segundo ano com a equipa, enquanto Vergne alternava prestações excelentes (principalmente à chuva) com outras menos conseguidas. Ricciardo saiu vencedor deste confronto e conseguiu a vaga na Red Bull, depois da saída de Webber.

Entrou na Red Bull, onde reinava Vettel, e todos olhavam para ele como um bem disposto nº2 que iria servir de aguadeiro do alemão, mas Ricciardo cedo tratou de mostrar que tinha outras ideias e começou a evidenciar-se de tal forma que o foco da equipa deixou de estar 100% no tetra-campeão. Aquela ultrapassagem em Monza ainda hoje deve dar tonturas a Vettel, que no final da época saiu e deixou a coroa do reino da Red Bull ao australiano.

Ricciardo “recebeu” Kvayt que nunca chegou a ser uma verdadeira ameaça e Verstappen que lhe ainda ameaçou tirar-lhe o protagonismo, ao que o australiano respondeu como habitualmente… com resultados e boas exibições.

A todos os desafios que teve de enfrentar, Ricciardo invariavelmente respondeu subindo o seu nível de performance e melhorando as suas prestações. Cada desafio é usado para subir e para sair mais forte e esta breve retrospectiva pretende mostrar isso. Aconteça o que acontecer, Ricciardo arranja sempre uma resposta à altura.

A forma como se apresentou no Mónaco é o retrato perfeito do piloto. Bem disposto, afável e acessível fora de pista, rápido, frio e ponderado em pista. O discurso que usou no final da qualificação mostrava confiança e um pouco de arrogância, sempre necessário para avisar os adversário que não está para brincadeiras. A forma fria como respondeu a todos os desafios na corrida foi a todos os níveis espantosa e deve ser um descanso para um engenheiro de pista trabalhar com alguém assim. Enquanto outros têm de ouvir coisas como “deixem-me em paz” ou “não fales comigo nas curvas” entre outras piores, Simon Rennie perto do final de uma corrida stressante a todos os níveis ouviu um balsâmico ” eu trato disto parceiro”.

Ricciardo não precisava de provar mais nada em pista. É claramente um dos melhores do grid, o melhor em modo de ataque, o melhor “ultrapassador”, uma das cabeças mais frias em corrida e um dos pilotos que menos erra, com uma regularidade notável. No Mónaco fez um “best of” das suas melhores qualidades e apresentou-as ao mundo com um sorriso. Foi para já um dos momentos altos de 2018 e ficará para a história deste campeonato. Para onde quer que Ricciardo vá em 2019, esperemos que seja para onde possa ter hipóteses de ser campeão (este ano está bem lançado mas o poderio da Ferrari e Mercedes será difícil de contrariar para a Red Bull). Um talento assim merece inscrever o seu nome entre os melhores de sempre.

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