Christian Horner: “Merecemos ser campeões!”

Por a 13 Janeiro 2011 10:41

O duplo sucesso da Red Bull no Mundial de F1 de 2010 foi o coroar dum trabalho de seis anos levado a cabo por Christian Horner. Considerado um líder a prazo quando assumiu o controlo da equipa com apenas 31 anos, Horner mostrou ter capacidade para gerir uma escuderia de primeiro plano, mas perdeu uns bons aninhos no ano passado, tantas as dificuldades experimentadas pela Red Bull e por Vettel para chegar ao título.

O antigo piloto, que chegou a correr na F. 3000 antes de se dedicar à gestão da Arden, admite que, “em diversas ocasiões tudo parecia estar contra nós e tivemos o ano mais intenso desde que a Red Bull comprou uma equipa de F1. Tínhamos o melhor chassis, sem margem para dúvidas, os nossos pilotos mostraram-se sempre muito rápidos, mas aconteceram tantos percalços que cheguei a duvidar que vencêssemos o Mundial de Pilotos, até porque não dependíamos inteiramente de nós quando chegamos a Abu Dhabi.”

Para Horner, a conquista do título de Construtores já tinha sido recompensa suficiente para a sua equipa: “Penso que a nossa maior alegria foi sentida no Brasil, pois o título de Construtores é o que mais diz a quem trabalha numa equipa. Ganhar esse titulo significa que tens o melhor carro, a melhor equipa e isso foi fabuloso para o moral, tanto na fábrica como na pista. Vi bem como o Adrian festejou essa conquista e ele está tão habituado a ganhar campeonatos que percebi até que ponto ganhar o Mundial de Construtores com a Red Bull era importante para ele.

Além disso essa vitória retirou-nos parte da pressão antes da última corrida do ano, pois mesmo que não ganhássemos o Mundial de Pilotos já tínhamos um título no bolso. A Ferrari e a McLaren  jogavam a sua temporada na última corrida e isso tornou a vida deles mais complicada do que a nossa.”

Para Horner, “o resultado final dos dois Campeonatos é inteiramente merecido. O Mark fez um grande campeonato mas o Sebastian foi o melhor piloto do ano; a Red Bull foi a melhor equipa e o RB6 foi claramente o melhor chassis. Por isso fez-se justiça no final do Mundial e agora poderemos iniciar 2011 com outra tranquilidade.”

A Importância de Newey

Sendo claro que a notoriedade adquirida nos últimos anos lhe agrada bastante, Christian Horner nem por isso deixa de ter sempre o cuidado de destacar o papel de Adrian Newey no sucesso da sua equipa: “Penso que em nenhuma outra equipa o responsável técnico está tão envolvido na gestão da equipa como na Red Bull. Como sabes o nosso relacionamento é excelente e para além de trabalharmos muito bem em conjunto somos também amigos quando estamos fora das pistas. Como amigo já lhe pedi para deixar de correr… porque o talento dele está no projeto e desenvolvimento dos nossos chassis, mas se ele quiser continuar a correr também não o vou impedir.

Temos as nossas funções bem definidas, mas escutamos sempre a opinião do outro quando temos de tomar decisões mais complicadas ou decisivas. E, isso tem sido o segredo do nosso sucesso, pois existe uma total abertura de ambas as partes que nos ajuda a estar sempre do mesmo lado da barricada quando aparecem problemas. E a equipa só ganha com isso.”

Para terminar, Horner não resistiu a prolongar a troca de galhardetes com Martin Whitmarsh, da McLaren: “O Adrian não necessita que o motivem mas ficou tão aborrecido com as sucessivas acusações de ilegalidade do nosso carro que outra equipa de ponta fez de forma sistemática que trabalhou de forma ainda mais determinada, com os resultados que se viram. Pelos vistos há quem trabalhe muitos anos com uma pessoa e nunca a consegue perceber nem aproveitar ao máximo…”

A decisão mais difícil do ano

Não faltaram momentos complicados para Horner gerir em 2010. Do acidente de Istambul à enorme pressão para que promovesse Webber a primeiro piloto, de múltiplos problemas de fiabilidade a uma clara divisão entre os seus pilotos, o britânico teve muito que gerir, mas elegeu o GP da Grã-Bretanha como o mais complicado do ano: “No papel estávamos lançados para uma dupla vitória porque o RB6 era claramente mais rápido que todos os outros carros em Silverstone. E quando ficamos apenas com uma nova frente disponível o Adrian e eu decidimos entregá-la ao Vettel porque era o que estava melhor colocado no Mundial e o único que se tinha mostrado agradado com a nova peça.

Nunca pensamos que o Mark reagisse como o fez e ainda mais publicamente nem esperávamos críticas tão ferozes dos jornais ingleses. Perdemos pontos porque o Hamilton furou o pneu do Sebastian na primeira curva, e isso custou-nos bastante. Mas saímos de Silverstone mais fortes e a saber melhor com o que iríamos contar daí até ao final do ano.”

A convivência com o Dr. Marko

Christian Horner tem de conviver com a presença do Dr. Marko nas boxes da sua equipa, com o austríaco a contribuir para alguma instabilidade interna, por ser abertamente a favor de Sebastian Vettel. As suas declarações depois do GP da Turquia, culpando Webber pelo acidente em que os dois Red Bull se envolveram, causaram algum mal estar e foi significativo que tenha sido o antigo piloto de F1 a comemorar o título de Vettel no pódio de Abu Dhabi.

Sabendo-se que não morre de amores por Marko, Horner consegue manter a sua postura politicamente correta quando lhe falamos no austríaco: “O Dr. Marko não é um elemento da Red Bull Racing, como sabes. Ele é o responsável pelo programa de jovens pilotos da Red Bull, da qual o Sebastian é o expoente máximo e é por isso que está sempre nas nossas boxes. Mas não tem qualquer interferência na forma como gerimos a equipa e é apenas um apoio para o Sebastian. Por isso é que o mandamos ao pódio em Abu Dhabi, pois ele merecia essa alegria.

É claro que quando ele fala muita gente pensa que ele está a dizer o que Dietrich Mateschitz pensa, mas nem sempre é esse o caso. O Berger também deu entrevistas este ano que foram mal interpretadas, mas o que importa é que a nível interno soubemos sempre manter a coesão.”

Luís Vasconcelos

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