GP Arábia Saudita F1: Lewis Hamilton vence corrida caótica

Por a 5 Dezembro 2021 19:42

Se esta época nos tem dado corridas loucas, esta terá sido a mais louca de todas. Lewis Hamilton venceu mas a história é complicada de contar. Depois de vários incidentes, interrupções e toques em pista. o #44 da Mercedes venceu, levando a melhor sobre Max Verstappen que liderou várias voltas. Inevitavelmente vimos toques entre Verstappen e Hamilton que vão dar ainda muito que falar, numa noite onde o fair play foi esquecido. Na última posição do pódio ficou Valtteri Bottas que assegurou o último lugar do pódio na reta da meta, nesta louca noite em Jidá. A luta pelo título está ao rubro.

O filme da corrida

O arranque decorreu de forma ordeira, mas Sergio Pérez quase batia no carro do seu colega de equipa Max Verstappen na travagem para a curva 1, no que terá sido um grande susto para o mexicano. Os McLaren e os Alpine foram as equipas que mais lucraram  no arranque, ganhando várias posições, tal como Carlos Sainz que começava a sua recuperação. Já os carros da Williams tiveram um mau arranque (George Russell com um ligeiro toque em Lance Stroll) e ambos perderam posições na primeira volta, tal como Yuki Tsunoda (Toque em Esteban Ocon) e Pierre Gasly que perderam lugares nas primeiras curvas da corrida.

As lutas em pista eram poucas nas primeiras voltas, numa fase mais calma da prova e apenas na volta sete vimos alguma ação, com Fernando Alonso a ser passado por Antonio Giovinazzi, com o espanhol perdendo o décimo lugar e com Carlos Sainz por perto, para passar  o Alpine do seu compatriota. Daniel Ricciardo começava a pressionar Pierre Gasly pelo oitavo posto, conseguindo passar o francês, ao mesmo tempo que Sainz despachava Alonso, que caía para 12º (ele que tinha largado de 13º). 

Na frente, tudo se mantinha calmo, com a Mercedes a controlar o ritmo e com Max Verstappen a manter a pressão no duo da frente. Leclerc já estava a cinco segundos de Verstappen e Perez estava a quase 3 segundos do piloto da Ferrari.  A corrida estava prestes a ficar virada do avesso.

Na volta dez o “sossego” terminou e Mick Schumacher teve uma saída violenta de pista, o que motivou a entrada do Safety Car. Lewis Hamilton entrou para colocar os pneus duros, enquanto Max Verstappen ficou em pista, assumindo a liderança da prova. Lando Norris também entrou e viu-se livre dos pneus macios que estavam já a prejudicar o andamento do jovem britânico. Max Verstappen queixou-se que foi atrasado por Valtteri Bottas para permitir a Mercedes fazer a paragem de Lewis Hamilton sem perder muito tempo para o #33 da Red Bull. Depois das paragens nas boxes tínhamos Verstappen, Hamilton, Bottas, Ocon, Ricciardo, Leclerc, Gasly, Pérez, Sainz e Giovinazzi no top 10. Deste grupo, apenas os Mercedes, Leclerc e Pérez tinham parado para trocar de pneus. 

No entanto, a direção de corrida suspendeu a prova com bandeiras vermelhas (para reparar as barreiras de proteção), o que beneficiava a Red Bull, pois Verstappen podia trocar de pneus com a prova parada, dando vantagem ao piloto neerlandês, com a Mercedes a ficar a perder. Lando Norris foi também dos mais prejudicados, caindo de 6º para 14º posto. A corrida seria recomeçada com uma nova largada estacionária, o que daria mais um momento de alta tensão à corrida. 

O recomeço foi caótico e apesar de Lewis Hamilton ter largado bem, Verstappen defendeu-se agressivamente, mas foi para fora de pista na curva 1, deixando que Esteban Ocon se aproximasse e que passasse para o segundo lugar, com Hamilton em terceiro, Ricciardo em quarto e Bottas em quinto. Os receios de um choque em cadeia foram justificados e um pequeno toque de Leclerc atirou Pérez num pião que levou a um choque de Nikita Mazepin na traseira de George Ryssell. De fora da corrida ficavam Nikita Mazepin, George Russell e Sergio Pérez. O incidente foi a realização de todos os receios para este fim de semana o que motivou nova interrupção da corrida.

Mas a grande dúvida era se Verstappen teria de devolver o lugar ou se iria manter o lugar e arriscar uma penalização. O diretor de equipa ofereceu a hipótese de Verstappen ir para o terceiro lugar, com Ocon a ficar com a pole, seguido de  Hamilton, uma oferta que foi aceite pelas equipas. O recomeço seria feito novamente com uma largada estacionária. A ordem de largada era Ocon, Hamilton, Verstappen, Ricciardo, Bottas, Gasly, Leclerc, Giovinazzi, Sainz e Vettel, o top 10 com 16 carros em pista.

A terceira largada da noite foi novamente atribulada, mas desta vez Hamilton não largou bem e deixou-se passar por Verstappen (excelente largada) que conseguiu agarrar a liderança da corrida, passando também Ocon, com Hamilton em terceiro. Na volta seguinte, Hamilton passou Ocon e subiu para o segundo posto. Os dois pilotos da Ferrari tiveram uma má largada e caíram para 10º (Leclerc) e 11º (Sainz). 

Verstappen liderava, com pneus médios no seu monolugar, com Lewis Hamilton a pressionar, numa altura em que o neerlandês se queixava de falta de potência (problema temporário), estávamos na volta 20.

Na volta 23, Yuki Tsunoda (que seria penalizado pela manobra) embrulhou-se com Sebastian Vettel na curva 1, perdendo a asa dianteira, conseguindo no entanto regressar à pista. Ficamos sob Virtual Safety Car para que a asa do Alpha Tauri fosse removida. 

Mais uma vez, Verstappen e Hamilton estavam numa corrida à parte, tendo deixado Ocon a 10 seg. da liderança, quando chegámos a meio da corrida. O top 7 manteve-se inalterado, enquanto os homens da Ferrari tentavam subir na tabela. Fernando Alonso perdeu o controlo do carro na volta 26, sem consequências de maior para o #14 da Alpine. Sebastian Vettel também tinha problemas no seu carro, motivados por outro toque, desta vez com Kimi Raikkonen, que motivou um novo VSC para retirar pedaços de carbono que se foram soltando do Aston Martin de Vettel. Com mais pedaços de carbono em pista, a direção de corrida colocou novamente o VSC em pista para limpar os detritos. As voltas sob VSC sucediam-se e o top 10 era composto por Verstappen, Hamilton, Ocon, Ricciardo, Bottas, Gasly, Giovinazzi, Sainz, Leclerc e Stroll. 

A corrida recomeçou e o duo da frente continuava com um andamento impressionante, deixando Ocon a 20 segundos, com o francês a começar a ser pressionado por Ricciardo, que por sua vez tinha Bottas por perto. Infelizmente um novo pedaço de carbono apareceu na pista que obrigou a um novo VSC desta vez com uma duração muito mais reduzida. Hamilton aproveitou para se aproximar de Verstappen e tentou a ultrapassagem na curva 1, com o neerlandês a defender-se de forma agressiva, atirando ambos os carros para fora de pista, mas a corrida continuava para estes dois pilotos que davam um espetáculo  impressionante. 

Devido à manobra de defesa na curva 1, Verstappen recebeu ordem da sua equipa para deixar passar Hamilton, e o #33 levantou o pé, mas Hamilton não percebeu a intenção do seu adversário (que também não facilitou a manobra) e bateu contra a traseira do Red Bull. A confusão estava instalada e enquanto Hamilton acusava Verstappen de “Brake Test”, Verstappen mantinha-se na frente da corrida. A confusão manteve-se,  pois Verstappen levantou o pé para deixar passar Hamilton, o que aconteceu brevemente, pois o piloto Red Bull escolheu bem o local para devolver a ultrapassagem e voltou a passar o seu adversário, no mesmo tempo em que recebia uma penalização de cinco segundos.

A luta na pista continuava quente e na volta 44, Hamilton voltou a passar Verstappen, numa manobra que adensou ainda mais a confusão instalada nesta corrida. A partir desse momento, o andamento de Verstappen baixou drasticamente pois os pneus traseiros estavam no limite. Hamilton, estava na frente com 4 seg. de vantagem, a 4 voltas para o fim, enquanto Ocon estava em terceiro, com Bottas em quarto, tendo já passado por Ricciardo.

Hamilton seguiu em direção à 103ª vitória sem problemas, enquanto Verstappen se limitou a concluir a corrida sem pneus para mais. Mas ainda havia mais história para contar e Valtteri Bottas conseguiu passar Esteban Ocon na reta final, conquistando um muito importante pódio para o título de equipas. O final desta louca corrida finalmente chegou e no final ficou a grande confusão que esta noite nos deu. As lutas foram muitas vezes para lá dos limites e a direção de corrida não teve a vida facilitada e algumas das decisões motivaram ainda mais confusão. Não faltou emoção a esta corrida e no final de 20 jornadas, Hamilton e Verstappen vão em igualdade pontual para a última do ano. 

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ricfil
ricfil
2 anos atrás

Tenho apenas a dizer 4 coisas em relação a este último GP: 1- Palhaçada de gestão das infrações durante a corrida. Então aquele Masi é o palhaço Mor, com aquelas intervenções quase a “negociar” com as equipas. Tão só RIDICULO. 2- De rir (salva-se o facto de podermos ir buscar as pipocas ao assistir estes GPs ultimamente – tão trágico/cómico sendo o ambiente). Aquela intervenção do Masi ao Hamilton por aquele “aperto” ao Max… O chavalo mimado anda a fazer aquilo a época inteira e o Hamilton leva um aviso por aquilo…LOL 3 – O Max conduz como eu conduzia… Ler mais »

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