2020 pela objetiva de: Paulo Maria
2020 está na reta final e esta altura é feita de balanços e recordações. Foi um ano duro para todos, com desafios tremendos. Mas há sempre imagens que nos fazem sorrir.
São essas imagens que enriquecem os nossos textos, que nos fazem entender o que se passou nas provas, que nos mostram a beleza por vezes escondida ou esquecida deste desporto que tanto gostamos. É esta arte de captar o momento certo, a expressão certa, o detalhe certo que nos faz querer ver mais do desporto motorizado. Essa arte é feita pelos fotógrafos que acompanham as provas e que nos enviam os seus fantásticos registos.
Lançamos um desafio aos fotógrafos que colaboram com o AutoSport: escolher, das milhares de fotos que produziram este ano, apenas cinco ou seis. Aquelas que mais fazem sentido para eles, acompanhando com um texto, dando a sua visão privilegiada aos leitores. Paulo Maria respondeu ao nosso desafio, mostrando-nos a sua escolha.
2020 By Paulo Maria
O meu balanço do ano em termos desportivos e fotográficos será porventura bastante similar a um diário de bordo de uma nau Catrineta lusitana a dobrar o cabo das tormentas para o converter em boa esperança. Ainda assim o ano mais pandémico das nossas vidas permitiu que dentro da minha área de produção fotográfica fossem feitos esforços contingentados de sobrevivência, a fim de realizar eventos de desporto motorizado por esse mundo fora, e eu estive lá sem Covid em mais de uma dezena de provas!
O choque visual e cenográfico de fotografar um evento sem público foi sem sombra de dúvidas o primeiro impacto a que tive de me moldar, sobretudo num campeonato como o Mundial de Rallycross onde o público preenche as bancadas para vibrar com os “wrc com esteroides” em pista.
Testemunhar os feitos que Filipe Albuquerque alcançou neste ano, foi o melhor apontar de dedo resiliente em riste à pandemia das pistas. Portugal e o “Fil” tornaram-se resistentes e mesmo imunes ao vírus, e logo em duas estirpes distintas, WEC e ELMS.
Na Taça do Mundo de Carros de Turismo, ver Yann Ehrlacher lutar, dominar e conquistar o cepto real foi como ser transportado para a monarquia da competição automóvel onde a família Muller encontrou um digno sucessor.
No domínio dos Ralis o paradigma do futuro avança a passos muito rápidos pelas florestas. Este campeonato move milhões e certamente adaptar-se-á ao modernismo ecológico dos tempos onde pilotos e equipas procuram ser o espelho dos princípios verdes em paralelo com as boas, grandes e gratas memórias de um legado histórico colossal.
No campo do Todo o Terreno nacional assisti ao mais bárbaro atropelo do que se pretende que seja a dignidade de um campeonato e de um campeão. A regulamentação federativa envolta em matemática aplicada, digna de um cientista nuclear foi criada em laboratório atómico para afastar a perceção do público e dos media. Impossível compreender e aceitar que piloto que perde…ganha, que se descartem resultados como que a menosprezar vitórias em terra alheia. Um regulamento deve ser…claro e transparente como água. Num campeonato que claramente se afogou, salvaram-se os campeões e os organizadores que sobreviveram a tamanha intempérie regulamentar.
Aquele que deveria ter sido o maior prémio para os profissionais do desporto automóvel português, o regresso da Fórmula 1 ao nosso país, fez no reverso da medalha, aos olhos da comunicação social e da opinião pública, com que os portugueses corassem de vergonha. Talvez não tivesse sido esta a verdade dos factos se os senhores do AIA tivessem pensado e colocado em prática um plano de marketing honesto, modesto e transparente para com os órgãos de comunicação social que não estiveram presentes. De forma diplomática poderiam ter convidado influenciadores e representantes media a assistir de camarote e a experienciar in loco este evento. Como convidados mas verdadeiramente como olheiros da realidade teriam sido os verdadeiros guardiões do AIA e da imagem nacional, para que posteriormente tivéssemos tido Miguel Oliveira a celebrar diante do seu público, essa sim teria sido a estratégia correta que a vil soberba tolheu ao pensamento pouco eclético e estratégico de quem tão bem se engalanou para receber o maior circo do mundo.
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Grandes fotos!!!!!!