Decisão da Haas atinge em cheio Nico Hulkenberg

Por a 19 Setembro 2019 18:49

As razões podem ser muitas e certamente que vão permitir que todos discutam a decisão tomada por Gunther Steiner de manter a dupla de pilotos para 2020, Romain Grosjean e Kevin Magnussen. Não faço a menor ideia porque é que o azougado Steiner manteve os pilotos que tantas dores de cabeça lhe deram até agora, mas há uma coisa que sei: Gene Haas é um homem que gosta de lealdade e que se move segundo as ideias próprias de um americano. Quer isto dizer que não se impressiona com algumas coisas, valoriza outras como a lealdade e o compromisso – não esquecer que Nico Hulkenberg esteve a negociar com a Haas em 2016, mas decidiu abortar tudo e manter-se na Force India – e não toma decisões de cabeça quente, como Gunther Steiner. Portanto, a decisão tomada pelo alemão esteve longe de ser solitária, podem ter a certeza.

Para lá disso, Romain Grosjean é mais barato que Nico Hulkenberg. O alemão é pago a um nível elevado (está numa equipa oficial e recebe cerca de 5 milhões de dólares) já Grosjean leva para a equipa patrocinadores que entregam cerca de 5 milhões de dólares. Portanto, acolher Hulkenberg e despejar Grosjean seria um rombo de 10 milhões de dólares. Apesar dos bolsos fundos de Gene Haas, seria um rombo muito grande.  

Contas feitas, Grosjean vai fazer o quinto aos com a Haas e, claro, o seu lugar nunca esteve em dúvida, pois o elo mais fraco é Kevin Magnussen. Era para o seu lugar que Nico Hulkenberg se encaminhava a passo rápido até ser travado, em Singapura, quando caiu o balde de água gelada que representou a confirmação da dupla de pilotos da Haas para 2020. Aliás, as palavras de Steiner destapam a vontade firme do alemão em contar com o seu compatriota. E confirmam, de forma clara, que a decisão não foi só de Gunther Steiner.

O estrondo com que a porta da Haas se fechou no seu nariz deve ter magoado Nico Hulkenberg, além de o ter deixado um pouco atormentado, pois o fantasma do fim de carreira na Fórmula 1 agigantou-se a partir deste momento. É caso para perguntar: wohin gehst du nach Hulkenberg? Ou como quem diz, para onde vais Hulkenberg?

O destino mais evidente é a Alfa Romeo, claro! O alemão já pilotou para a Sauber e conhece muitíssimo bem Frederic Vasseur, pois fez corridas de F3 e GP2 com a ART e tem como cartão de visita 170 provas disputadas, uma “pole position” (GP do Brasil de 2010 com um Williams FW32/Cosworth), duas voltas mais rápidas (GP de Singapura de 2012 com o Force India VJM05/Mercedes e GP da China de 2016 com o Force India VJM09/Mercedes) e 43 voltas lideradas, com 505 pontos marcados. Nunca conseguiu melhor que um 4º lugar num Grande Prémio.

Giovinazzi não tem estado muito bem e tem levado sucessivas tareias de Raikkonen. Mas é um piloto da “cantera” da Ferrari e os responsáveis da casa de Maranello não querem perder a oportunidade de manter o pé em cima da Alfa Romeo para que os meninos como Mick Schumacher possam subir à F1 sem restrições. Portanto, dificilmente Vasseur teria a oportunidade de contratar Hulkenberg.

O que resta então ao alemão? A Red Bull dificilmente lhe dará um lugar na Toro Rosso, a não ser que Kvyatt e Gasly tenham algum momento de infelicidade – Albon tem impressionado pelo que ficará ao lado de Verstappen. Porém, é um postigo aberto para o alemão, pois se Helmut Markko dá prioridade ao seu viveiro de pilotos, este está vazio e Juri Vips e Yuri Tsunoda, este com apoio da Honda, ainda só competem na Fórmula 3. Caso a RedBull se queira ver livre de Daniil Kvyatt, Hulkenberg poderia ser uma boa aposta. Resta-lhe a Williams que, sem surpresa, despejou Robert Kubica, mas comparar-se com um miúdo como George Russell num carro medíocre, só mesmo se quiser ficar na Fórmula 1 a todo o custo.

Ou seja, com a decisão da Haas, Nico Hulkenberg pode tentar ficar um ano como piloto de simulador e tentar regressar em 2021, ou então aproveitar o seu currículo com uma vitória nas 24 Horas de Le Mans e tentar encontrar um lugar no Mundial de Endurance. 

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