Makinen nega atrasos no Toyota Yaris WRC

Por a 10 Março 2016 17:03

Tommi Makinen negou que o Toyota Yaris WRC esteja muito atrasado, revelando no entanto que ao contrário do que tinha sido admitido inicialmente, o carro só irá começar a testar em abril. A razão do atraso tem a ver com o fornecimento de peças relativas à transmissão: “O plano inicial sempre foi começar a testar em abril, mas em determinada altura pensámos ser possível começar a fazê-lo ainda em março, mas percebemos que não dava, pelo que regressámos ao planeado anteriormente”

Está tudo quase pronto, o motor está montado, só estamos à espera de pequenas peças para tudo ficar preparado. O primeiro roll out e shakedown será realizado na Finlândia, e no princípio de maio deveremos testar no centro e Sul da Europa onde esperamos fazer muitos quilómetros. A ideia é colocar no terreno duas equipas de testes de modo a que possamos recolher informação de várias fontes“, disse Makinen, líder da equipa, que vai estrear o novo Yaris WRC em janeiro próximo, no Rali de Monte Carlo. Para efeitos de homologação do carro deverá estar pronto em setembro. Se olharmos para o que fez a Volkswagen nos dois anos anteriores à estreia do seu carro, no Monte Carlo de 2013, o facto da Toyota começar a testar apenas em abril de depois de tanto já se ter falado dos atrasos do projeto não se augura nada de bom para o regresso da Toyota ao WRC, o que é demasiado estranho para uma marca como a Toyota, das que mais vende no mundo inteiro.

Fasquia elevada

Para que se perceba como a fasquia está elevada para a Toyota, atente-se no facto do VW Polo WRC se ter estreado no Monte Carlo de 2013 com um segundo lugar, naquela que foi uma das melhores estreias no WRC. Mas decidir quão grande foi esse feito é que já é matéria mais subjetiva. É preciso fazer comparações, mas também é preciso ter consciência que as circunstâncias em que uma marca chegou, viu e venceu um troço foram sempre diferentes.

O Polo WRC é um tipo de carro de ralis muito específico, mas banalizado pelos regulamentos, que obteve a sua primeira vitória em troço de forma impressionante. Outras vitórias obtidas nas mesmas circunstâncias foram obtidas por carros especiais que ‘inventaram’ um novo ou revolucionário estilo de carros de ralis. E hoje, essa revolução jamais pode ser igualada pela castração dos regulamentos do WRC.

A memória dos fãs de ralis não se esquece quando, no Rali da Suécia de 1981, Hannu Mikkola deu o primeiro triunfo ao Audi Quattro numa prova do WRC com um carro turbo e de quatro rodas motrizes. Foi o início de uma revolução no WRC confirmada no final da primeira etapa quando o mesmo piloto colecionou 5m54s de vantagem sobre o segundo classificado após seis especiais. Depois, tudo correu mal. O alternador quebrou-se, mas apesar disso Mikkola ainda conseguiu manter-se na liderança até o pé lhe escorregar de um dos pedais e o Audi ter ido de encontro a uma ponte, perdendo uma roda e terminar com a magia da vitória. Mas como foi no primeiro troço? Hannu foi quase 50 segundos mais rápido que o Renault 5 Turbo de Bruno Saby!

Sete anos antes já se tinha feito outra revolução. Ainda de homologação ‘fresca’, apareceu o Lancia Stratos de Sandro Munari e Amilcare Ballestrieri no Rali de Sanremo de 1974.  Foi Amilcare a bater o seu colega de equipa por um segundo no primeiro troço desse rali, enquanto o terceiro mais rápido era Markku Alen, num Fiat Abarth 124, mas a uns distantes 52s. Munari acabaria por ganhar o rali por mais de sete minutos sobre o Fiat do falecido Giulio Bisulli e isso depois de ter ainda perdido muito tempo com um erro do seu navegador.

Qual destas performances é comparável com a de Sébastien Ogier no Monte Carlo de 2013? Nenhuma. As circunstâncias foram diferentes. Tanto o Quattro como o Stratos vinham de vitórias em ralis que não eram do Mundial de Ralis, enquanto o Polo nunca tinha participado em qualquer prova! E isso é, de facto, notável.

De qualquer modo, sempre ficaram na memória de outras prestações impressionantes na estreia de outros carros de ralis ou de modelos muito específicos. Foi o caso do Citroën Xsara WRC, na Catalunha de 2001, com Jesus Puras ao volante ou, mesmo dois anos antes, quando as duas rodas motrizes do Xsara Kit Car também guiado pelo espanhol fizeram ‘maravilhas’ no mesmo rali e logo no primeiro troço. No Monte Carlo de 1987, Bruno Saby também fez do Delta 4 WD ‘herói’ no troço inaugural (mas aí os carros corriam sob um novo regulamento), o mesmo que fez Armin Schwarz no Toyota Celica Turbo 4 WD, em 1992, igualmente na prova monegasca.

 

 

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