CRÓNICA: Que final no WTCR! Que pena o que sucedeu…

Mas que final de temporada teve o WTCR! Só foi pena que um ‘fator’ externo’ tenha acabado com a luta bem antes da última bandeirada de xadrez do ano. Compreende-se, e espera-se que todos os pilotos em pista, mesmo os que já nada têm para ganhar sejam profissionais e deem o seu melhor, agora o que não devia acontecer é um desses pilotos, no caso Mikel Azcona, que lutava para ser o melhor rookie do ano, ter causado o atraso de um dos candidatos ao título, acabando logo ali com a luta.

Curiosamente, na altura do toque entre o espanhol e Esteban Guerrieri, o argentino liderava, Norbert Michelisz era quarto atrás de Johan Kristoffersson, e todos rodavam muito juntos, pelo que tudo, positivamente tudo, poderia acontecer até ao fim da corrida.

Se a classificação se mantivesse assim até ao fim, o que não era nada provável sem que, pelo menos, houvesse ainda várias trocas pelo meio, Guerrieri conseguiria recuperar os 10 pontos de desvantagem que trouxe para a última corrida do ano.

A única coisa que Mikel Azcona conseguiu foi poupar um enfarte do miocárdio ao comentador inglês do WTCR.

A pista muito molhada de Sepang, na Malásia, foi o cenário mais do que perfeito para a decisão, Guerrieri conseguiu saltar para a frente de Michelisz logo após a partida, os dois rivais lutaram bravamente pela posição, Mikel Azcona juntou-se à festa, algo que um fantástico Johan Kristoffersson também fez vindo quase do fim da grelha.

Guerrieri foi sobrevivendo aos constantes ataques de Azcona, até que o Safety Car entrou devido à saída de pista de Augusto Farfus.

Recomeçada a luta, na procura do primeiro lugar, Azcona saiu melhor duma curva, colocou-se lado a lado com o Honda de Guerrieri, que fechou a porta, até que o Azcona lhe bateu atirando com Guerrieri para a relva. Esta situação, viria a revelar-se decisiva na decisão do campeonato, já que a relva ficou a tapar as entradas de ar do radiador do Honda Civic, com as luzes do tablier de Guerrieri a parecerem fogo-de-artifício de um fim de ano antecipado.

Foi, na verdade, fim de festa para o argentino, que começou a cair na classificação. Michelisz, na altura em quarto, pode respirar de alívio, o campeonato estava garantido. Depois de ter ido várias vezes às boxes para remover relva, Guerrieri terminou em 22º.

Para a Hyundai, novamente o título de pilotos, depois de Gabriele Tarquini também ter sido campeão o ano passado.

Azcona foi penalizado no final, Kristoffersson venceu, na frente de Vervisch, com Michelisz a confirmar-se como o novo Campeão, em quarto.

Foi pena que um fator externo tenha acontecido na corrida decisiva. Nada contra a luta dada por Azcona, mas…

“Antes de mais nada, lamento muito pelo Esteban e o que aconteceu. Eu não queria este final, com certeza. Ao mesmo tempo, ele estava a lutar pelo campeonato, mas eu tinha o Kristoffersson atrás de mim, então eu tive que lutar pelo meu campeonato de ‘rookie’. É o meu primeiro ano e não queria perder. Eu não queria esta situação, não foi de propósito, eu não bati nele de propósito. Eu não gosto desta situação, sinto muito Esteban, mas não posso dizer mais nada”.