Diretor da Porsche explica como se ganham as 24 Horas de Le Mans

A Porsche venceu as 24 Horas de Le Mans o ano passado e pretende fazer o mesmo este ano. Se tudo decorrer sem problemas (tanto de origem mecânica como de erros de pilotagem), existe uma estratégia otimizada para vencer e Andreas Seidl, diretor da equipa oficial da Porsche, explica como se faz.

“O primeiro fator”, explica o alemão, “é fazer a distância máxima entre cada paragem. Como a energia máxima que pode ser gasta por volta é determinada pela FIA, sabemos que podemos fazer um máximo de 14 voltas com um tanque de 62,5 litros. Durante a corrida, não vai ser possível dividir a distância por essas 14 voltas, mas queremos chegar ao fim da corrida com o mínimo de gasolina no carro. Isso significa que temos que decidir qual é o momento ideal para o fazer, dependendo da meteorologia ou de neutralizações da corrida”.

Passando para os pneus, Seidl conta “com a experiência da Michelin. A degradação dos pneus não é linear, podendo piorar no início e melhorar mais tarde, até porque o carro vai ficando mais leve. Em Le Mans, o máximo de voltas que conseguimos fazer com o mesmo conjunto é 54, ou seja, reabastecemos três vezes sem mudar de pneus. Os pneus perderam 1,6 segundos de eficácia por volta, contando com os 2 segundos ganhos pela diferença de 44 kg de combustível. Temos que perder o mínimo de tempo com as paragens, sendo que o ano passado, contando com o tempo de entrada e saída, as paragens mais rápidas que fizemos foram de 51,3 segundos para reabastecimento e de 1:13,9 para troca de pneus e de piloto”.

Sendo que é ideal fazer as trocas de pilotos ao mesmo tempo que as trocas de pneus, há uma perda de eficácia para o desempenho dos pilotos quanto mais tempo ficam ao volante, mas também há um tempo máximo regulamentar para cada turno, pelo que “como os pilotos não podem fazer mais que quatro horas em cada seis e não podem estar mais de 14 horas ao volante, mas temos pilotos profissionais em boa forma física capazes de fazer 54 voltas durante a noite sem parar. Normalmente, isto não é um problema, mas se um piloto tiver, por exemplo, uma dor de barriga, temos que alterar os planos. Tentamos garantir que os pilotos têm tempo para descansar”.