ELMS: United vence… mas não com o carro que queríamos

Por a 20 Julho 2020 10:00

Depois duma longa espera, a temporada de 2020 da European Le Mans Series finalmente arrancou em Paul Ricard. Num plantel com 37 carros, Filipe Albuquerque regressou à ação com a United Autosports e a Algarve Pro Racing apresentou dois carros em pista. No total, 26 equipas e 103 pilotos que representaram 23 nações.

Foram 15 os carros da LMP2, e todos, com exceção de um deles, foram Oreca 07 Gibson, juntando-se a este lote 12 LMP3 e 10 GTE. O interesse maior para as cores portuguesas era Filipe Albuquerque, que faz esta ano novamente dupla com Phil Hanson no #22 da United, assumindo-se claramente como candidatos ao título. A Algarve Pro Racing está com um projeto revitalizado, agora com o apoio da Goodyear, com três antigos campeões de endurance. No Oreca #24 temos Loïc Duval, com Jon Lancaster e o sueco Henning Enqvist. O Oreca #25 conta com John Falb, com a companhia de Gabriel Aubry e Simon Trummer.

A grelha LMP3 foi composta por 12 equipas, com 8 Ligier JS P320 e 4 Duqueine M30-D08s, novas máquinas para esta época, seguindo novas regulamentações. Em LMGTE pudemos contar com uma armada de sete Ferraris 488 GTE Evo, contra dois Porsche 911 RSR e uma novidade, o Aston Martin Vantage AMR de Paul Dalla Lana que irá aproveitar o ELMS para preparar o resto da época, infelizmente sem contar com Pedro Lamy, que fez parte da tripulação do #98 durante várias épocas.

Treinos com sinais animadores

Depois dos testes oficiais de pré-época que decorreram durante a semana que antecedeu a prova, que viu os dois Orecas da United dominarem a tabela de tempos, os treinos livres mostraram uma toada semelhante. Filipe Albuquerque e Phil Hanson foram os mais rápidos (1m39.238s) na primeira sessão de treinos livres do fim-de-semana e na segunda sessão foi o #32 da United a fazer o melhor registo (1:38:921), com o nosso #22 a ficar em terceiro. Para a Algarve Pro Racing era um começo algo discreto com ambos os carros no meio da tabela em ambos os aprontos. A G-Drive (R. Rusinov / M. Jensen / N. de Vries) com o #26 e a Dragonspeed (M. Rojas / B. Hanley / R. Cullen) no #21 também mostravam bom andamento.

Em LMP3, o Ligier#2 da United (W. Boyd / T. Gamble / R. Wheldon) foi o mais rápido na primeira sessão enquanto que na segunda sessão, o #4 da DKR Engineering (L. Horr / F. Kirmann / W. Triller) liderou. Em LMGTE os melhores tempos das duas sessões foram entregues ao Porsche #77 da Dempsey (C. Ried / M. Beretta / A. Picariello) e ao #98 (P. Dalla Lana / M. Lauda / R. Gunn).

Pole Portuguesa

O primeiro grande teste do ano aconteceu na sessão de qualificação para a corrida e aí voltou a ser o #22 da United a mostrar-se. Filipe Albuquerque foi o autor da pole na LMP2 batendo nos derradeiros segundos Nyck de Vries. O Oreca #22 registou 1:38.268, suplantando o carro da G-Drive Racing por 0.237 segundos. De Vries no Aurus da G-Drive, estava no topo da tabela LMP2 a três minutos do fim da sessão de qualificação de 10 minutos, mas Albuquerque fez a melhor volta mesmo ao cair do pano. Alex Brundle, no outro carro da United Autosports, foi terceiro, ‘cravando’ 1:38.736.

A United Autosports liderou também nos LMP3, através de Wayne Boyd no #2 (1:48.315). Na classe GTE, o mais rápido foi Nicola Cadei, no Ferrari 488 GTE Evo #74 da Kessel Racing (1:51.729), que o italiano partilha com Michael Broniszewski e David Perel.

Começo auspicioso mas final azarado

Começou da melhor maneira a corrida para Albuquerque e Hanson, com o britânico a iniciar a prova e manter o primeiro lugar na tabela. Depressa foi alcançado por Will Owen no #32, que perto da primeira ida às boxes passou o seu colega.

Enquanto a luta entre os dois carros da United prosseguia, mais atrás a G-Drive rondava o pódio. Mikkel Jensen começou a corrida e entregou o carro ao “patrão” Rusinov que caiu momentaneamente para quarto, numa altura em que o #24 da Algarve Pro Racing também lutava por um lugar ao sol.

O momento chave da corrida aconteceu no primeiro Safety Car motivado por um toque entre dois carros, que atirou para fora de prova o GTE líder na altura, o Ferrari #55. Todos os LMP2 foram para a box à exceção do #26 da G-Drive que manteve assim a posição de liderança em pista. Isso significou ficar fora de sequência nas paragens, o que se revelou um erro.

Os carros da United mantiveram a toada dominante com o #32 a ganhar alguma vantagem sobre o #22, mas um segundo Safety Car apagou os 20 seg. de vantagem que Alex Brundle tinha conseguido, passando a ser seguido de perto por Albuquerque. No final da terceira hora o trabalho de Albuquerque deu frutos e o #22 passou para a frente da corrida, com Hanson a conseguir depois uma vantagem de 7 seg. sobre os adversários mais próximos e colegas de equipa do #32. A vitória parecia estar bem encaminhada para as cores portuguesas mas depois do último pit stop, Hanson foi obrigado a regressar às boxes, com um furo no pneu dianteiro esquerdo, um problema que afetou muitos carros na prova. Tal atirou o #2 para quarto lugar, enquanto na frente Job Van Uitert no #32 lutava com Nick de Vries no #26.

De Vries mostrou todo o seu talento e provou o seu estatuto de piloto de Fórmula E e piloto de testes dad Toyota, colocando um ritmo infernal, que lhe permitiu ultrapassar o holandês do #32. Mas a decisão estratégica no primeiro Safety Car revelou-se errada e de Vries teve de regressar às boxes a 20 minutos do final da prova. Tal deu a liderança da prova à Van Uitert, liderança que manteve até ver a bandeira de Xadrez. Atrás de si seguia o #39 da Graff (James Allen, Thomas Laurent and Alexandre Cougnaud) que conseguiu assim um lugar no pódio, com a segunda posição, seguido do #26 da G-Drive. No entanto o #39 foi penalizado por não ter cumprido o tempo mínimo de condução para o piloto Prata (Cougnaud) tendo faltado seis minutos e seis segundos as 70 minutos mínimos regulamentados. Isso abriu as portas do pódio ao #22 que conseguiu minimizar o azar do furo perto do final.

Também azar para o #24 da Algarve Pro Racing que apesar de ter estado na luta pelo pódio viu um furo complicar as contas, conseguindo assim apenas a sexta posição enquanto o carro #25 fechou as contas dos LMP2 no décimo posto numa prova que contou com cinco desistências.

Vitória da United em LMP3

A United Autosports venceu as duas classes de protótipos, com a Ligier JS P230 Nissan de Wayne Boyd, Tom Gamble e Rob Wheldon a cruzar a linha de meta em primieiro .

O carro da Inter-Europol Competition, estava na frente pouco depois das últmas paragens nas boxes, mas Boyd fez uma ultrapassagem decisiva perto do fim que selou a vitória.

O RLR MSport terminou em terceiro, à frente da Realteam Racing, Graff, Eurointernational e do segundo carro do United, tudo com Ligier. O melhor Duqueine M30 / D08 Nissan foi o número #10 da Nielsen Racing no oitavo lugar.

Porsche venceu em LMGTE

Nos LMGTE, a Proton Competition conquistou a vitória com seu Porsche 911 RSR dirigido por Alessio Picariello, Michele Beretta e o chefe da equipa Christian Ried. Picariello assumiu a liderança da corrida após ultrapassagem ao #74 da Kessel Racing manobra que valeu a vitória. O Ferrari da Kessel, terminou em segundo, enquanto Rahel Frey, Michelle Gatting e Manuela Gostner ficaram em terceiro no #83 Iron Lynx.

Albuquerque Frustrado

Tudo estava no caminho certo para que Filipe Albuquerque e Phil Hanson conseguissem a primeira vitória do ano na jornada inaugural do European Le Mans Series em Paul Ricard, mas o azar não permitu.

Apesar da promoção surpresa ao pódio não era este o desfecho desejado pelo piltoo português:

A saírem da ‘pole position’ perderam e ganharam posições mas quando a corrida entrava na parte final, depois de terem feito a última paragem nas boxes, um furo deitou tudo a perder : “Foi uma pena e muito frustrante. Estava tudo a correr como planeado. Estávamos confortavelmente na frente. Só tínhamos de gerir o andamento até à bandeira xadrez. Mas, o azar bateu-nos à porta e o furo obrigou a uma ida às boxes não planeada. As nossas ambições cairam por terra e tivemos que nos conformar com o resultado”, começou por explicar Albuquerque.

No entanto, fica a satisfação: “De termos andamento para ganhar o campeonato. Perdemos esta batalha mas a guerra não está perdida. Há muitos pontos em jogo e vamos continuar na luta. A próxima corrida é em Spa em Agosto e vamos entrar para ganhar. Já percebemos que sem problemas somos candidatos à vitória. Isso dá-nos a confiança necessária para não esmorecer”, concluiu o piloto de Coimbra.

Classificação LMP2:

1 32 W. OWEN / A. BRUNDLE / J. VAN UITERT Oreca 07 – Gibson 132 voltas

2 26 R. RUSINOV / M. JENSEN / N. DE VRIES Aurus 01 – Gibson +21,142 seg.

3 22 P. HANSON / F. ALBUQUERQUE Oreca 07 – Gibson +34,073 seg.

Classificação LMP3:

1 2 W. BOYD / T. GAMBLE / R. WHELDON Ligier JS P320 – Nissan 122 voltas

2 13 N. MOORE / M. HIPPE Ligier JS P320 – Nissan +4,011

3 15 M. JAKOBSEN / J. DAYSON / R. HARPER-ELLAM Ligier JS P320 – Nissan +1 volta

Classificação LMGTE:

1 77 C. RIED / M. BERETTA / A. PICARIELLO Porsche 911 RSR 121 voltas

2 74 M. BRONISZEWSKI / N. CADEI / D. PEREL Ferrari F488 GTE EVO +1volta

3 83 M. GOSTNER / M. GATTING / R. FREY Ferrari F488 GTE EVO +1volta

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