Dakar, Ruben Faria: “Tive respeito ao deserto deste Dakar” (Áudio)

Por a 31 Janeiro 2018 12:06

Ruben Faria fez com o AutoSport/16 Válvulas o ‘debriefing’ do Dakar, uma prova em que se estreou no banco do lado direito de um carro, ao lado de André Villas Boas. A experiência foi curta, desistiram na 4ª etapa, mas há muito para contar:

“Foi uma experiência curta, mas intensa! Este foi o meu 10º Dakar e possivelmente o mais duro em termos de percursos. Ficámos no quarto dia, mas como se costuma dizer, ‘papámos’ com o pior logo nos primeiros dias, as dunas. Quando corria nas motos, passar dunas nunca foi problema, ao contrário do que acontece de carro. Foi muito complicado e vi bem o que o André sofreu. Tínhamos ao nosso lado na assistência o Nasser Al Attiyah e o Giniel de Villiers e ouvíamos o que diziam. O Nasser um dia disse-me que ficou meia hora enterrado nas dunas, duas vezes. Isto mostra bem o que foi o Dakar este ano. Num carro temos uma visão periférica muito reduzida. A subir ou a descer as dunas não se vê nada, temos uma fração de segundo para decidir como fazer até passar para o outro lado” começou por dizer, revelando que se sentiu bem no papel de navegador: “Foi espetacular, uma sensação brutal, primeiro porque fui ao lado de um Senhor, uma pessoa que sabe estar, sabe respeitar, ele veio duma área completamente diferente e eu aceitei o desafio. Não o conhecia, mas tinha o feeling de como ele era.”

“Foi um Dakar imponente, não vou dizer que tinha medo, mas tive respeito ao deserto, é o mesmo que estar a levar com ondas de 30 metros. Felizmente não nos aleijámos, mas infelizmente tivemos que vir para casa mais cedo” disse Rúben Faria, que nem sequer considera que tenha sido um acidente: “Não chamo um acidente mas também não chamo um azar. Era uma zona de areia a direito, não tinha entrada, no final tinha uma ligeira subida, o carro praticamente não saltou, caímos muito devagar, mas o suficiente para o carro cair de cima para baixo e aleijámos-nos um bocadinho. E a coluna é sempre algo que se tem de ter muita atenção, o médico veio, analisou e preferiu levar o André. Ele estava ali para cumprir um sonho, mas a saúde está em primeiro lugar. E Dakar há muitos. Ele estava com muitas dores, foi a melhor decisão. Eu também fiquei com algumas dores, ao fim de três dias ainda tinha mais. Dava para continuar mas com dores. De regresso a casa, viemos no mesmo avião do Nani Roma, do Loeb e do Elena, e vínhamos todos um pouco ‘empenados’. Uns um bocadinho pior que outros como é óbvio, isto para dizer que acontece a qualquer um. Vieram no mesmo avião pilotos que iam lá para ganhar, e eles mesmo dizem, acontece! Só não acontece a quem não vai lá…” disse Ruben Faria que explicou ainda que o seu futuro no Dakar pode ser de SSV: “Não sei se o André regressa, só ele pode dizer o que vai na cabeça dele, mas o feeeling com que fiquei, é que ele gostou muito. Ficámos com a sensação que se tivéssemos passado aquele dia e chegado à Bolívia, penso que podíamos chegar ao fim tranquilamente”. E quanto a ti, voltas de SSV? “Não fiz de SSV mas vi-os, tenho uma época de SSV em Portugal, e vontade de fazer o Dakar de SSV, mas vontade não é tudo, o problema é o investimento que é preciso fazer, em Portugal é difícil encontrar patrocínios. Eu tenho o desejo um dia de vir ao Dakar, nas motos já não dá mais, e os SSV não é barato, mas é menos dispendioso. Há o sonho de vencer um dia, sei que nos carros é praticamente impossível, mas de momento não passa de um sonho” disse Ruben Faria, que viveu dentro da Toyota Hilux alguns sustos: “O Dakar de moto é muito violento, muito perigoso, quando saímos para tentar vencer o Dakar, nunca sabemos se voltamos, e este ano tive um Dakar diferente, era assustador, tenho imagens de um camião a passar por nós, dez metros depois capotar à nossa frente. Noutra situação, num rio seco, um carro passa por nós e à saída do rio capota e dá seis cambalhotas. Eu disse ao André, para, para. Íamos cair no precipício também. Foi um pouco assustador, vi coisas muito diferentes, nas motos era, bora que logo se vê…”

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