24 Horas TT Vila de Fronteira: Franceses fazem festa, portugueses no pódio

Os franceses voltaram a vencer as 24 Horas de Fronteira, mas desta feita não com a equipa que triunfou nos últimos três anos. Desta feita foi a vez de Laurent Poletti, e os seus colegas, com o francês a repetir o feito de 2005. A família Reis, terminou no pódio, depois de uma grande prova.

Como sempre, terminou em festa mais uma edição das 24 Horas TT Vila de Fronteira, um evento que desde 1998 torna a simpática Vila de Fronteira na capital do Todo-o-Terreno nacional. Sol, muito frio e muito público marcou mais uma edição da prova, onde não faltaram os habituais ingredientes deste evento, que há muito é uma festa dentro e fora de pista.

Os franceses, e os portugueses, claro, adoram esta prova e têm boas razões para isso, pois para além dos 16,4 quilómetros do Terródromo de Fronteira ser um percurso bem competitivo, a festa que se faz à volta é outro espetáculo dentro do espetáculo.

Ainda que tenha faltado mais luta pelo triunfo, no cômputo geral o evento foi interessante, com várias mudanças de líder, antes de tudo estabilizar na frente. A recuperação da família Reis até chegar ao pódio foi outro ponto interessante do evento, numa prova em que os T3 continuam a ganhar espaço e competitividade no plantel face aos restantes ‘habitués’ da competição.

Do lado organizativo e desportivo, a prova organizada pelo Automóvel Club de Portugal correu bem, e quando não há acidentes mais complicados, como o que sucedeu há uns anos logo na primeira volta, por exemplo, tudo fica mais fácil.

Os espectadores voltaram a dizer “presente”, com uma moldura humana incrível à volta do percurso e na zona do paddock e meta.

O Laurent Poletti repetiu o triunfo que ele próprio conseguiu em 2005, com outros colegas, isto numa corrida que tinha líderes portugueses ao fim da primeira hora, a família Reis, mas na segunda já eram Laurent Poletti, Franck Cuisinier, Ronald Basso e Adrien Favarel (MMP X4 Turbo) que lideravam. 2

Até à sexta hora, alternaram a liderança com Sebastien Guyette, Antoine Vitse, Olivier Devos e o português Marco Pereira (Can-Am X3), mantendo-se a equipa de Poletti na frente entre a sexta e a oitava hora, quando a equipa que tem melhor palmarés em Fronteira, Alexandre Andrade, Cedric Duple, Yann Morize e Florent Charvot (Proto AC Nissan Proto) resolveu alguns problemas iniciais e foi para a frente da corrida entre a nona e 11ª hora, mas às “12 badaladas” da corrida Poletti e os seus colegas foram para a frente, não mais de lá saindo até à bandeira de xadrez.

Construíram grande parte do seu avanço final de quatro voltas face aos segundos classificados durante a noite, estabelecendo-se em quatro voltas na 14ª hora, uma margem que só perdiam se tivessem problemas, o que não sucedeu.

Segundo lugar da geral a quatro voltas dos vencedores para a equipa luso-belga e francesa, que venceu o T3, Sebastien Guyette, Antoine Vitse, Olivier Devos e Marco Pereira, que num Can-Am X3 estiveram muito fortes na corrida. Começaram a corrida um pouco mais atrás, mas na quarta hora já eram segundos a 29.993s da frente. Caíram para terceiro na nona hora, já a três voltas da frente, recuperando o segundo lugar na 16ª hora, levando-o até final sem grandes problemas.

A família Reis, Avelino Reis, Tiago Reis, Edgar Reis e Daniel Silva, na Toyota Hilux (ganharam o T1) chegaram a dar alguma esperança que uma equipa totalmente portuguesa pudesse vencer, o que já não sucede desde 2010. A esperança foi alimentada na fase inicial da corrida, mas um arreliador problema mecânico, ainda na noite de sábado, com o motor a falhar, fê-lo andar para trás. Perderam três voltas nas boxes a reparar a avaria, mas continuaram, caíram para sexto a uma volta da frente, recuperaram para o quarto lugar à nona hora, tiveram uma passagem pelo terceiro lugar entre a 12ª e 13ª hora, chegaram a estar a duas voltas dos líderes, mas depois caíram para o quarto lugar, andando depois num sobe e desce pelo terceiro lugar até se fixarem aí na 21ª hora, por aí ficando até ao final da corrida. Um grande resultado, que poderia ter sido ainda um pouco melhor, mas é difícil passar esta prova sem mácula…

Bom resultado também para Amândio Alves, João Silva, Márcio Reis e Rogério Reis, num MMP, que terminaram em quarto depois de uma boa corrida. Eram 10º na nona hora, subiram para sexto na 18ª hora, quinto na 20ª, subindo para quarto na 22ª hora.

Quinto posto para Jorge Cardoso, Marco Cardoso, Alexandre Cardoso e João Oliveira, num Can Am Maverick, terminando na frente de três equipas francesas, Thibaud Darroux, Benjamin Favre, Jedidia Favre (MMP Can Am X3 1000 Turbo), Larroque Pascal, Brun Jacky, Pierre Lachaume, Jean Philippe Beziat (Can Am X3), Jean-Luc Dumas, Samuel Dumas, Benjamin Lidon, Dominique Arcas (Can-Am X3 Turbo).

Nono lugar para Filipe Marques, Ricardo Martins, Anthony Seu, William Campbell (Can-Am X3 4000 Turbo), que tiveram um percalço na fase inicial da prova, capotaram, mas arranjaram o carro e chegaram ao fim no top 10. Notável.

A fechar o top 10, ficaram Nicolas Dubernet, Patrick Durand, Bastien Dubourdieu (G.B.R Nissan).

11º posto para a equipa franco-italiana, Alain Perreau, Franck Brouard e Paolo Bacchella, num Can-Am X3 XRS.

Os portugueses Ismael Margarido, André Serrano, Filipe Galveias e Dino Canha (SEAT DCR) foram 12º e os melhores da categoria C, terminaram na frente de Nuno Tordo, Georgino Pedroso, Michael Braun e José Familiar ( Mitsubishi Pajero). À passagem da 18ª hora a equipa era 13º, a duas voltas do top 10, mas não conseguiram manter ou melhorar a posição.

Também na categoria C correram Paulo Rui Ferreira, Jorge Monteiro, João Ferreira, David Monteiro e Douglas Silva (Nissan Navara) foram 14º da geral e terceiros da Categoria C.

Seguiram-se na 15ª posição Vasco Rebelo, Ricardo Mendonça, Miguel Marques e Bruno Marques (Nissan NPM Proto), em 16º terminaram Rui Malha, Raúl Demétrio, Rui Silva e José Baptista (Nissan Navara D22), logo a seguir concluíram o evento Sérgio Matos, Alfredo Barros, Agostinho Rocha, António Ferreira e Manuel Correia (Nissan Navara), na frente de Nuno Coelho, Gonçalo Gameiro e Sérgio Cruz (Nissan Pick-Up). 19º lugar para Rui Gonçalves, Marcelo Paulino, Twan Van Den Lanjenberg, Flavio Alves e Marco Beumer (Nissan Terrano) e a fechar o top 20 ficaram Yves Morize, Daniel Royer, Jacques Pluchon, Benoit Vatelier (Mercedes Ml V8).

No 40º lugar terminou a equipa de Senhoras, Carla Gameiro, Cristela Marto, Paula Marto e Silvia Reis na segunda participação ao volante do Suzuki FJ Jimny, em 48º os vencedores da Cat. B, Manuel Barreto, Rodrigo Daniel, Hugo Batista e João Paulo Oliveira no fantástico Citroen AX, logo a seguir a mítica Peugeot 504, que como diz Joaquim Serrão, “ninguém a mata”. A seu lado, Luís Guerra da Silva, Leonor Espinhal, António Alcobia

O piloto-jornalista do Expresso, Rui Cardoso terminou mais um, até hoje, todas as 24 edições de Fronteira, e teve a seu lado Armando Coelho, João Diogo Santos, Rui Casimiro, no habitual Nissan Patrol GR, ‘amigo’ de longa data.

Recordando quem venceu as diversas categorias, as três equipas do pódio são também as vencedoras das três categorias, E, T3 e T1. A equipa vencedora à geral, de Laurent Poletti (MMP X4 Turbo) venceu a Categoria E, a de Sebastien Guyette, onde esteve o português Marco Pereira (Can-Am X3) venceu o T3 e a Família Reis triunfou nos T1.

Na 12ª posição da geral os vencedores da Categoria C, Ismael Margarido, André Serrano, Filipe Galveias e Dino Canha (SEAT DCR). O triunfo na Categoria A foi para os 24º da geral, Joaquim Seiça, Paulo Soares, Luis Pedro Alves e Gonçalo Fernandes (Suzuki Vitara).

No T2 o triunfo foi para os 27º da geral, Pieter Backere, Julien Demuynck, Pieter-Jan-Michiel Cracco e Steve Backere (Isuzu D Max). Na 32ª posição da geral ficam os vencedores do T4, Pascal Rollet, Christophe Girard, Delphine Crosse (Can Am X3 XRS)

Por fim, a categoria dos grandes heróis de Fronteira, que são todos, mas uns mais do que outros: a categoria B foi ganha por Manuel Barreto, Rodrigo Daniel, Hugo Batista e João Paulo Oliveira (Citroen AX). Na categoria Promoção C, a vitória sorriu ao SEAT de Ismael Margarido, André Serrano, Filipe Galveias e Dino Canha, o mesmo acontecendo na Promoção A ao Suzuki Vitara de Joaquim Seiça, Paulo Soares, Luís Pedro Alves e Gonçalo Fernandes, e na Promoção B ao Citroën AX de Manuel Barreto, Rodrigo Daniel, Hugo Batista e João Paulo Oliveira.

O triunfo nos T2 ficou para os belgas Pieter Backere, Julien Demuynck, Pieter Cracco e Steve Backere (Isuzu D-Max), enquanto nos SSV do grupo T4, os vencedores foram Pascal Rollet, Delphine Crosse e Christophe Girard, num Can-Am.

Para lá da Peugeot 504 Pick-up de Joaquim Serrão, que percorreu mais de 850 quilómetros (52 voltas), ou a Renault 4L de Samuel Lima, que também terminou a prova após duros 770 quilómetros no Terródromo de Fronteira, terminou mais uma enorme festa.

Como sempre, muitos também ficam pelo caminho e os nomes mais sonantes dessa lista foram em dúvida Alexandre Andrade, Cedric Duple, Yann Morize e Florent Charvot que no Proto Ac Nissan Proto, chegaram a liderar, mas ficaram pelo caminho com muitos problemas no seu Proto AC Nissan. Desistiram na manhã de domingo.

Outros abandonos relevantes foram os de Johan Senders, Erp Stijn, Alexandre Mota (Nissan Navara), Vitor Conceição, Nuno Pires, Filipe Carvalho e Mário Oliveira (Sevengear Nissan V6) que eram quintos com nove horas de prova. Candidatos a uma boa posição final eram Paulo Marques, Alexandre Ré, João Ramos e Luís Cidade mas o MMP T3 Ford não colaborou e ficaram pelo caminho. com duas horas de corrida eram a melhor equipa totalmente Lusa em prova.

Por fim, pelo caminho ficaram também Igors Skoks, Rudolfs Skoks, Arvis Piis (Mitsubishi Pajero) vencedores em 2017.