WRC, Rali do México arranca hoje. Saiba tudo…

Terceira ronda do WRC de 2018 fica marcada pelo regresso do nove vezes campeão do mundo, Sebastien Loeb, naquele que será o primeiro de três ralis que vai disputar esta temporada, no seu regresso à competição. É o seu primeiro rali do WRC em três anos e a primeira vez no México desde 2012. A principal alteração no formato do rali é a alteração do início do rali, que volta a Guanajuato, abandonando a Cidade do México. Guanajuato irá receber a cerimónia inicial e a especial semi-subterrânea. Este ano, não existem troços ‘super’ longos, com o maior a ser o El Chocolate, com 31 km.

Estão inscritos 28 carros, mais quatro do que o ano passado. Destes 28, 11 são WRC, mas apenas dois inscritos pela Citroen Total Abu Dhabi WRT – o vencedor do ano passado, Kris Meeke, e Sebastien Loeb. Teemu Suninen vai pilotar novamente o terceiro carro da M-Sport, Dani Sordo estará com a Hyundai, no lugar de Hayden Paddon, enquanto a Toyota vai manter a mesma equipa. A Skoda vai apresentar-se muito forte no WRC2, com Pontus Tidemand e Kalle Rovanera, sendo o principal rival Jari Huttunen, da Hyundai. A M-Sport vai ter Nil Solans como principal nome. O britânico Tom Williams é o único inscrito no WRC3, com um Ford Fiesta R2T. Os principais pilotos mexicanos serão Benito Guerra, antigo vencedor do PWRC, e Ricardo Trivino, atual vencedor do FIA Nacam.

A posição de saída é uma questão importante. Começar na segunda metade dos WRC na sexta-feira vai dar uma grande vantagem a Ott Tanak, Esapekka Lappi, Sebastien Loeb e a Kris Meeke. As temperaturas altas e o piso duro são sempre um desafio para as equipas, no que toca a escolher os pneus. As equipas têm preferido os pneus macios, possível graças à redução de potência que os carros têm com a altitude dos troços, mas as outras categorias preferem os pneus mais duros. A logística deste ano não apresentou qualquer problema. As equipas do WRC fizeram chegar os seus carros de avião, enquanto os R5 chegaram ao México de barco. O fuso horário mexicano é seis horas a menos do que o de Portugal, pelo que só teremos resultados no final de domingo.

Ainda é muito cedo para se poder fazer grandes previsões para a temporada. Após dois ralis, Thierry Neuville lidera com 10 pontos de vantagem para Sebastien Ogier, e com 18 pontos para Latvala e Mikkelsen. Nos construtores, a liderança é da Hyundai Shell Mobis, com mais um ponto do que a Toyota Gazoo. Dos primeiros seis classificados do WRC2, apenas Tidemand vai estar presente, e o rali não conta para o campeonato júnior. Nos últimos três anos, tivemos três vencedores diferentes em três equipas diferentes. A experiência dos pilotos do WRC é muito diferente. Lappi nunca correu no México, Suninen apenas no WR2, enquanto Latvala está pela 12ª vez no Rali do México, onde só não conseguiu terminar uma vez

M-Sport/Ford

O Rali da Suécia foi o primeiro rali com o carro de 2017 que a M-Sport não conseguiu terminar no pódio com, pelo menos, um piloto, apesar de não ter existido nenhum problema técnico com a equipa na segunda ronda do WRC.

A M-Sport testou durante dois dias com Sebastien Ogier e Elfyn Evans, e um com Suninen no norte da Catalunha, região escolhida devido às semelhanças com os pisos do México. A equipa fez ainda simulações em altitude em Dunton, numa câmara climática da Ford Europa.

A equipa vai usar os mesmos carros da Suécia no que toca aos Fiesta WRC, nos R5, Bulacia vai utilizar o carro de Suninen em Monte Carlo e Greensmith e Heller vão usar carros novos, enquanto Solans vai usar o mesmo carro com que fez o Rali da Suécia.

É provável que este seja o último rali em que Evans vai usar o Volvo para os reconhecimentos do rali, passando a usar um Focus RS, tal como o seu companheiro. Ogier entra no rali como grande favorito, após três vitórias e dois segundos lugares nos últimos cinco anos.

Hyundai

A Hyundai chega ao México na liderança do campeonato de pilotos, com Thierry Neuville, e no de construtores. A equipa esteve a testar durante três dias, perto de Girona, no norte de Espanha, uma região que tem semelhanças aos pisos que vão ser encontrados no México.

A Hyundai vai usar os mesmos três carros que usou na Suécia, com Dani Sordo a usar o carro de Hayden Paddon. Jari Huttunen vai ter um novo R5, com o chassis 37, que vai ser novamente assistido pela Sarrazin Motorsport, mas é isncrito pela Hyundai Motorsport. Nenhum dos pilotos da Hyundai venceu no México no passado, mas Neuville já terminou no pódio por três vezes e Andreas Mikkelsen por uma vez.

“É um rali muito quente, onde temos de ter um cuidado extra devido aos travões. Os motores têm menos potência, o que nos obriga a mudar o nosso estilo de pilotagem”, disse Neuville.

Toyota

A Toyota tem a particularidade de ter o piloto com mais presenças no México (Latvala) e, ao mesmo tempo, o único piloto com um WRC que nunca competiu no país (Lappi, que o ano passado fez os reconhecimentos da prova).

Ott Tanak nunca conseguiu terminar no pódio nas suas seis presenças e a única vitória da Toyota foi antes da prova pertencer ao WRC, em 2001, com Ramon Ferreyros. Latvala venceu o rali em 2016, com a Volkswagen.

Graças à grande altitude, 2700 metros, foram feitos trabalhos no Japão numa câmara climática, depois do sobreaquecimento do último ano. É previsto que os carros percam 20% da sua potência com a altitude.

Os testes em pisos de terra foram feitos em Espanha. Será o primeiro rali de Tanak com a Toyota em pisos de terra. O estoniano vai usar o carro de Lappi do Rali da Austrália do ano passado, Latvala vai usar o seu carro da prova australiana e Lappi o seu carro do Rali da Grã Bretanha do ano passado.

Citroën

Tudo correu bem à Citroen a nível mecânico, na Suécia, e o segundo lugar de Breen, assim como o a boa performance de Ostberg, apesar da pouca experiência com o C3 WRC, deixam a equipa confiante.

A equipa testou durante quatro dias em Almeria, perto da Sierra Nevada, local escolhido devido à temperatura, ambiente e condições das estradas. Meeke vai usar o seu carro de Monte Carlo e Loeb o carro usado na mesma prova por Breen. A decisão de apenas dois carros é justificada pelo orçamento. De recordar que Meeke vai fazer todos os ralis, Breen 10, com os outros três a serem feitos por Loeb, já o Sheikh Khalid Al Qassimi irá fazer alguns ralis, mas ainda não se sabe quais. Quer Meeke, quer Loeb, venceram a prova mexicana na última vez que a disputaram – o inglês o ano passado e Loeb em 2012.

O México tem, neste momento, uma diferença horária de seis horas para Portugal. Fique com os horários locais e de Portugal Continental.

Horários:

8 de março:

Shakedown 5.31 km 09:00 (15:00 Portugal)

PE1 Street Stage GTO 2.53 km 20:08 (02:00)

9 de março:

Service A – Rally Campus León – 15 Min 09:30 (15:30)

PE2 Duarte – Derramadero 1 26.05 km 10:33 (16:33)

PE3 El Chocolate 1 31.44 km 11:21 (17:21)

PE4 Ortega 1 17.23 km 12:14 (18:14)

PE5 Street Stage León 1 1.11 km 14:02 (20:02)

Service B – Rally Campus León – 30 Min 14:42 (20:42)

PE6 Duarte – Derramadero 2 26.05 km 16:00 (22:00)

PE7 El Chocolate 2 31.44 km 16:48 (22:48)

PE8 Ortega 2 17.23 km 17:41 (23:41)

PE9 Autódromo de León 1 2.30 km 20:01 (02:01)

PE10 Autódromo de León 2 2.30 km 20:06 (02:06)

Flexi Service C – Rally Campus León – 45 21:21 (3:21)

2. etapa – 10 de março

Service D – Rally Campus León – 15 Min 07:30 (13:30)

PE11 Guanajuatito 1 30.97 km 08:33 (14:33)

PE12 Otates 1 26.37 km 10:11 (16:11)

PE13 El Brinco 1 9.98 km 11:08 (17:08 )

Service E – Rally Campus León – 30 Min 12:48 (18:48)

PE14 Guanajuatito 2 30.97 km 14:21 (20:21)

PE15 Otates 2 26.37 km 15:54 (21:54)

PE16 El Brinco 2 9.98 km 16:38 (22:38)

PE17 Autódromo de León 3 2.30 km 17:38 (23:38)

PE18 Autódromo de León 4 2.30 km 17:43 (23:43)

Flexi Service F – Rally Campus León – 45 18:33 (00:33)

PE19 Street Stage León 2 1.11 km 20:26 (02:26)

3. etapa – 11 de março

Service G – Rally Campus León – 15 Min 07:15 (13:15)

PE20 Alfaro 24.32 km 08:18 (14:18)

PE21 Las Minas 1 11.07 km 10:08 (16:08)

PE22 Las Minas 2 (Power Stage) 11.07 km 12:18 (18:18)

Service H – Rally Campus León – 10 Min 13:53 (19:53)

Martin Holmes