Rali de Monte Carlo 2019: 100ª da Citroën no WRC, o mais equilibrado de sempre


Sébastien Ogier bateu Thierry Neuville por 2.2s naquela que foi a mais equilibrada batalha da história do Rali de Monte Carlo. E foi um grande começo de temporada! Havia várias novidades, várias trocas de equipa, a maior delas a ida de Sébastien Ogier para a Citroën, o mesmo sucedendo com Esapekka Lappi. Kris Meeke regressou após 242 dias de ausência, foi para a Toyota, e outra das prestações muito aguardadas era a de Sébastien Loeb, na Hyundai. Na verdade, exceção feita a Lappi, que não teve tempo para isso, todos eles deixaram água na boca.

Sébastien Ogier fez mais uma vez história ao vencer o Monte Carlo pela margem mais curta da história da prova, 2.2s, depois de chegar à derradeira especial 0.4s na frente.

Sébastien Loeb foi a correr do Dakar, testou um dia um carro que desconhecia por completo e andou na luta, não a que estávamos habituados, mas apenas a possível, para já. Finalmente, Kris Meeke, que apesar de dois azares com furos, e o consequente atraso na classificação, andou bastante bem, vencendo mesmo a Power Stage com o seu Toyota Yaris WRC.

Tudo misturado, o hexacampeão Sébastien Ogier venceu pela mais curta margem que há memória e a Citroën registou a sua 100ª vitória no WRC, com Ogier a igualar na altura também o recorde de sete vitórias de Sébastien Loeb no Monte Carlo, numa ‘luta’ com até hoje continua a ter capítulos. Loeb deve ficar pelos oito, mas Ogier já chegou aos nove e pode ainda somar mais… tenta a 10ª em 2024.

Mas Ogier fez mais: Igualou o feito de Walter Rohrl, ao triunfar no evento com quatro marcas distintas (Peugeot, VW, Ford e Citroën).

E continua a ser a sétima prova mais equilibrada da história do WRC, depois do Rali da Jordânia de 2011, 0,2 segundos Ogier – Latvala, 2007 Nova Zelândia 0,3 segundos, Gronholm – Loeb; 3º 2021 Croácia 0,6 segundos Ogier – Evans; 4º Argentina 2017 0,7 segundos Neuville – Evans; 4º 2018 Sardenha 0,7 segundos Neuville – Ogier; 6º 1998 Portugal 2,1 segundos McRae – Sainz; 7º 2019 Monte Carlo 2,2 segundos Ogier – Neuville.

Dor de cabeça habitual

Foi um rali muito interessante, não ‘tão’ Monte Carlo quanto no passado recente, havia menos neve e gelo, portanto, menos incógnitas, mas ainda assim o suficiente para os pilotos terem feito nos dois primeiros dias escolhas bem distintas de pneus, que criaram as primeiras e naturais margens na classificação.

As condições nos troços levaram a vários furos, resultantes de cortes de bermas, a mais mediática a do piloto mais rápido da prova, OttTänak, para além de várias avarias, e ainda uma anulação de um troço devido a questões de segurança com o público, questão que trocou as voltas a algumas equipas, já que com o cancelamento da PE3 a Hyundai saiu beneficiada nas escolhas de pneus que fez, ao contrário, por exemplo, da Toyota, que tinha colocado as fichas, leia-se pneus, precisamente na PE3.

O piloto da M-Sport Gus Greensmith venceu a nova WRC2 Pro, Yoann Bonato (Citroen) triunfou no WRC2, enquanto Enrico Brazzoli venceu a categoria R-GT num Abarth 124. Os Toyota venceram sete troços, a Hyundai cinco e a equipa vencedora, a Citroën, apenas um. A M-Sport, nem isso…

Filme nunca visto

O rali foi interessante, mas para se chegar ao último troço com 0.4s de diferença entre primeiro e segundo, muita coisa aconteceu. A luta entre Ogier e Neuville foi fantástica, na PE5, já depois de Tänak se atrasar devido a um furo, a margem era de 3.4s, chegou a ser de 14.0s na primeira vez que o francês passou para a frente do rali, Neuville recuperou para 2.0s logo a seguir, e foi assim que terminou a 6ª feira.

No dia seguinte, Ogier alargou o avanço para 4.3s no final de mais quatro troços, mas Neuville recuperou até 0.4s na penúltima especial, decidindo-se tudo na PE16, em que Ogier ganhou 1.8s ao seu adversário.

O ano passado, na Sardenha, Neuville foi mais forte, venceu por 0.7s face a Ogier, agora foi a vez do francês, em ‘casa’,bater o belga.

Foi uma luta muito renhida, mas Neuville atrasou-se com o erro que cometeu na 6ª Feira, ao falhar uma curva, demorando 20s a regressar. Para Ogier, a ‘crise’ com o acelerador complicou-lhe a vida, mas tudo acabou bem.

OttTänak terminou no terceiro lugar, numa prova que liderou na sua fase inicial até que um furo o fez perder mais de dois minutos, isto quando já tinha perdido 28s para os dois homens da frente. Desde aí venceu vários troços, e do sétimo lugar recuperou até ao pódio.

Grande regresso de Sébastien Loeb, que apenas com um dia de testes num carro e equipa novos, assegurou o quarto lugar depois de uma boa luta com Jari-Matti Latvala. O francês mostrou que a Hyundai pode contar com ele para a luta dos Construtores, e com testes e maior adaptação ao carro, pode esperar muito mais do francês.

Ativar notificações? Sim Não, obrigado