Ogier e Hirvonen: Uma questão de pneus

“Não tenho mais pneus macios novos. Espero que o piso seque para levarmos a mistura mais dura.” Foi esta uma das declarações de Mikko Hirvonen à saída do Parque de Assistência após a primeira ronda pelos troços, deixando desde logo antever o que lhe poderia suceder nas segundas passagens, em que já não tinha mais pneus macios novos para gastar, ao contrário do seu adversário direto, Sébastien Ogier. No final do primeiro troço da tarde, o finlandês perdeu 7.4s para o francês e muitos mais se prevêem para os 31.90 Km de Santana da Serra. Mas afinal, como funciona esta questão dos pneus? Quem o explica é um dos técnicos presentes em Portugal, Ludovic Paturet.

“Os pilotos e as equipas têm as suas opções definidas e no caso de uma prova como Portugal a opção acaba por ser quase sempre o composto mais duro devido ao tipo de piso e ao calor mais intenso que se faz sentir nos troços do Algarve. Em caso de chuva existem igualmente opções mais adequadas a essas condições, mas por norma o pneu aqui utilizado é sempre o mais duro”, começou por referir o francês.

Contudo, no caso desta prova, com as chuvas de segunda e terça feira, os pisos estão a demorar algum tempo a secar por completo, tornando-se, por conseguinte, mais duros. É neste caso que os pneus duros são mais indicados, só que nesta prova com os pisos apenas semi-duros como estão, ainda são as misturas macias as mais adequadas. Contudo, com pneus contados, Mikko Hirvonen só conseguiu manter-se próximo ou à frente de Ogier porque utilizou mais pneus macios, algo que tem ainda em superior número face a Hirvonen.

Mas tudo dependerá das condições meteorológicas. Se de repente ficar muito calor, Hirvonen tem o problema resolvido, porque pneus duros não lhe faltam. Pelo contrário, com o tempo nublado ou mesmo com alguma (pouca) chuva é suficiente para que Ogier vá tirando partido do facto de ter mais pneus de composto macio para gastar do que Hirvonen. E é neste contexto que se pode decidir o rali.