Será este o caminho para mudar o CPR?

Por a 13 Maio 2020 11:03

Já não é novidade para ninguém ouvir José Pedro Fontes a explicar o que na sua visão deviam ser os ralis. É uma tecla que há muito ‘bate’, e a exemplo de muitos outros, concluiu que este pode ser o momento perfeito para isso, pois nunca como agora os ‘players’ deste desporto estiveram tão unidos e convictos que tem de ser feita alguma coisa sob pena de perder tudo o que se tem vindo a ganhar nestes últimos anos de CPR: “Acho que estamos num momento em que devemos fazer as reformas que tantas vezes falámos. Pensar o desporto automóvel, torná-lo um produto para vender, organizado, tem que existir um eixo orientador, há que pensar no aspeto comercial. A TV é fundamental, e se os ralis tiverem que ser mudados para ir de encontro à TV, temos que o fazer. Há que aproveitar agora, esta nova oportunidade. Há que ter a mente aberta e perceber que temos que mudar o campeonato, direcionando-o para algo com muita visibilidade.

Há que deixar os patrocinadores contentes, fazendo crescer a dinâmica. Acho que é altura de repensar isto tudo, pensar nos ralis como um produto comercial vendável, obter a atenção dos media traçando um plano estratégico, já para 2021, que vai ser um ano ainda mais difícil. Temos que nos unir e pensar num plano estratégico e como vamos dar mais visibilidade ao campeonato. Precisamos de um bom espetáculo, bons carros, temos de trabalhar para procurar soluções para melhorar, otimizar, tornar mais eficiente balanço custo/retorno. Precisamos disso, pois se não dermos esse passo vamos passar momentos difíceis”, começou por dizer quanto a este tema, exortando a importância de olhar também para 2021: “Para este ano é importante não parar, não podemos ter decisões para a realidade de cada um, mas uma solução para o bem do desporto.

Para 2021, uma folha branca. Falaram da proposta do Miguel Campos de cinco provas! Ele é economista, eu sou Licenciado em Comunicação e cinco provas não é razoável para um Campeonato Nacional. O custo não é tudo, o que verdadeiramente interessa é o balanço entre o custo e retorno. Há um consenso entre os pilotos, 10 provas é demais. Sete ou oito, destas deve tirar-se o pior resultado. A base devem ser as grandes provas e a seguir ao Rali de Portugal, Açores e Madeira, deve haver ralis com uma relação entre custo/retorno, alto.

Devem ser em sítios com uma organização ativa e dinâmica, dentro do mesmo espírito da Escuderia Castelo Branco, que é bom exemplo disso, trabalha sempre com os pilotos.

Quero deixar claro que é importante o CPR ter uma abrangência no território do país, acredito que é interessante ir às ilhas, mas há que pensar num consenso. Porque não clubes juntarem-se para fazer provas. Porque não ralis que pontuem nos campeonatos de dois países, Portugal e Espanha. Provas que não têm sustentabilidade não podem fazer parte do CPR.

Mas tenho mais: A parte técnica dos ralis deve estar ao serviço da parte comercial. Porque razão um piloto que desiste na PE1 não pode, se o carro tiver condições para isso, recomeçar à tarde e fazer o resto do rali? Há nos ralis várias realidades, e penso que seria importante juntar o mais possível concorrentes no mesmo evento. Temos que acabar com a quantidade enorme de ralis que há em Portugal.

Temos que criar grandes eventos, até mesmo juntar com outras modalidades. Por exemplo, há uns anos, eu corria na velocidade, e o Rali do Algarve teve uma especial no autódromo do Portimão, onde havia corridas.

Temos grande concorrência de vários desportos que são muito bem organizados. São fortes, mas têm muito menos gente que os ralis.

Eu sei que é mais fácil ir às Câmaras Municipais procurar apoios, mas nós temos que ir às grandes cidades. E se tivermos ralis muito fortes, o CPR só vai ganhar com isso. Se fizer um festival de música vou querer fazê-lo num sítio onde possa ter muita gente, as melhores condições, mas para isto é preciso trabalhar e pensar. Tudo tem que acompanhar este profissionalismo”.

Quando foi questionado se o caminho é a TV, a resposta é célere: “A TV não resolve problemas todos. A força dos ralis está no público que vai à estrada, mas temos que fazer ralis bem organizados, bem promovidos e nos sítios onde existe público. Temos que ir aos grandes centros. Não compreendo porque não se faz uma prova na zona de Lisboa.

Temos que escolher onde, a que horas, como promover, fazer acordos com os media generalistas, tem que haver imprensa de nível nacional. Deve também haver orientação para aquilo que cada clube tem de fazer. Há grandes diferenças em termos organizativos nas provas do CPR, há clubes que não podem estar no CPR. Tem que estar perfeitamente definido o que cada um tem que fazer, tem que haver estratégia, disse Fontes que também falou do ponto de vista a Sports & You: “A Sports & You enfrenta, como todas as empresas, tudo isto com preocupação, mas focados na estratégia para o futuro. Procurar novas áreas de negócio, novos projetos que possam acontecer. Temos áreas de negócio que não estão dependentes das corrida, estamos ativos à procura de soluções. Preparar a retoma e pensar em novos negócios”, concluiu José Pedro Fontes que faz um balanço positivo das ‘conversas’ destes últimos tempos: “2020 é para sobreviver, 2021 para reinventar, agora há que chegar a entendimentos, bem comum, fazer cedências mas sabendo que é tempo de agir. Agradeço a todos os pilotos reunidos pelo consenso, estou bastante contente pelo diálogo que a FPAK e os clubes têm tido com os pilotos, pois perceberam que podem contar connosco, que seremos parte solução.”

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