Mercedes C 111 (1969/1979): Laboratório sobre rodas


A sigla C 111 identifica uma série de viaturas experimentais, construídas pela Mercedes entre 1969 e 1979. Na verdade, estes carros mais não foram do que laboratórios sobre rodas, nos quais a marca alemã verificou a validade de algumas soluções técnicas, no campo dos motores e da aerodinâmica. Todos os C 111 possuíam uma configuração tal, que eram sempre associados a feitos desportivos; porém, nunca participaram em qualquer competição. As únicas exceções foram os diversos recordes do mundo que conquistaram, sobretudo nos seus últimos anos de vida e com a versão III do protótipo, em que foi aplicado um motor Diesel. A primeira unidade do C111 foi vista nas pistas de Untertuerkheim e Hockenheim, entre Abril e Maio de 1969, tendo o primeiro exemplar aparecido em Julho. Tinha um motor Wankel, montado em posição posterior central, com três rotores alimentados por uma bomba de injeção Bosch e com 1.800 cc de cilindrada – o equivalente a 3,6 litros num motor tradicional; a sua potência era de 280 cv às 7.000 rpm.

Estava acoplado a uma caixa de velocidades ZF com cinco relações e diferencial autoblocante. O chassis era constituído por lâminas de aço, sobre as quais foi colocada uma carroçaria em plástico. A suspensão dianteira era um esquema de braços transversais semelhantes ao roadster R 107 de série, mas atrás podia ver-se uma geometria típica dos F1 da época. O primeiro C 111 era um GT muito veloz, capaz de atingir a velocidade de 270 km/h e os 0 a 100 km/h em apenas 5 segundos. A segunda versão doC111 apareceu no Salão de Genebra de Março de 1970 e tinha uma cilindrada aumentada

para 2.400cc e a potência para os 350 cv a 7.000 rpm. As linhas foram modificadas, sendo mais esguias e com um Cx de 0,325. Contudo, o “boom” petrolífero de 1973 colocou na prateleira este projeto, que renasceu em 1975, mas com um motor Diesel de 3.005cc e 190 cv, em que a capacidade foi depois reduzida para os 2.999cc, para entrar nos regulamentos internacionais para os recordes de velocidade em circuito. Que foram inúmeros até 1979, quando, a 4 de Abril, o C 111 atingiu os 403 km/h no anel de Nardo.

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