Revolução na Fórmula 1 para 2025: e-fuel, 4X4, aerodinâmica ativa…

Por a 7 Abril 2021 15:54

FOTOS: https://antoniopagliadesign.wixsite.com

A Fórmula 1 tem em cima da mesa mudanças radicais que passam por monolugares com quatro rodas motrizes, combustíveis sintéticos e aerodinâmica ‘ativa’ revelou a Racing Lines.

Três pontos que ‘prometem’ revolucionar a Fórmula 1 em 2025. A primeira “bola a sair do saco” tem a ver com a forte probabilidade dos motores não receberem uma grande transformação, mas sim os combustíveis: basicamente, o mesmo motor, mas combustíveis sintéticos, o melhor que a tecnologia conseguir até 2025.

Isso já está pensado para o próximo ano com os regulamentos a preverem uma espécie de ‘arranque’ dessa medida com 5.75% biofuel e 10% de etanol.

Desde dezembro que os fabricantes de motores já têm na sua posse uma variedade de biocombustível de segunda geração, exclusivamente refinada utilizando bio resíduos, não destinados ao consumo humano ou animal, sendo o objetivo levar os fornecedores de F1 a desenvolverem os seus próprios combustíveis, com o requisito obrigatório de serem 100% sustentáveis, de modo a que a F1 cumpra o que se propõe: neutralidade de emissões de carbono até 2030. A prioridade passa por desenvolver um regulamento de motor híbrido que reduza as emissões e tenha um benefício real para a indústria  automóvel.

Contudo, há problemas, pois os combustíveis testados não deram os resultados esperados, especialmente porque foram pensados para, tal como as baterias dos carros elétricos de estrada (ndr, densidade de energia tem a ver com a quantidade de energia que pode ser armazenada numa bateria, e a densidade de potência, relaciona-se com a energia que pode ser descarregada pela bateria, em termos leigos, a potência).

Nos combustíveis é a mesma coisa, os utilizados nos testes foram pensados para poderem ser armazenados ao máximo nos depósitos dos carros e não para darem muito mais potência, que é o necessário na competição. Os problemas vão-se ultrapassar mas é preciso tempo. Ficou decidido em fevereiro que a F1 irá fazer alterações sempre que a tecnologia o permitir, provavelmente ano a ano. 

A ideia passa por ter um protótipo até junho do próximo ano, tendo os construtores cerca de dois anos para desenvolver os novos motores de modo a serem utilizados em 2025.

A ideia da FIA passa por ter o novo monolugar de 2025 definido durante 2022. Segundo se pensa, os novos motores devem debitar cerca de 400 Kw/543 cv do motor de combustão e outro tanto do motor elétrico, arquitetura 1.6 litros V6, de novo com unidades de recuperação de energia, os novos combustíveis deverão pode mater o mesmo nível de rpm (rotações por minuto) o que significa que o som será semelhante. Fazendo uma comparação com as atuais unidades motrizes, estas debitam 550kw/748cv no motor de combustão, mais 120kw/163 cv) via sistema híbrido, sendo portanto, como se percebe, uma boa diferença.

O mais interessante disto tudo é que as companhias petrolíferas estão todas muito interessadas no desenvolvimento de combustíveis sintéticos, que serão bem mais limpos, até porque os motores de combustão existentes vão demorar muitos anos a desaparecer.

O objetivo final é o mesmo nível de performance atual com um terço do combustível. Outro ponto interessante é que o aumento de recolha de energia para ser usada, não faz sentido só para um eixo dos monolugares, atrás como sempre foi- e aí podem surgir as quatro rodas motrizes. E com os 4X4 a complexidade das suspensões aumenta muito, pelo que podem também ser recuperados sistemas, suspensão ativa, por exemplo, que foram banidos no passado.

Outra maneira de se conseguir menos consumo é através da aerodinâmica, e aí entra também a possível aerodinâmica ativa, pois em reta quanto menos asa, mais velocidade, menos consumo.

Resumindo, para 2025, combustíveis sintéticos, aerodinâmica ativa e uma passagem de motores que, somados passam de 910 cv em corrida para 1086 cv.

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Carlitos 01
3 anos atrás

Lá que as projeções futuristas são bonitas e entusiasmantes, é um facto!

roq
roq
3 anos atrás

Uma salganhada de ideias, digo eu. Motores de combustão a eco fuel + motores elécricos + 4 rodas motrizes + suspensão activa, tudo a ser gerido pelos computadores, quiçá também o robot que se vai sentar no volante.
Já tinham estragado o desporto com esta F1 actual, onde são os engenheiros quem mais manda, resta acabar o trabalho definitivamente e criar uma formula ainda mais complexa complicada e controlada de fora, para gáudio dos magnatas que controlam e enriquecem com a industria e entretenimento dos engenheiros.

Não me chateies
Não me chateies
3 anos atrás

A Fórmula 1 é rica e pode pagar umas quantas unidades de captura de CO2 e conversão em n-octano, ajudavam a desenvolver a tecnologia ao ponto de ser economicamente viável.

Não me chateies
Não me chateies
Reply to  Não me chateies
3 anos atrás

Os motores com este combustível podem ter um rendimento superior devido a maior compressão, pelo menos foi o que a Audi estava a tentar desenvolver esses combustíveis.

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
Reply to  Não me chateies
3 anos atrás

Isso não ajuda a desenvolver combustíveis ecológicos mais eficientes para aplicar nas partes da indústria que não pode ou ainda não consegue fazer conversão para outro meio de propulsão mais amigo do ambiente.

Por exemplo a indústria da aviação civil e comercial precisa urgentemente de uma opção e quanto mais eficiente ela se tornar, mais dinheiro poupam. O mesmo para todos os transatlanticos e cargueiros que por agora não é viável economicamente fazer conversão para outro meio de propulsão.

Um eco-combustível pode ser a maneira perfeita para uma transição menos poluente enquanto não se usam alternativas 100% ecológicas.

chicanalysis
3 anos atrás

Tudo muito bonito mas, seja fóssil ou sintético, existindo combustão existirão sempre emissões, não se pode dizer que seja um grande passo rumo à sustentabilidade.
À velocidade a que a tecnologia tem evoluído, em 2025 os sistemas 100% elétricos já deverão superar as características aqui enunciadas quer em potência quer em densidade energética, com a vantagem de se basearem numa tecnologia muito mais simples, eficiente e limpa.
Conclusão, parece que tudo está a ser feito para agradar às petrolíferas.

vacuum2021_outlook_pt
vacuum2021_outlook_pt
3 anos atrás

Acho piada à publicidade à Marlboro no modelo futurista de 2025!

Pity
Pity
Reply to  vacuum2021_outlook_pt
3 anos atrás

É que, nessa altura, a Malboro estará a produzir pastilhas elásticas, em vez de cigarros 🙂 🙂 🙂

JP INAU
JP INAU
Reply to  vacuum2021_outlook_pt
3 anos atrás

São cigarros daqueles eléctricos que só vão emitir vapor de água.

Scuderia Fast Turtle
Scuderia Fast Turtle
3 anos atrás

4×4 na f1 e uma idiotice pegada.

Já tentaram a umas décadas atrás e depressa desistiram.

ma-nac
ma-nac
3 anos atrás

Não gostam, não gostam, mas as cores da Ferrari surgem sempre em primeiro plano!… É a grandeza da equipa n1 na F1… Os outro é só mudar cor…

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
3 anos atrás

Parece-me bem, tudo o que ajude a encontrar alternativas menos poluentes, que ajudem as indústrias a conseguirem ser bem mais amigas do ambiente enquanto não conseguem converter-se para energias 100% ecológicas, é sempre bem-vindo.

chicanalysis
Reply to  Frenando_Afondo™
3 anos atrás

O problema é que a solução apresentada parece mais ser uma forma de embelezar a imagem do que de assumir uma solução. efetiva. É como se o médico recomendasse a um doente com um cancro nos pulmões que passasse a fumar só metade de cada cigarro.

Kaos
Kaos
3 anos atrás

Bem, se o sector de transportes é responsável por 28% por cento das emissões de co2 para a atmosfera, quando decidem que devem atacar nos restantes 70%?

Ligier
Ligier
3 anos atrás

Isto lembra-me uma história curiosa. Em 1969 tanto Graham Hill como Jochen Rindt recusaram guiar o Lotus 4WD preferindo o antigo 49. Chapman já tinha vendido um deles ao Jo Siffert mas convenceu-o a devolver e guiar em troca o 4×4. A corrida foi uma luta épica de Rindt e Stewart e quanto ao Siffert terminou em último. Bem sei que as épocas não são comparáveis, mas o que me parece é que querem matar a F1 de vez tal como a conhecemos. O regresso do efeito de solo concordo bem como os combustíveis sintéticos. Agora 4×4… Suspensão activa não… Ler mais »

Last edited 3 anos atrás by ligier
Scuderia Fast Turtle
Scuderia Fast Turtle
Reply to  Ligier
3 anos atrás

Essa não sabia. Mas houve bues marcas com 4×4.

Salvo erro a primeira vitória 4×4 e a última com motor dianteiro foi feita pela Ferguson. Hoje Massey Ferguson que é um gigante dos tratores.

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