GP Singapura F1: As inconsistências da FIA

Por a 2 Outubro 2022 19:30

O Grande Prémio de Singapura foi uma prova complicada, mas a FIA voltou a mostrar algumas inconsistências nas suas decisões, acabando por deixar a classificação suspensa desnecessariamente.

Uma vez mais, foram diversas as decisões que foram incompreensíveis para todos, equipas, pilotos, jornalistas, adeptos, etc, e que mostram que é preciso que a entidade federativa evolua nos seus procedimentos.

A chuva abateu-se sobre Marina Bay e ficou evidente que dificilmente a prova poderia ter o seu início à hora marcada. Aliás, se voltasse a chover, haveria até dúvidas sobre se o Grande Prémio de Singapura poderia ser realizado.

A direção de prova adiou todo o procedimento, compreensivelmente, dado que o circuito tinha tanta água que era impossível para um Fórmula 1 lá circular.

Porém, meia hora depois da hora marcada era já evidente que as condições necessárias para que uma corrida da categoria máxima pudesse ter lugar seriam alcançadas rapidamente.

No entanto, só uma hora depois do horário previsto foi avançado que, vinte minutos depois seria iniciado o procedimento para que o Grande Prémio de Singapura fosse realizado – isto significou uma hora e cinco minutos de atraso.

A pista evoluiu de tal forma, que quando a corrida teve o seu início, os pneus de chuva já não eram necessários, tendo todos os pilotos usado intermédios.

Nos últimos tempos tem-se assistido à relutância da FIA em permitir a realização de corridas em que os pneus de chuva são usados, mas se esta é uma norma para ficar, talvez fosse conveniente que fosse comunicado de forma clara para que sejam evitadas expectativas infundadas.

Na corrida em si, assistiu-se a uso inconsistente do Safety-Car.

Quando Guanyu Zhou parou numa escapatória com danos ligeiros no seu carro e ao lado de uma saída para trás das barreiras de proteção, o Mercedes pilotado por Bernd Maylander foi chamado à pista.

Esta decisão reagrupou todo o pelotão e poderia ter um impacto na decisão da corrida, caso estivesse perto do ponto de trocar pneus intermédios por slicks, o que por acaso não aconteceu.

No entanto, mais tarde, Esteban Ocon parou em pista com problemas na unidade de potência do seu Alpine, obrigando a que os comissários se aproximassem do traçado para o recolher o carro de Enstone, o que os colocou uma situação de exposição, mas foi espoletado, apenas, uma situação de Safety-Car Virtual.

Num cenário em que rapidamente o Alfa Romeo foi recuperado e sem que houvesse grande risco para os comissários, colocou-se o Safety-Car em pista; numa situação em que havia alguns riscos para recuperar o Alpine, adoptou-se um procedimento que nem sequer reagrupa os carros, deixando os comissários a trabalhar com carros a passar, ainda que a ritmo reduzido.

Para terminar, os episódios em que Sérgio Pérez não respeitou a distância de dez carros para o Safety-Car, ocorridos bastante antes do final da corrida, foi decidido esperar pelo final da prova para deliberar.

É evidente que é conveniente que os Comissários Desportivos tenham todos os dados para que possam decidir em consciência, mas uma decisão que pode levar a alteração do vencedor deve ser tomada, idealmente, antes do final da corrida, para que todos vejamos no degrau mais alto do pódio o piloto que realmente venceu o evento.

Todos sabemos que existem situações que só apenas após a corrida poderão ser determinadas, havendo por isso a classificação provisória e a classificação homologada, mas esses têm de ser cenários extraordinários.

No caso de Singapura, dificilmente, os comissários desportivos não tinham a informação necessária para tomar uma decisão, arrastando a indefinição para lá do final da corrida desnecessariamente.

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