GP Portugal F1: Lewis Hamilton faz história e conquista a 92ª vitória

Lewis Hamilton tornou-se no piloto mais bem sucedido da história da F1 e venceu o GP de Portugal.

Depois de alguma ‘indefinição’ inicial, Lewis Hamilton (Mercedes F1 W11) acertou o ritmo e assegurou facilmente a 92ª vitória da sua carreira, batendo desta forma o recorde de Michael Schumacher.

Valtteri Bottas (Mercedes F1 W11) foi segundo depois de uma corrida em que foi cedo para a frente, mas cedeu claramente face ao seu colega de equipa, ficando mais uma vez provado que só num dia mau consegue bater o inglês, muito menos numa pista desafiante como é Portimão.

Max Verstappen (Red Bull RB16/Honda) arrancou com pneus macios, andou bem nas primeiras voltas, mas quando trocou para médios eclipsou-se e nunca mais conseguiu estar a menos de sete segundos de Bottas, terminando na terceira posição.

Bom quarto posto para Charles Leclerc (Ferrari SF1000), que voltou a superar o que vale o seu carro, ficando também demonstrado que a Ferrari, a pouco e pouco está a melhorar.

Quem também esteve muito bem em Portugal foi o vencedor da corrida de Monza, Pierre Gasly (AlphaTauri AT01/Honda), que com uma manobra nas últimas voltas da corrida, passou Perez e subiu para o quinto posto.

Carlos Sainz (McLaren MCL35/Renault) liderou nas primeiras voltas, depois de se adaptar mais rapidamente que os adversários à chuva que caía, mas depressa foi andando para trás, ainda que tenha estado bem inserido na luta do meio do pelotão. Terminou em sexto depois de passar Pérez na última volta

Grande corrida de Sergio Perez (Racing Point RP20/Mercedes), que apesar dum ‘qui pro quo’ inicial com Verstappen, realizou uma estupenda exibição, cheia de ritmo e acima de tudo, garra, terminando em sétimo, sem argumentos (pneus) para aguentar os adversários atrás de si.

Esteban Ocon (Renault R.S.20) foi um dos destaques desta corrida. Depois de um começo de fim de semana menos conseguido por parte da Renault, o jovem francês fez um primeiro stint tremendo, extraindo mais de 50 voltas do primeiro jogo de pneus o que lhe permitiu subir até ao oitavo lugar numa excelente prestação.

Daniel Ricciardo (Renault R.S.20) esteve envolvido em boas lutas durante a corrida e chegou a estar perto do top5 mas teve de se contentar com um nono lugar, com um segundo stint com menos andamento.

Sebastian Vettel (Ferrari SF1000) conseguiu acabar nos pontos. O primeiro stint foi bem conseguido, andando pelo oitavo lugar a certo ponto. O segundo stint não foi tão positivo mas chegou ainda assim para acabar nos pontos, embora longe do que o seu colega conseguiu.

Destaques para Kimi Räikkönen (Alfa Romeo C39/Ferrari) que teve uma excelente largada e andou nas lutas da frente nas primeiras voltas, caindo gradualmente até ao nono lugar. Não conseguiu aguentar Vettel atrás de si e ficou à porta dos pontos.

Alexander Albon (Red Bull RB16/Honda) voltou a ter um fim de semana negativo e viu o seu colega de equipa dar-lhe uma volta de avanço. Se não mostrar mais em Imola, fica com o lugar em risco para 2021.

Lando Norris (McLaren MCL35/Renault) poderá ficar com o prémio de azarado do dia. Um toque provocado por Lance Stroll (que foi penalizado) danificou o carro e comprometeu a corrida logo aí. A meio da corrida um furo lento acabou com as aspirações do jovem.

O filme da corrida

Primeira volta foi louca em Portimão. Hamilton largou melhor e Bottas ainda chegou a ficar atrás de Verstappen, mas o #77 conseguiu recuperar o segundo lugar. O #33 da Red Bull deu um toque em Sérgio Pérez e o mexicano foi atirado para fora da pista. Os níveis de aderência eram muito baixos e a chuva começou a cair em certas partes do traçado, de tal forma que Hamilton perdeu a liderança para Bottas. Carlos Sainz estava melhor e conseguiu subir até ao terceiro lugar, passando depois Hamilton e Bottas, assumindo a liderança da corrida, seguido de Bottas, Hamilton e Lando Norris. Kimi Raikkonen com uma largada espetacular era sexto, atrás de Verstappen, que com dois erros perdeu muitas posições, num incidente que não mereceu investigação por parte dos comissários.

Na frente, Sainz mantinha a liderança à frente de Bottas e Hamilton, mas na volta seis Bottas passou Sainz que ficava à mercê de Hamilton. Na volta seguinte Hamilton “despachou” Sainz e Verstappen estava agora com vista privilegiada para a caixa de velocidades do McLaren #55. No começo da volta 8 Verstappen passou Sainz e o top 3 regressava à “normalidade”.

Bottas liderava a corrida confortavelmente, com Hamilton longe de poder fazer um ataque, enquanto atrás , Verstappen queixava-se dos pneus e começava a perder tempo. Na volta 15 o holandês estava a 9 seg da liderança e atrás de si vinha Leclerc, sem ritmo para assustar ainda.

Também Lewis Hamilton se queixava do pneus dianteiro esquerdo, o que mais sofre no AIA. Enquanto os homens da frente se queixavam, Daniel Ricciardo entrava nas boxes e era o primeiro a trocar de pneus. Apesar das queixas de Hamilton, o britânico fazia a melhor volta (volta 16 e 17).

Mais atrás Sainz estava a ser fortemente atacado por Pierre Gasly e Norris sustinha os intentos de Lance Stroll. No começou da volta 19, Stroll envolveu-se num incidente com Norris na curva 1, fazendo um pião e caindo para 11º. Norris com danos na sua asa dianteira também pediu para entrar nas boxes.

LAP 18/66

Stroll’s tries to overtake Norris around the outside of Turn 1 and there’s contact! 😮

The Canadian spins off, both drivers have wing damage and they’ve returned to the pits for repairs#PortugueseGP 🇵🇹 #F1 pic.twitter.com/F0ANqmgaeW

— Formula 1 (@F1) October 25, 2020

O ritmo de Hamilton permitiu que se aproximasse de Bottas e na volta 20, o #44 passou Bottas e voltou à liderança da prova.

Lewis Hamilton afastou-se rapidamente de Valtteri Bottas e no espaço de três voltas ganhou três segundos. Verstappen e Leclerc mantinham a posição e Gasly passou por Sainz na volta 22, finalizando o ataque que já durava há duas voltas.

Max Verstappen entrava nas boxes na volta 24, na mesma altura que Lance Stroll era penalizado pelo incidente com Lando Norris. O holandês ficava atrás de Sainz que por sua vez estava atrás de Gasly, que seguia em quarto. A chuva continuava a ameaçar, mas Hamilton estava com um ritmo tremendo e na volta 27 já tinha quatro segundos de vantagem para Bottas, enquanto Leclerc se mantinha em terceiro.

Sainz entrou nas boxes na volta 27, entregando o quinto posto a Verstappen. Vettel que estava em oitavo (largou de 15º) entrava nas boxes na volta 28, entregando o oitavo posto a George Russell, com uma boa prova até então.

Enquanto na frente todos esperavam pelas paragens nas boxes, atrás Carlos Sainz e Kimi Raikkonen proporcionavam uma excelente luta em pista, que terminou na volta 34 com o McLaren a subir para o décimo posto.

LAP 33/66

Carlos ⚔️ Kimi

Sainz finally gets the upper hand 👏#PortugueseGP 🇵🇹 #F1 pic.twitter.com/5SiA8HcOqK

— Formula 1 (@F1) October 25, 2020

Na frente, Bottas queixava-se de um aviso de sobreaquecimento do carro ao mesmo tempo que o duelo Pérez vs Ocon animava a volta 35 numa luta espetacular que por fim sorriu a Pérez, com o mexicano a conquistar o quinto lugar nesse momento.

Leclerc entrou nas boxes na volta 35, entregando o terceiro posto a Verstappen. Na frente Hamilton dizia que os pneus ainda estavam bons.

Na volta 38 Russell entrou para as boxes e caiu para 14º, depois de um primeiro stint muito bom.

Max Verstappen não estava com um ritmo impressionante e geria o nível de combustível, estando perto suficiente de Bottas para que este não pudesse relaxar muito. Na frente Hamilton parecia estar a controlar da melhor forma a prova e a 92ª estava cada vez mais perto.

Hamilton foi chamado às boxes e saiu em 2º lugar ainda com vantagem para Verstappen. Bottas assumiu a liderança da prova e pedia pneus macios, mas saiu das boxes com os pneus duros, uma medida estabelecida pela equipa ( o primeiro escolhe os pneus e o segundo recebe os mesmos). O finlandês saiu da boxes e ficou a 10 segundos de Hamilton e com muitas dificuldades em colocar temperatura nos pneus. Nessa altura Romain Grosjean era penalizado por exceder os limites de pista.

Na volta 44, a luta mais interessante era entre Gasly e Ricciardo que defendia a sétima posição. Pouco depois Lando Norris era obrigado a entrar nas boxes, com um furo lento a prejudicar a prova do #4. Na volta 46 Gasly conseguiu finalmente passar por Ricciardo e subir ao sétimo posto.

LAP 47/66

Gasly gets past Ricciardo at Turn 1 and he’s up to P7 – great work from the Frenchman 👏#PortugueseGP 🇵🇹 #F1 pic.twitter.com/eBn0C6Xnkg

— Formula 1 (@F1) October 25, 2020

Perez entrou nas boxes na volta 46 e calçou pneus macios usados e mantinha-se no sexto lugar (ele que chegou a estar em último no começo da prova).

Na volta 48 Sainz passou por Ricciardo sem dificuldade e subia ao oitavo posto. Nesta altura o destaque era para Ocon que seguia em quinto ainda sem ter parado uma vez.

Nesta fase Hamilton controlava a corrida sem dificuldade, enquanto Bottas começa a ficar irremediavelmente para trás com Verstappen a alguma distância.

As últimas 15 voltas foram de controlo absoluto para Hamilton que nunca foi incomodado depois de ter subido ao primerio lugar. Bottas não conseguiu aproximar-se da frente, tal como Verstappen não conseguiu aproximar-se de Bottas. O top 4 parecia assim definido, pois Leclerc fazia uma excelente corrida, embora algo calma, sem lutas para o animar.

LAP 63/66

Battle for P5 👀

Gasly has Perez in his sights but he’s running out of laps#PortugueseGP 🇵🇹 #F1 pic.twitter.com/OrA6en0tU5

— Formula 1 (@F1) October 25, 2020

O foco nas últimas voltas virou-se para a luta pelo quinto posto com Gasly a atacar Pérez e o mexicano sem argumentos para segurar o francês. Os pneus macios não eram a escolha certa e Pérez defendeu-se com tudo mas o ritmo de Gasly era muito superior. Pérez ainda perdeu para Sainz na última volta caindo para sétimo. O top 10 ficava assim definido, com Ocon na frente de Ricciardo e Vettel a fechar os dez primeiros lugares, depois de passar por Kimi Raikkonen.