GP Grã-Bretanha F1: Grito de revolta para Valtteri Bottas

Valtteri Bottas conseguiu em Silverstone a décima pole position da sua carreira na Fórmula 1 e a quarta este ano, ‘desempatando’ com o seu colega de equipa na Mercedes, Lewis Hamilton, que soma apenas três, e logo em Silverstone, uma pista em que o inglês tem sido Rei e Senhor no que às qualificações diz respeito. Desta forma, o finlandês sairá pela primeira vez na frente no GP da Grã-Bretanha.

Este é um excelente sinal para Bottas, que em ‘casa’ do seu colega de equipa mostra que quer ‘virar o tabuleiro’, mas uma coisa é a qualificação, outra a corrida. Uma boa demonstração de Bottas, que não vence desde o GP do Azerbaijão, tendo depois disso visto o seu colega de equipa vencer quatro Grandes Prémios, e também Max Verstappen, que como certamente se recordam, venceu o último Grande Prémio disputado, há 15 dias no Red Bull Ring.

Desta feita, e algo estranhamente, Lewis Hamilton não se mostrou tão forte em qualificação, em Silverstone, cometeu um erro na sua primeira volta lançada, e melhor pouco na segunda, conseguindo ainda assim ficar apenas a 0.006s do seu companheiro de equipa, uma diferença absolutamente marginal.

Para ajudar à festa, Charles Leclerc colocou o seu Ferrari na terceira posição, e a 0.079s de Bottas, uma diferença muito pequena entre o trio da frente, prometendo desde logo uma boa corrida para amanhã.

Max Verstappen entrou para a derradeira série de voltas na terceira posição,a trás dos dois Mercedes, mas foi passado por Leclerc, por cerca de uma décimo.

Boa qualificação de Pierre Gasly, repetindo o quinto lugar que já conseguiu na Austrália, parecendo que os ‘apertos’ de Helmut Marko podem estar a funcionar, pois o francês tem-se mostrado muito combatido ao longo de todo o fim de semana, ficando a três décimos de Verstappen, o que é aceitável para quem guia o mesmo carro e tem bem menos experiência na F1.

No pólo oposto, má qualificação de Sebastian Vettel, que permitiu que os dois Red Bull ficassem à sua frente, perdendo desta feita muito terreno, pois desta forma vai ficar, muito provavelmente, longe da luta que se vai desenrolar lá à frente com os dois Mercedes, Leclerc, e talvez Verstappen. Com o mesmo carro ficar a mais de seis décimos de Leclerc, é mau. De qualquer forma, teve problemas com o acionamento do DRS e pode estar aí a explicação. Aliás, é quase certo que o justifica, caso se confirme…

Recorde-se que a Ferrari vai arrancar para a corrida com os dois carros com pneus de mistura mais macia, pelo que terão de, em teoria, de parar mais cedo na corrida. Vamos ver, desta feita, como resulta a estratégia.

Na segunda série de volta na qualificação, e para lá do top 6, só Alex Albon ganhou uma posição face ao que tinha conseguido na primeira saída para a pista, batendo Nico Hulkenberg por muito pouco. Mas bateu!

De resto, ficou tudo na mesma, com Daniel Ricciardo na sétima posição, na frente do melhor dos McLaren, o de Lando Norris.

No 11º e 12º lugares ficaram os dois Alfa Romeo, com Antonio Giovinazzi a bater novamente Kimi Raikkonen, o que acontece apenas pela terceira vez este ano, mas o mais interessante é que sucede pela terceira vez nas últimas quatro qualificações. Mérito do italiano ou baixa de forma do finlandês?

Carlos Sainz foi 13º, muito longe de Lando Norris, seu colega de equipa na McLaren, que foi oitavo. Em 10 Grandes Prémios, Norris bateu Sainz sete vezes. E é ele o rookie da equipa. Portanto, quanto à sua rapidez, estamos conversados…

Daqui para a frente, todos os que estão na mó de baixo. Os Haas, desta feita nem sequer se qualificaram bem. Kevin Magnussen colocou o seu monolugar na quinta posição na Áustria, desta feita foi 16º. Romain Grosjean foi 14º, não vai ao top 10 desde o GP de Espanha.

O mesmo se aplica à Racing Point. Sergio Pérez foi quinto no Azerbaijão, mas desde aí, 15º, 17º, 16º, 14º, 16º e agora 15º em Silverstone.

De Lance Stroll é melhor nem falar. Foi 18º, e este ano ficou sempre entre a 16ª e 18ª posições. O carro é mau, já se percebeu, mas pelo menos o canadiano tinha que andar mais perto de Pérez. E não consegue.

Quanto aos dois Williams o único facto relevante é que George Russel está a ‘dar’ 10-0 a Robert Kubica…