GP Austrália F1: Dobradinha Ferrari, triunfo de Carlos Sainz

A terceira ronda do ano, que se realizou em Albert Park, Melbourne colocou um fim numa sequência de 43 Grandes Prémios sem abandonar, mas desta feita Max Verstappen (Red Bull RB20/Honda) desistiu cedo na corrida, com problemas de travões, o que deixou a luta para os homens da Ferrari e McLaren, com Carlos Sainz (Ferrari SF-24) a regressar aos triunfos, ele que chegou a Melbourne sem a certeza se iria correr no fim de semana devido a uma operação ao apêndice, que o impediu de correr na Arábia Saudita. O espanhol tudo ultrapassou e venceu com todo o mérito o GP da Austrália, oferecendo à Ferrari a primeira vitória do ano.

E logo uma dobradinha, pois Charles Leclerc (Ferrari SF-24) foi segundo, com Lando Norris (McLaren MCL38/Mercedes) a colocar a McLaren no pódio, com Oscar Piastri (McLaren MCL38/Mercedes) em quarto, um bom resultado que não terminou com a ‘maldição’ dos australianos que continuam sem um pódio em ‘casa’.

Corrida apagada de Sergio Pérez (Red Bull RB20/Honda), que continua longe das prestações do seu colega de equipa, terminando num insosso quinto posto. Fernando Alonso (Aston Martin AMR24/Mercedes) foi sexto na frente de Lance Stroll (Aston Martin AMR24/Mercedes), com o top 10 a fechar-se com Yuki Tsunoda (RB VCARB 01/Honda), Nico Hülkenberg (Haas VF-24/Ferrari) e Kevin Magnussen (Haas VF-24/Ferrari) com Alexander Albon (Williams FW46/Mercedes) logo a seguir, mas já fora dos lugares pontuáveis.

George Russell (Mercedes F1 W15) teve um acidente na última volta quando era sétimo e por isso a corrida terminou sob Virtual Safety Car.

Para Carlos Sainz (Ferrari SF-24), cirurgia, recuperação e vitória. Grande corrida e grande pilotagem de Carlos Sainz, que depois de passar Verstappen, controlou muito bem a sua corrida nunca tendo o seu triunfo em xeque. Na volta 2, ultrapassou Max Verstappen, na volta 25 liderava com mais de 3.3s para o seu companheiro de equipa, a Ferrari explicou pouco antes a Charles Leclerc que queriam manter as posições entre os dois pilotos da Ferrari, por isso não houve qualquer luta entre primeiro e segundo classificados.

Na volta 33 o avanço era de oito segundos e foi às boxes na volta 42 teve que acelerar um pouco a 10 voltas do fim porque Lando Norris, em terceiro, atacava Charles Leclerc, mas tudo permaneceu inalterado até final. Grande vitória do espanhol, que, note-se, não tem ainda equipa para o ano, pois vai sair da Ferrari e são dele as duas últimas vitórias da equipa.

Charles Leclerc (Ferrari SF-24) teve uma corrida de gestão atrás do seu colega de equipa, a Ferrari decidiu, inteligentemente que os seus dois pilotos não se iriam atacar, e com isso garantiram uma fantástica dobradinha para a equipa. O monegasco controlou bem os dois McLaren atrás de si, na volta 35, Leclerc estava com dificuldades com os seus pneus e foi às boxes terminando a corrida sem mais problemas.

Lando Norris (McLaren MCL38/Mercedes) terminou no pódio, a primeira vez desde São Paulo. Não conseguiu chegar aos Ferrari, que tinham melhor ritmo, o que ficou logo claro na primeira parte da corrida. Depois de passar para a frente de Oscar Piastri, o inglês ainda tentou, mas já não deu para chegar ao Ferrari de Leclerc, ficando também evidente que a McLaren se está a aproximar, devagar, da Red Bull e da Ferrari. Na volta 15 foi às boxes, regressou atrás de Oscar Piastri, com pneus duros montados no seu MCL38, mas ordens de equipa fizeram-no passar Piastri e assim ficou até final, terminando com uma vantagem confortável para o seu colega de equipa.

Oscar Piastri (McLaren MCL38/Mercedes) repetiu o quarto lugar da Arábia Saudita e está cada vez mais junto dos melhores pilotos do plantel. Cumpriu bem o seu papel, cedeu a posição a Norris, e por ali ficou contribuindo para um bom resultado de conjunto da equipa, pois sabe que a sua vez há-de chegar e a equipa fica-lhe a ‘dever’ esta. Na volta 15 Norris regressou atrás de Oscar Piastri, mas a equipa ordenou a troca de posições, na volta 42 ultrapassou Alonso depois das trocas de pneus.

Sergio Pérez (Red Bull RB20/Honda) foi um quinto classificado muito discreto, deixando claro a sua diferença para Max Verstappen, com um carro igual. É abismal a diferença de ritmo de um carro e de outro, e isso ficou mais uma vez claro nesta corrida. Não é só o Red Bull RB20 que é um bom carro, mas sim Verstappen que faz a maior parte da diferença, porque hoje em luta com os Ferrari e McLaren o segundo Red Bull ficou a ‘milhas’.

Na volta 15, Sergio Pérez estava a ser pressionado por Lewis Hamilton, na volta 27 já procurava passar Alonso o que fez, na volta 36 passou para pneus mais duros e regressou em nono, mas nada do que fez lhe serviu para mais do que uma corrida muito morna. Demasiado para quem tem um RB20. Seria um bom dia para se afirmar, face à ausência de Verstappen, mas ficou muito longe de o conseguir.

Depois do quinto posto em Jidá, Fernando Alonso (Aston Martin AMR24/Mercedes) foi sexto em Melbourne. O espanhol aproveita sempre as suas oportunidades, e nesta corrida foi às boxes sob o primeiro safety car virtual quando Hamilton parou em pista, o que o colocou à frente de Perez e embora o piloto da Red Bull o tenha ultrapassado, não conseguiu livrar-se do espanhol antes da última ronda de paragens. Como sempre, fez tudo o que podia para se chegar mais à frente, mas mesmo ‘este’ Red Bull, foi demais para o espanhol.

Mais um dia péssimo para a Mercedes. George Russell (Mercedes F1 W15) teve uma boa luta com Alonso, mas a sua corrida acabou de rodas para o ar. Lewis Hamilton desistiu cedo com problemas mecânicos. A Mercedes não está só longe da Red Bull, mas para já também longe da Ferrari e McLaren.

Lewis Hamilton começou com pneus macios depois de se ter qualificado apenas em 11º, não lhe valeu de muito para progredir, e abandonou cedo com uma falha de motor.

George Russell bem lutou para levar algo desta corrida, mas a sua falta de ritmo para o top 5 era notória.

Ainda assim na volta 8 trocou pneus médios por duros reagindo às paragens antecipadas de outros pilotos na volta 44 era quinto com pneus muito velhos, à frente de Perez e Alonso, mas teve mesmo de ir às boxes e mesmo no final despistou-se com um grande acidente, ficando o seu carro tombado de lado.

não podia acabar pior o fim de semana da Mercedes.

Lance Stroll (Aston Martin AMR24/Mercedes) foi sétimo, na frente de Yuki Tsunoda (RB VCARB 01/Honda), Nico Hülkenberg (Haas VF-24/Ferrari) e Kevin Magnussen (Haas VF-24/Ferrari).

Depois da sua boa qualificação, Yuki Tsunoda garantiu o oitavo lugar, atrás do Aston Martin de Lance Stroll, com um desempenho igualmente forte na corrida, houve uma fase da corrida em que parecia que Alex Albon poderia justificar a decisão da Williams de deixar de fora Logan Sargeant, pois o anglo-tailandês não estava longe de assegurar o 10º posto, mas a estratégia da Haas de colocar Nico Hulkenberg com pneus duros e mantê-lo muito tempo em pista valeu a pena, e o alemão terminou em nono com o acidente de Russell, com Albon a não ser capaz de assegurar o 10º lugar pois Kevin Magnussen no segundo HAAS ultrapassou-o.

Daniel Ricciardo não conseguiu melhor do que o 12º, ainda assim nada mau para quem partiu de 18º.

Os Alpine de Pierre Gasly e Esteban Ocon (13º e 16º) conseguiram as suas melhores posições de conjunto do ano, o que com o 13º e 16º é muito pouco para destacar, mas para além de um carro que pouco anda, ainda tiveram penalizações e pequenos problemas que os atrasou ainda mais.

Já na Sauber, os problemas nas boxes estão a fazer os carros perder bem mais tempo do que em pista.

Tanto Valtteri Bottas como Zhou Guanyu tiveram paragens fortemente longas nas boxes a arruinarem ainda mais os resultados dos dois pilotos.

A F1 prossegue dentro de duas semanas no Japão, em Suzuka.