F1, Testes de Barcelona: Destaques do primeiro dia (segunda semana)

Por a 6 Março 2018 18:59

Depois de uma semana em que o frio, a chuva e a neve foram as principais protagonistas, a segunda semana de testes começou com céu azul e sol radiante sobre a pista da Catalunha. Um pouco de bom tempo para amenizar as vozes críticas que sugerem que a F1 não deveria testar na Europa mas sim noutras paragens, onde por esta altura se fazem sentir temperaturas que máquinas e pilotos vão enfrentar mais vezes. É um debate importante, pois se por um lado apostar em paragens mais longínquas e mas mais quentes pode ter benefícios na recolha de dados , pode também prejudicar as equipas, especialmente as mais pequenas. Os testes servem para explorar os novos carros que muitas vezes surgem com pormenores ainda em fase de desenvolvimento, o que implica a chegada de novas peças a um ritmo elevado. Enviar peças da Inglaterra ou Itália para Espanha e significativamente mais barato e rápido que enviar para o outro lado do mundo.  Para já parece que a discussão vai arrefecer tendo em conta as previsões para os próximos dias.

 

O melhor tempo de hoje ficou ao nível do melhor tempo do primeiro dia da semana passada, com condições muito menos favoráveis, o que diz bem da vontade das equipas nesta fase. Espera-se que os tempos baixem em média 2 segundos este ano, e com a pole a ser feita no ano passado em 1:19:149, espera-se que os pilotos possam chegar ao minuto 16. 1:20:396 foi o melhor tempo de hoje (Vettel) mas ficou no ar a ideia que as equipas pretendiam essencialmente rodar muito, em vez de muito depressa.

Vendo os stints que os pilotos fizeram ao longo do dia, tivemos carros a rodar em 1:24 em média, o que pode evidenciar carros com muito combustível ou com modos de potência mais baixos. Afinal é preciso conhecer ainda a fundo as máquinas antes de começar a extrair delas mais velocidade. É este trabalho que deveria ter sido feito na semana passada, que está ainda a ser feito. Daqui por algumas horas os turnos da noite das equipas vão desmontar os carros por completo e analisar ao milímetro todos os componentes e perceber que tipo de desgaste tiveram. Numa época em que apenas três unidades motrizes são permitidas, este trabalho de entendimento do desgaste das mecânica é fundamental para o sucesso. Assim, é preciso colocar muitos quilómetros nos carros para entender uma quantidade infindável de variáveis que irão afectar os carros ao longo do ano.

Foi isso que as equipas fizeram hoje. Ferrari, Mercedes, Red Bull, Renault, Sauber e Williams fizeram mais de 100 voltas hoje, enquanto a Haas ficou pelas 96 voltas, seguida da Force (93), da Toro Rosso (53) e da McLaren (38).

 

Para as equipas que ficaram hoje no top3, pudemos constatar que os ritmos colocados em pista foram similares. Não podemos dizer já que a Mercedes Ferrari e Red Bull estão equiparadas, até porque nos falta conhecer muitos dados mas a amostra inicial indica isso. Foi essa a sensação deixada na semana passada e que permanece no dia de hoje. Pelo menos ao nível da fiabilidade Mercedes e Ferrari estão bem e recomendam-se mas a Red Bull voltou a encontrar problemas o que, embora não seja preocupante, é sempre um factor a ter em conta. Pudemos também ver que nestas condições, as diferenças de andamento entre os pneus médios e macios não é significativa.

 

A fiabilidade continua a ser o calcanhar de Aquiles da McLaren. Apenas 38 voltas e duas paragens em pista,são o resultado final deste dia claramente negativo. A McLaren surgiu com mais entradas de ar na traseira que na semana passada apareceu queimada após as primeiras voltas, mas pelos vistos o problema manteve-se pois o padrão visto há 5 dias, voltou a aparecer. Embora possa ser uma conclusão precipitada, não seria de admirar que os problemas que hoje se verificaram (falha eléctrica e falha do sistema hidráulico) possam ser originados pelo sobreaquecimento na traseira do monolugar laranja. A McLaren gosta de ter uma traseira o mais fina possivel, para fins aerodinâmicos, mas tal complica o arrefecimento dos componentes da unidade motriz. Se é esse o problema? Para já não se sabe mas  a unidade motriz da Renault aguentou na Red Bull e na Renault.

Do outro lado da via das boxes, quem se deve estar a rir é a Honda que tem rodado sem problemas com a Toro Rosso. Hoje apenas fizeram 53 voltas mas Gasly teve lugar no top5. É provável que quando o andamento aumentar o cenário mude de figura, mas Franz Tost já afirmou que espera ter um pacote melhor que a McLaren com o decorrer do ano, sinal de confiança na Honda.

A Haas voltou a ter um dia positivo, a Williams esteve discreta mas fez as voltas suficientes para cumprir com o seu plano de trabalho, assim como a  Renault Force India. A equipa de Pérez e Ocon espera um ano bem mais difícil e com mais concorrência e as primeiras impressões fazem crer que há ainda muito trabalho pela frente.

 

São estes os destaques de hoje. Amanhã será mais um dia de muito trabalho e muitos quilómetros para as equipas.

 

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2 Comentários
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Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
6 anos atrás

Bem, a Mclaren a cada teste abre novos buracos, quando acabar vai parecer um queijo suíço.

E a tampa do motor continua a aparecer queimada no mesmo local. Estão à espera do quê para modificar aquela zona para deixar mais espaço para dissipar o calor?

so23101706
so23101706
Reply to  Frenando_Afondo™
6 anos atrás

Então não vê que a culpa é da Honda?
«Jipitú ínjin. Jipitú ínjin».

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