F1: Relação entre a Williams e Robert Kubica continua a azedar

O que parecia um sonho está a revelar-se, aos poucos, em algo mais parecido com um pesadelo. O regresso de Robert Kubica à F1 foi elogiado por muitos, mas desde início que parecia claro que a falta de andamento do polaco iria complicar a relação.

Primeiro foram os rumores da possível troca de pilotos, rumores que ainda duraram algumas semanas e agora, desde o regresso das férias de verão, um descontentamento cada vez maior de Kubica, que atingiu o auge no GP da Rússia, com a equipa a retirar o carro do polaco da corrida para poupar peças. No Japão o cenário não melhorou.

O piloto voltou a criticar a equipa e questionou algumas decisões tomadas, em especifico o não uso de uma asa dianteira nova, testada na sexta feira que terá agradado a Kubica, mas que foi retirada do carro do polaco antes da qualificação:

“A sexta-feira foi muito boa”, disse Kubica. “Pela primeira vez em muito tempo. Mudamos a asa dianteira, não era para ser melhor e no segundo carro não deu nenhuma vantagem. Mas o meu carro ficou muito melhor. No entanto, por razões estranhas, a asa foi retirada do meu carro esta manhã antes da qualificação. Acho que houve muito tempo para pensar no sábado”, acrescentou. “O tufão passou, mas acho que a decisão não estava relacionada com a pista, mas mais com outras razões ou escolhas. Esta manhã, no entanto, me deu muito em que pensar. Eu sabia algumas coisas, mas esta manhã alguns limites foram ultrapassados.”

“Eu esperava que, depois da Rússia, viéssemos para aqui para tentar fazer o nosso melhor e foi isso que tentamos fazer na sexta-feira”, disse Kubica. “Na verdade, na sexta-feira, acabei com boas sensações, mas provavelmente boas demais.”

“As condições eram diferentes, mas na sexta-feira aconteceu algo que me deu muita confiança e melhorou a minha confiança no carro. Concordamos em algo e, no domingo de manhã, as coisas mudaram por qualquer motivo. Acho que não foi uma decisão de pessoas que estão aqui. Não quero entrar em detalhes, mas depois da Rússia, onde ficamos decepcionados em geral, quando temos um piloto que diz ‘pela primeira vez por muito tempo, posso guiar o carro correctamente e estou realmente a explorar o carro “, é o que todas as equipas gostam, de ter. Mas por qualquer motivo …”

“Faltam vinte sessões até o final do ano”, disse ele. “Vamos torcer para que algumas coisas sejam resolvidas, embora, como eu disse, esta manhã, pouco antes da qualificação, tenha me permitido entender muito”.

A Williams justificou à motorsport.com a opção da retirada da asa dianteira da seguinte forma:

“Como sempre, discutimos a estratégia mais eficaz antes de cada fim de semana de corrida, mas fazemos ajustes sempre que necessário. A nossa nova ala dianteira sempre foi planeada como um item de teste para este evento. Com o impacto do tufão Hagibis, forçando o cancelamento de todas as corridas no sábado, combinado com as condições de vento inclementes de hoje [domingo], a equipa tomou a decisão de não arriscar correr a nova asa dianteira hoje e sofrer danos antes de realizarmos mais testes em México. Dados os incidentes na qualificação, esta provou ser a decisão correta”.

A relação entre as duas partes continua a piorar e as acusações irão tendencialmente subir de tom. Uma época horrível que continua a não dar sinais de melhoras.