F1: Poderá Alex Albon ser bem sucedido na Williams?

Por a 21 Setembro 2021 16:45

Alex Albon vai ter em 2022 algo raro na F1… uma segunda oportunidade, regressando pela porta da Williams, que depois de perder George Russell para a Mercedes, foi buscar o seu grande amigo para ficar com o seu lugar. Mas tem Albon o que é preciso para ser bem sucedido?

Alex Albon não é consensual para os fãs da F1. Se uns consideram que o jovem tem talento para singrar na F1, outros consideram que não tem o que é preciso para ser bem sucedido. Em 2022 terá a hipótese de provar o que vale, substituindo a estrela da equipa, Russell, que tem feito pequenos milagres a cada fim de semana com o carro à disposição.

O balanço da sua passagem pela Red Bull tem de ser considerado negativo. Mas terá sido assim tão negativo? A F1 tem memória curta e poucos se lembram que Alex Albon entrou na F1 sem experiência. Lando Norris rodou num F1 pela primeira vez em 2017, em Portimão. George Russell testou várias vezes com a Mercedes antes de assumir o lugar na Williams. A grande maioria dos jovens pilotos testou com um monolugar de F1 antes de entrarem no Grande Circo. Albon não. A primeira vez que testou com um F1 foi no teste de inverno em Barcelona, já “a doer”.

O desafio que tinha pela frente era muito maior que o dos outros rookies nesse ano. E em seis meses provou que tinha talento e qualidade para a F1. Infelizmente esse sucesso precoce não lhe trouxe o que merecia. A saída de Daniel Ricciardo colocou um problema à Red Bull que deixou de ter tempo para deixar desenvolver os jovens na Toro Rosso, com Pierre Gasly a pagar uma fatura amarga. Alex Albon, o mesmo que apenas tinha menos de seis meses de experiência, foi chamado para se juntar a uma equipa completamente virada para Verstappen, com ambição de lutar pelo título. E as primeiras impressões foram boas. Aliás, Albon foi o rookie do ano pois teve uma ascensão meteórica e nunca acusou a pressão, fazendo sempre boas exibições, especialmente após erros. O problema foi o ano seguinte em que a sua irregularidade o impediu de ajudar a equipa como quereria.

A Red Bull apoiou Albon e fez quase tudo o que podia para que o jovem ficasse… apenas não fez o mais importante: não teve paciência para deixar que crescesse ao chamá-lo da Toro Rosso, assim como não teve paciência com Gasly. Não teve paciência porque procurava desesperadamente alguém que amealhasse pontos a um ritmo decente, algo que Pierre Gasly não conseguiu fazer e que Albon depois teve também dificuldade. Albon é também culpado e foi-lhe apresentada uma oportunidade de ouro que apenas aproveitou parcialmente. Mas há aqui um fator que deve ser tido em conta. Ao contrário de Gasly, que está a ser constantemente descartado, Albon é sempre elogiado, foi mantido na Red Bull, que tratou de lhe arranjar uma competição para se manter em forma (DTM) e agora tratou de encontrar um lugar para o seu piloto. Albon foi acarinhado de uma forma que não é muito habitual nos pilotos descartados da Red Bull. Não é fácil lembrar um piloto que tenha sido mantido depois da sua oportunidade na F1 não ter dado os frutos desejados… houve um que se manteve em moldes semelhantes que foi António Félix da Costa. O ponto em comum? A equipa quis manter ambos por perto, para qualquer eventualidade, algo que não aconteceria se não tivessem talento. Não podemos ser ingénuos e pensar que as ligações de Albon à Red Bull Tailândia não têm peso em todo este cenário, mas será essa ligação o suficiente para o manter na órbita da Red Bull desta maneira? A forma como todos falam de Albon mostra um respeito pela sua qualidade que não é fácil de encontrar.

Conseguirá Albon ser bem sucedido na Williams? É certamente uma das perguntas mais interessantes da próxima época. Trata-se do tudo ou nada para o jovem. Numa opinião mais pessoal, acredito que sim, que Albon tem mais para dar e que se a sua promoção não tivesse sido apressada, teríamos um Albon muito diferente. Basta olhar para Gasly que se tem tornado num dos melhores da atualidade. Albon já provou que pode ser rápido, que é bom nas lutas roda com roda e que tem a postura indicada para aprender. Mas será isso o suficiente? Terá Albon a mentalidade certa para singrar na F1? Essa é a grande questão. Não parece que falte talento, mas a F1 não vive apenas do “kit de unhas” e há muito mais para lá disso e é aí que as dúvidas surgem em relação a Albon. Na Williams terá o ambiente certo para crescer, mas também a pressão de substituir Russell, com a atenuante da entrada de uma nova era, que pode baralhar por completo a ordem da grelha. Conseguirá Albon aproveitar? 2022 dará a resposta.

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NOTEAM1
NOTEAM1
2 anos atrás

O Albon tem qualidade sim. . O Albon entrou na F1 quando já nem ele acreditava, passou de rookie a piloto principal da Red Bull em meio ano, e no fim do ano seguinte ficou “desempregado”. Pouca coisa fez sentido em relação à forma como a RB geriu a sua presença na F1, um dano colateral, resultado de uma outra relação complicada entre a mesma equipa, mas com um outro piloto. Mas no meio de todo este turbilhão, o Albon demonstrou talento para uma nova oportunidade, uma vez que não me parece em nada inferior a pilotos como Stroll, Giovinazzi,… Ler mais »

Pity
Pity
2 anos atrás

Sem uma “pistola” sempre apontada à sua cabeça, acho que sim. Albon não é um Russell mas, se a Williams continuar a melhorar, como acredito que aconteça, é menino para bater Latifi.

Cágado1
2 anos atrás

Acho que a principal questão que se coloca é se Albon consegue puxar a Williams. Se conseguir, tem o talento suficiente para vingar. Não sei se para seguir vôos mais altos de novo, mas para fazer boa figura.

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
2 anos atrás

Acredito que sim. Com bem menos pressão e liberdade na equipa, sem ter de fazer de mordomo de ninguém, nem ter de se habituar a pilotar um monolugar feito para um piloto específico. Acredito que poderá renascer na F1 e no ano seguinte vai logo para a RB outra vez. Enquanto que deixam Gasly a secar na Alpha Tauri. lol

RedDevil
RedDevil
2 anos atrás

A RB está na F1 para vender muitas latas e garrafas de “Krating Daeng”… O mercado asiático (e principalmente o Tailandês, de onde a RB é originária) é muito importante para o negócio…
Além disso… a RB é maioritariamente (51%) de uma família tailandesa, o Mateschitz tem 49%.

917/30
Reply to  RedDevil
2 anos atrás

Completamente de acordo, nada contra o rapaz mas a verdade é que não foi apenas o talento que o levou á F1.

Peter Parker
Peter Parker
2 anos atrás

Não se iludam… Apesar de simpatizar com o tailandês, a missão principal dele na Williams é sacar o maior número de informações do motor Mercedes! Essa treta que o contrato tem restrições é pura balela e muito me admira como é que o Toto não previu isso no contrato da venda dos motores para a Williams. Embora esses gajos muitas das vezes sejam hipócritas e prepotentes, tenho que lhes tirar o chapéu, o Horner e o Marko fizeram uma jogada de mestre e veremos quando será dado o “xeque-mate” à Mercedes. Albon vai ser o Tom Cruise da F1, numa… Ler mais »

Pity
Pity
Reply to  Peter Parker
2 anos atrás

Acha que o Toto é tótó? Como sabe que ele não previu isso, conhece o contrato?
Pois, penso que ninguém, fora das partes interessadas, conhece. Não se esqueça de que os motores vão ficar congelados, pelo que o hipotético conhecimento por parte dos rivais, não deve ser muito importante.

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