F1, Pat Fry com plano ambicioso na Williams: “dentro de dois a quatro anos, temos terminar entre os três primeiros”

Por a 30 Novembro 2023 17:52

Pat Fry iniciou funções na Williams como diretor técnico, um passo bem medido e estudado por parte dos responsáveis da estrutura de Grove, que quiseram trazer para a equipa um elemento muito experiente com “novas ideias, novos conceitos” – como salientou James Vowles em agosto passado – e que terá pouco impacto no desenvolvimento do carro do próximo ano, mas que é audaz nos objetivos que coloca para a equipa que já venceu nove mundiais de construtores na sua história, marcada recentemente por momentos muito difíceis que a levaram a disputar os últimos lugares da classificação. Fry pretende dar força à recuperação da Williams e lutar pelos três primeiros lugares do mundial de construtores nos próximos anos. 

James Vowles assegurou que a contratação de Pat Fry à Alpine, num momento de remodelação interna da equipa francesa, não surgiu de um momento para o outro, não foi uma oportunidade que surgiu e que foi aproveitada. Segundo o chefe de equipa, foi um passo bem medido e estudado, que além de ser uma mais-valia para o departamento que passa a dirigir, permite a Vowles estar mais  concentrado no plano de recuperação da Williams para os próximos cinco anos. A ideia é que Fry sirva de braço direito a Vowles, estando não apenas focado nos monolugares que terá de desenvolver. Sem muito tempo que permita a Pat Fry acrescentar algo ao trabalho inicial do carro de 2024, o responsável máximo da Williams acredita, porém, que “poderá acrescentar o seu conhecimento e os seus próprios pormenores sobre os aspectos que talvez sejam diferentes dos que ele esperava e corrigir o que conseguirmos” em algumas áreas do próximo monolugar.

Com a permissão da FIA do aumento do valor não abrangido pelo limite orçamental para melhorar as instalações das estruturas –  designado por CapEX – Haas, Alfa Romeo, AlphaTauri e Williams passam a poder gastar 65 milhões de dólares para melhorar as suas fábricas, enquanto McLaren, Alpine e Aston Martin poderão gastar 58 milhões de dólares e Red Bull, Mercedes e Ferrari 51 milhões. O valor previsto para 2024 era de 45 milhões de dólares para todas as equipas, esperando James Vowles que pudesse investir 100 milhões dólares para reabilitar as infraestruturas ultrapassadas de Grove. Ficou com a possibilidade de gastar até 65 milhões, que representa um bom valor para começar. 

Sobre os objetivos traçados para a equipa, o novo diretor técnico da Williams coloca a fasquia alta. “O objetivo final é competir pelo campeonato”, disse Fry, citado pelo Motorsport-Total.com. “Dentro de dois a quatro anos, temos de estar na luta e terminar entre os três primeiros. É uma tarefa difícil se começarmos de onde estamos agora, mas tudo é possível”. 

Além das instalações da Williams poderem sofrer uma atualização maior do que se pensaria, as equipas terão em 2026 uma boa oportunidade para surpreenderem. Um novo regulamento técnico e novas unidades motrizes podem trazer alguma incerteza à ordem de forças na Fórmula 1. “Acho que todas as mudanças nas regras são sempre uma oportunidade”, explicou o diretor técnico da Williams. “Até certo ponto, as equipas maiores têm sempre ferramentas melhores para analisar isso do que nós. Portanto, precisamos construir e desenvolver as ferramentas necessárias para descobrir quais são as especificações do carro para 2026. Quero dizer, temos muito trabalho a fazer, mas é certamente a primeira possibilidade de mudar o jogo. Vamos trabalhar para isso”.

Na derradeira reunião da Comissão de F1, precisando ainda de aprovação do Conselho Mundial da FIA, ficou acordado que “não podem ser efetuados quaisquer trabalhos de desenvolvimento de um carro para a época de 2026 antes do início de 2025”. O que dá tempo a Pat Fry e à Williams de melhorar as condições para o desenvolvimento desse projeto.

Ainda assim, Pat Fry é ambicioso para a sua nova equipa. “Trabalhei com Ron [Dennis na McLaren] e lá a regra era: ‘O segundo é o primeiro derrotado. E trabalhei na Ferrari durante cinco anos, onde apenas se comemoram as vitórias e nada mais”, disse.

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