F1: mercado agita-se com decisões de Daniel Ricciardo

Por a 3 Agosto 2018 17:20

Saiu do colo da RedBull e foi a correr para os braços da Renault, numa decisão que apanhou todos de surpresa. Não há ninguém que possa dizer que tenha previsto este desfecho para as negociações que quer a RedBull quer Daniel Ricciardo, afirmaram durante o GP da Hungria, estavam presas por formalidades. Afinal…

A primeira “formalidade” são 20 milhões de euros/ano que Daniel Ricciardo pediu à RedBull para ficar na equipa. A outra “formalidade” era a duração do contrato, com a equipa de Milton Keynes a oferecer dois anos e o australiano a querer apenas um, pois não queria ficar “agarrado” ao eventual insucesso da Honda e com os olhos postos na situação de Bottas na Mercedes (contrato de um ano mais um de opção)

Cinco dias depois do final do GP da Hungria e em plena pausa estival, Daniel Ricciardo e a Renault decidem espoletar a bomba cujos estilhaços vão provocar mexidas sensíveis no mercado de pilotos. E também alimentar o orgulho de Cyril Abiteboul, o responsável pela Renault que com esta contratação desfecha um golpe nas hostes da RedBull.

De tudo isto podemos tirar algumas conclusões. Primeiro, as negociações com a RedBull terminaram aquando da reunião final tida entre os representantes de Ricciardo e da RedBull. Helmut Marko e Christian Horner não aceitaram as condições do australiano já que em casa têm um piloto que é, sem dúvida, o preferido da cúpula diretiva da RedBull e que custa muitíssimo dinheiro por ano à equipa de Dieter Mateschitz. E disso não ficam dúvidas, apesar de Helmut Marko ter ficado refém das suas palavras, quando para justificar a choruda renovação com Max Verstappen, dissde que “quem tem sucesso na nossa companhia merece ganhar bom dinheiro!” Ora, Ricciardo, durante os dez anos de fidelidade à RedBull (entre Toro Rosso e RedBull), conquistou sete vitórias, terminou 29 vezes no pódio, rubricou duas “pole positions” e marcou, até agora, 904 pontos. Isto significa sucesso, certo? Não vale 20 milhões de euros?

Não querendo gastar tanto dinheiro com o australiano e com este a perceber que Max Verstappen é o “queridinho” de Marko e Horner e os motores Honda ainda têm muito que pedalar para chegar aos motores Renault, quanto mais aos Ferrari e Mercedes – sendo possível que a RedBull não passe da mediania nos próximos dois anos, apesar disso significar uma bem menor preocupação financeira devido ao financiamento da Honda – Daniel Ricciardo decidiu bater com a porta e cair nos braços da Renault.

Podem argumentar que deixa uma equipa poderosa, que tem dos melhores chassis e que a Renault tem estado na luta pela quarta posição e bastante pressionada pela Haas Ferrari. Tudo isso é verdade, mas Cyril Abiteboul terá aceite pagar os 20 milhões de euros/ano ao australiano e prometeu – resta saber se de dedos cruzados ou não – que a Renault irá investir para subir mais um degrau em termos de competitividade. Para além disso, o responsável máximo da Renault “livra-se” de toda a ligação RedBull ao devolver Carlos Sainz Jr. à procedência e evita novo aluguer de um piloto, como estava previsto com Esteban Ocon que a Mercedes não quer deixar partir, mesmo não tendo um lugar na equipa oficial.

A fava acabou por sair a Carlos Sainz! O espanhol já estava a fazer contas ao lugar na McLaren ou, na pior das hipóteses, descer para a Toro Rosso quando uma luz ao fundo do túnel se acendeu. Descartado o negócio com a Mercedes para alugar Ocon por uma ou duas temporadas e com Ricciardo a desaguar na Renault, o lugar ao lado de Verstappen ficou, para já, vago e tem dois candidatos: Carlos Sainz Jr, cujo direito de preferência da RedBull sobre os seus serviços termina no dia 30 de setembro (a partir dai está livre para decidir o seu futuro onde quiser), e Pierre Gasly, o piloto francês que tão boa conta de si tem dado ao longo da temporada, culminando com o sexto lugar na Hungria.

Sabendo-se da faceta mais dura de Helmut Marko quando as coisas não são feitas como ele deseja, apostaria em Pierre Gasly para o lugar de Ricciardo. Isto porque na ausência de uma definição sobre a situação do australiano, perante a eminência da contratação de Esteban Ocon e ter de recuar até á Toro Rosso, o espanhol e sua “entourage” intensificaram os contactos com a McLaren.

Ora, elogioso para a Renault e sempre dizendo que era ali que desejava continuar a sua carreira, Carlos Sainz Jr poderá ter ditado a sua sentença e tendo o coração ao pé da boca, tal como o seu pai, poderá ter falado cedo demais. Pelo menos no entender de Helmut Marko, muito sensível a pilotos com opinião, especialmente, se não for favorável. E a saída McLaren não é evidente, pois Zak Brown não deixou de cobiçar Estebam Ocon. Ora, se a Force India, por algum motivo, fechar portas, a Mercedes deixa de ter espaço para colocar o francês e por isso veria com bons olhos a colocação na McLaren. Pelo menos Brown já se informou dos termos do contrato do piloto da Force India…

Para lá de todos estes considerandos, poderá, também, suceder que Christian Horner não queira ver o duelo Verstappen/Sainz da Toro Rosso repetido na RedBull. Por isso, o mais provável companheiro de equipa do holandês será mesmo o francês da Toro Rosso, Pierre Gasly. O que, por sua vez, ajuda muito a causa de Brendon Hartley. Errático e muitas vezes abaixo do par do seu colega de equipa, o campeão do Mundo de Enduranrce e vencedor das 24 Horas de Le Mans, poderá, com a subida de Gasly segurar o lugar na Toro Rosso ao lado de um dos miúdos da “cantera”da RedBull.

Acredita-se que não, mas se Renault, McLaren e Williams não forem sensíveis aos argumentos da Liberty Media e continuarem a bloquear a venda da Force India, poderemos ter excesso de pilotos disponíveis para os volantes de fórmula 1 existentes…

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