F1: Lowe falou sobre o processo de escolha de Kubica

Robert Kubica está de regresso à F1. Um regresso muito desejado por ele e pelos seus fiéis fãs. O seu regresso não foi fácil, mas a Williams viu nele a capacidade para render e trazer os resultados desejados.

Robert Kubica já ganhou o seu lugar na história da F1. O talentoso piloto polaco ficou arredado da F1 depois de um acidente de rali, que o afetou para sempre. Ficará sempre a dúvida no ar em relação ao que poderia ter conquistado, caso tal não tivesse acontecido, mas Kubica quer provar a si próprio a ao mundo que tem capacidade para ser competitivo na F1.

A Renault foi a primeira abrir-lhe a porta, mas foi a Williams que lhe deu uma oportunidade para regressar à F1. Em 2018 esteve perto de acontecer, no entanto a escolha foi Sergey Sirotkin. Em 2019 a equipa britânica apostou no polaco. Paddy Lowe relembrou os primeiros testes e revelou que Kubica não mostrou o seu melhor nessa altura:

“Nunca é fácil escolher pilotos com base na sua capacidade técnica. E, na verdade, se vemos que alguns dos pilotos não foram escolhidos pela sua capacidade. Os responsáveis da equipa decidiram se gostavam do piloto e depois davam-lhes um lugar. Passamos por um processo bastante cuidadoso e, com base nisso, escolhemos o Sergey. Acredito que essa foi a escolha certa. Neste processo, não acho que o Robert conseguiu mostrar o seu melhor. E isso terá sido dececionante para ele, mas 12 meses depois conseguimos conhecê-lo melhor e ver onde ele pode dar o seu contributo e como ele pode se apresentar. Isso também pesou na decisão que tomamos.”

“Apesar da ponderação, a quantidade de dados é bastante limitada. Então, como muitas coisas na vida, tomamos a melhor decisão com base nos dados que tínhamos e depois  faremos a respectiva análise. Estamos 100% comprometidos com o George e com o Robert, fazem parte deste programa a 100%. Nós trabalhamos com eles, eles trabalham com o carro e a partir daí, veremos o resultado final.”

A questão física é claro um fator incontornável, mas não é algo que preocupe o responsável pela equipa:

“É claramente algo que tivemos que considerar, pois não podemos fingir que não é um problema. Mas tomamos a decisão e estamos confiantes de que o Robert é um piloto de top e está pronto para regressar à F1. Eu nem penso mais nisso. O Robert é o nosso piloto, ele é 100% competente, ele está 100% comprometido, tal como nós. Talvez outras pessoas de fora possam trazer isso à tona, mas isso não nos preocupa.”

Claro que a questão física de Kubica terá de ser tida em conta. Não podemos esperar que Kubica chegue à F1 e mostre o mesmo andamento que mostrou antes da sua lesão. Seria injusto colocar-lhe esse peso. A missão de Kubica é usar a sua experiência e o seu talento para guiar a equipa, numa fase em que se dá uma reestruturação nos processos da equipa. Russell é um jovem que terá de aprender muito, apesar do seu enorme talento. Kubica, passa a ser o homem para quem os mecânicos e engenheiros se voltarão para entender se as mudanças no carro são boas ou não. A missão de Kubica talvez não passe por ser tão rápido como era antes, mas sim dar à equipa a sua experiência e maturidade para que possam elevar o seu nível. Uma missão tão ou mais importante. Kubica merece este regresso, pelo esforço, apesar de tirar lugar a outros jovens. O seu esforço e a sua resiliência são um exemplo para todos.