F1 GP Singapura: RedBull mostra-se, Mercedes e Ferrari a par

Por a 14 Setembro 2018 20:02

A lei de Murphy é terrível e quando as coisas podem correm mal, acabam por correr mal e nas piores alturas. Será mais ou menos isto que Sebastian Vettel e Maurizio Arrivabene devem estar a pensar depois de concluídos os primeiros treinos livres do GP de Singapura.

O alemão, condenado a ganhar a prova, cometeu mais um erro – acertou no muro com a roda traseira do lado direito e destruiu a suspensão, mas sem tocar na caixa de velocidades – e ficou como espetador do segundo treino livre decorridos que estavam apenas 45 minutos. Ironia: Vettel tem de confiar em todos os dados recolhidos por Kimi Raikkonen, seja em ritmo de qualificação, seja em ritmo de corrida. E nesse particular, o finlandês esteve à altura: andou numa luta taco a taco com a Mercedes e acabou mesmo por ser mais rápido. Lembrar que poderiam ser dois os candidatos ao título a abraçar o muro, pois Lewis Hamilton fez uma secante na curva 21, mas sem danificar o Mercedes.

Kimi Raikkonen confirmou aquilo que já se sabia, ou seja, os Ferrari têm vantagem neste circuito. Porém, aplauso para o excelente trabalho feito pelos homens de Brackley pois o finlandês da Ferrari conseguiu, apenas, 0,2 segundos de vantagem com os Pirelli P Zero hipermacios e foi 0,6 segundos mais rápido com os pneus Ultramacios. Mas aqui há que recordar que Valteri Bottas, o melhor da Mercedes, fez a simulação de corrida no início do treino enquanto que Raikkonen fê-lo no final do treino. Essa diferença é importante para explicar a maior diferença entre Ferrari e Mercedes com pneus ultramacios, com a maior quantidade de borracha já depositada no circuito. Acham que não faz diferença? Em 2017, a diferença de tempo entre o primeiro treino livre e a qualificação foram de 2,9 segundos!

Mas não foram, nem Ferrari nem Mercedes, os melhores em simulação de corrida. Essa distinção pertenceu aos RedBull, com Max Verstappen e Daniel Ricciardo a não deixarem de lado a oportunidade de “irritar” as equipas que lutam pelo título. Se o holandês até andou com algumas cautelas, pois o motor Renault do seu RedBull não estava muito bem disposto, mas ainda assim rubricou os melhores tempos em condições de corrida, Ricciardo esteve certinho como um relógio suíço, fazendo tempos muito semelhantes em série de oito voltas. Os RedBull impressionaram neste particular.

Quando as sessões passaram para as simulações de qualificação, tudo foi diferente. Vejam como Toto Wolff e Helmut Marko descreveram o que se passou. Após ver os tempos feitos pela Mercedes e Ferrari, o primeiro desabafou “está muito apertado entre nós e a Ferrari”. Quando viu que Verstappen ficou a 0,522 segundos e Ricciardo ficou a 0,610 segundos, respetivamente, da volta mais rápida de sexta feira feita por Kimi Raikkonen, soltou um seco “chocantemente lento!”

Contas feitas, os 10 CV a mais no motor Ferrari e a forma como os seus pilotos conseguem dispor, imediatamente, da potência elétrica dita que em reta, os carros de Maranello são mais velozes 5 km/h que os Mercedes. Curiosamente, os Ferrari são os melhores no primeiro setor, perdem para os Mercedes no segundo e fazem jogo igual no terceiro, onde ambos perdem para os RedBull, que encontram o “paraíso” nas curvas de 90 graus e nas curvas mais lentas deste setor.

Por isso mesmo é que, depois de analisadas as voltas feitas pelos dois pilotos durante as simulações de corrida e depois de ver a consistência de Ricciardo, podemos dizer que a RedBull tem uma chance de ganhar. Os RB não castigam os pneus e por isso, conseguem faze-los durar mais tempo ao mante-los na janela de funcionamento. O problema dos RedBull é a qualificação e nesse aspeto, para já, há mais de meio segundo a separar os rapazes da RedBull face aos da Mercedes e Ferrari, o que os pode relegar para a terceira fila da grelha, pois na qualificação os modos de motor de italianos e alemães vai expor, ainda mais, as dificuldades dom motor Renault. Mesmo na versão C, a mais potente usada só, para já, pela RedBull. Segundo Adrian Newy, a diferença no final da qualificação pode ficar perto de um segundo. E como se sabe, uma má posição à partida para o GP de Singapura é uma montanha quase impossível de escalar.

Curiosamente, no meio do pelotão, foi a Renault quem brilhou nesta sexta-feira, com Carlos Sainz a ser o melhor em simulação de qualificação e Nico Hulkenberg na simulação de corrida, com o alemão a conseguir rodar em temos muito próximos de Raikkonen e Bottas. Com pneus ultramacios, pois com os hipermacios, tudo foi mais complicado e a Renault não se entendeu tão bem com eles. Parece que as novidades trazidas para Singapura estão a dar resultados para a equipa francesa.

Perante tudo isto, fica a questão: e a estratégia de corrida, qual será? Deixemos Mario Isola responder. “O ‘delta’ entre os pneus Hipermacios e os Ultramacios é de 1,6 segundos, bem mais do que esperávamos, enquanto que entre os Ultramacios e os Macios é de 0,8 segundos, menos do que aquilo que estava calculado. Perante isto, fica difícil alguém passar a Q2 com os ultramacios. Será necessário deitar mão aos Hipermacios e será com esses que os homens da frente vão sair para a corrida. Ora, como estes dificilmente aguentam mais que 15 voltas, será complicado fazer a corrida toda com apenas uma paragem.”

Claro que isso aplica-se aos homens que passam à Q3, pois atrás deles, podem alguns tentar poupar uma paragem e assim entrarem na luta por algo mais que os pontos. Porém, já se sabe que a questão dos pneus não é ditada pelo desgaste, mas pela perda de aderência e, segundo Mario Isola, da Pirelli, “o pneu da frente do lado direito Hipermacio fica arrasado ao fim de dez voltas na maioria dos carros e a perda de andamento anda acima do décimo por volta. Já com os Ultramacios, vamos para os centésimos de segundo.”

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