F1 GP RÚSSIA: MERCEDES “ESMAGA” FERRARI

Por a 29 Setembro 2018 12:17

Fomos obrigados a esperar pela terceira sessão de treinos livres para perceber se aquilo que se passou na sexta feira foi, ou não, um erro de avaliação dos italianos, ou se, por outro lado, os alemães colocaram a fasquia num patamar inusitado.

A verdade é que a Mercedes dominou a Ferrari e no final do terceiro treino livre, já com alguma liberdade nos motores, a RedBull ficou onde se esperava e a Ferrari está demasiado longe da Mercedes.

Não há outa forma de o dizer: a Mercedes “esmagou” a Ferrari e a diferença de 0,6 segundos entre Vettel e Hamilton deixa claro que é o candidato a fazer a “pole position” daqui a uma mão cheia de minutos. Pior cenário: Bottas “deu” 0,4 segundos ao alemão da Ferrari que ficou por muito pouco na frente do seu colega de equipa, Kimi Raikkonen.

Mais uma vez este ano, tal como sucedeu em Singapura há duas semanas, a Ferrari aparece em Sochi como favorita, Sebastian Vettel tem uma derradeira oportunidade para evitar o “Game Over” e a Mercedes estraga o cenário perfeito com um domínio que não se julgava possível. Amargo para os italianos!

Dito isto, não posso deixar de elogiar o fabuloso trabalho que a Mercedes tem feito na evolução de um carro que partiu atrás do SF71H, com novidades em todas as provas e as melhorias trazidas para Sochi parece terem resultado em cheio. Disse Valteri Bottas que, “é um enorme passo em frente pois agora sentimos muito mais aderência.”

Porém, a maior surpresa estava a ser a RedBull que, sexta feira, conseguiu ser mais rápida que a… Ferrari! Tanta rapidez fez levantar o sobrolho a alguns pensando se não tinha sido um erro penalizar em Sochi, olhando à performance de Verstappen e Ricciardo. O treino de hoje deixou claro que a RedBull sabia, muito bem, o que tinha em mãos e qual a diferença para os restantes. Seja como for, deu para que as campainhas de alarme soassem em Maranello.

Alarme esse que deixou os comandados de Maurizio Arrivabene em sentido porque os Ferrari perderam para os Mercedes onde são, tradicionalmente, fortes: nas retas. Pelo visto, o diferencial de potência foi anulado pelos homens de Brixworth e em Sochi, Hamilton foi “apanhado” a 326,9 km/h e Vettel a 318,3 km/h! O quê?! Mais de 8 km/h de diferença que se poderiam explicar com várias razões. Maior carga aerodinâmica, maior conservadorismo em termos de utilização do motor – recordo que Mercedes e Ferrari já usaram toda a alocação de peças limitadas nas unidades de potência – enfim, muitas razões. Mas ficou a “pulga atrás da orelha” mas o treino de hoje provou que a Ferrari foi, mesmo, conservadora tendo equilibrado as coisas em termos de velocidade pura.

Para baralhar mais as coisas, o piso do traçado da prova russa do Mundial de Fórmula 1, veio colocar problemas inesperados e a utilização dos pneus Hipermacios é uma dor de cabeça e a sua durabilidade é muito curta. De tal forma que se espera que a Q2 seja feita com os Ultramacios, vinculando essas borrachas à largada do Grande Prémio, permitindo, assim, gerir melhor a paragem durante a corrida e evitando tocar nas borrachas mais macias do fim de semana, durante a prova. Não foi por acaso que a Mercedes trabalhou, bastante, com os Macios, os pneus mais duros trazidos para Sochi. E aqui, uma vez mais, a Ferrari a fazer escolhas erradas, pois Vettel, por exemplo, em apenas um jogo de Macios e depois toneladas (nove jogos!) de Hipermacios, os pneus que não servem para o fim de semana.

Por via deste inesperado desgaste dos pneus Hipermacios e pela escolha da alocação de pneus, feita há 14 semanas (quando se pensava que o piso de Sochi fosse uma mesa de bilhar sem desgaste) Ferrari, Mercedes e RedBull não chegaram a fazer verdadeiras simulações em ritmo de corrida.

Ainda assim, a Mercedes mostrou-se mais á vontade com os Macios e Ultramacios, deixando claro que é o carro mais confortável, para a corrida. E o que mais chocou a Ferrari é que seja em que pneus for feita a comparação – exceto os Macios que Vettel não tocou porque só trouxe um jogo e tem de o guardar para a corrida – a Mercedes esteve sempre mais rápida. E se na sexta feira a diferença entre Hamilton e Vettel no segundo treino livre era de pouco mais de 0,5 segundos (1m33,466 para o primeiro, 1m34,975s para o segundo), hoje ficou nos 0,6 segundos.

A diferença está nos sectores 1 e 3, já que no setor intermédio Mercedes e Ferrari fazem jogo igual. O primeiro setor da pista de Sochi é a zona onde o motor faz a diferença, enquanto o terceiro é onde estão as curvas de 90 graus e onde a tração é fundamental. Dito isto, espanta que a Ferrari tenha sido ultrapassada pela Mercedes. No primeiro setor, Hamilton ganha entre 0,1 e 0,3 segundos a Vettel, no terceiro a vantagem é ligeiramente maior. Quer isto dizer que o pacote aerodinâmico que a Mercedes trouxe para Sochi resulta melhor que a asa dianteira que a Ferrari desenhou para o GP da Rússia.

A qualificação é daqui a poucos minutos e veremos se se confirma tudo aquilo que dissemos acima: Hamilton é favorito para rubricar mais uma “pole position”, a Mercedes vai tentar ficar com a primeira fila da grelha e a Ferrari pode levar, já, um forte murro no estômago e Vettel ver escapar-se mais um título para o seu rival, Lewis Hamilton. Ficam algumas dúvidas: terá o modo de qualificação capacidade para virar o jogo a favor de Vettel? Será Hamilton capaz de aplicar um golpe severo nas aspirações do rival alemão e colocar mão e meia no título de 2018? Parte da resposta será dada, daqui a pouco, na Qualificação, o restante amanhã na corrida.

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