O que esperar dos testes de Fórmula 1?

Por a 26 Fevereiro 2017 10:52

Arrancam amanhã os primeiros testes de F1 da nova época, com todas as equipas previstas para rodar no circuito de Barcelona. Três meses depois do final da temporada passada em Abu Dhabi, a Fórmula 1 está finalmente de regresso e agora é o momento de começarem-se a contar os trunfos de cada equipa e de cada piloto.

A primeira bola a sair do saco é a grande mudança aerodinâmica, que vai fazer com que os pilotos andem mais 20 por cento com o acelerador em baixo a cada volta. Os carros vão ser bem mais rápidos, em curva mas não em reta, e a primeira coisa a perceber é quanto. Mas não esperem saber isso logo na primeira manhã de testes. Os primeiros quatro dias podem tornar-se numa desilusão para os adeptos mais distraídos, pois as equipas vão ‘checar’ os seus sistemas, vão recolher muita informação. Vamos propor uma coisa. Ao invés de tempos, nos primeiros quatro dias, olhem para o número de voltas…

É que os tempos nunca dirão tudo, nem de perto, pois poucos saberão a quantidade de combustível, e o programa de trabalho. Se as equipas querem esconder essa informação dos vizinhos do lado, também o farão dos jornalistas. Mas os tempos vão dar uma ideia, pois deverá haver momentos em que as equipas vão ‘tentar’ registos rápidos…

No caso da Mercedes, a curiosidade será tentar perceber se ainda está muito na frente do resto do pelotão, e também onde vai estar Valtteri Bottas face a Lewis Hamilton. Não esquecer não tirar conclusões ao fim da primeira volta… Querem um detalhe para analisar? Vejam quantas voltas vai fazer a Mercedes ao cabo de quatro dias.

E a Red Bull? Será que Adrian Newey e os homens que construiram a nova unidade motriz da Renault estavam inspirados Aqui irá residir muito do interesse do campeonato deste ano. Num cenário horrível, Bottas demora tempo a adaptar-se ao carro e à equipa, a Red Bull ou/e Renault meteram os pés pelas mãos, a Ferrari mantém-se como estava em 2016, e a Mercedes e/ou Hamilton ganham todos os Grandes Prémios de 2017. Impossível? Esperemos que sim…

Por falar em horrível, como vai estar a Ferrari depois do ano de 2016? Trabalharam bem e voltam, no mínimo dos mínimos, a lutar com a Red Bull pelo segundo lugar? O será que vão cair para a companhia da Force India e da Williams? Ou surpreendem toda a gente e vão lutar com a Mercedes? É uma perfeita incógnita, e neste momento nada mais há para dizer, resta aguardar. Mas é um ano de tudo ou nada…

Outra boa incógnita é a McLaren-Honda. Os responsáveis japoneses dizem acreditar que a sua unidade motriz vai estar ao nível do motor da Mercedes em 2016. Isso seria suficiente para dar um grande salto, mas nesta equação fica a faltar a McLaren, pois o chassis é igualmente importante e de Woking não tem saído nada de muito bom.

Outro caso a seguir com muita atenção é a Renault. Este ano já não há desculpas nenhumas para apresentar, a Lotus já lá vai há muito e os franceses tiveram 15 meses para trabalhar neste carro e nesta nova estrutura. O que conseguiram fazer, comparando com os adversários, claro, ninguém sabe, mas o facto de Frederic Vasseur ter saído em desacordo com Cyril Abiteboul não é nada bom sinal. Outro caso de esperar para ver, mas pior do que lutar com Force India, Williams e McLaren-Honda é mau. Mas só pelo tal quinto lugar que Jerome Stoll anunciou…

Será que a Force India repete o feito? Este ano é mais difícil ou se calhar talvez não. Reparem que a Williams tem uma dupla de pilotos abaixo do potencial da dupla dos homens de Silverstone, pois neste momento, em teoria, Sergio Pérez e Esteban Ocon são mais capazes que Felipe Massa, no seu último ano de F1, e Lance Stroll, no seu primeiro. E se for verdade o que disse Andy Green, diretor técnico da equipa, a unidade motriz da Mercedes é bem melhor que a do ano passado, então, meus senhores, esqueçam. Nesse caso a Force India até pode não ser novamente quarta classificada, mas sim… terceira.

Há outros detalhes importante para ver em Barcelona. Por exemplo, a Toro Rosso, agora com uma unidade motriz da Renault, igual à da Red Bull. Quanto à Haas, depois do ano de estreia na F1, mantém-se onde está ou continua a melhorar? E a Sauber, que volta a lutar para não ser lanterna vermelha…

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2 Comentários
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Binha
Binha
7 anos atrás

Sinceramente dos testes tal como todos já alguns anos, nada se vai concluir e nada mais há a dizer… Esperava sim que fosse um campeonato imprevisível e competitivo com equipas do platel do meio/fim ir ao podium, mas nesta altura continua os problemas nesta disciplina a a nível de regulamentos entre outras situações “Deja Vu” que está a destruir o ex pináculo. A verdade é que no nosso pais, infelizmente a comunicação social não vos está ajudar minimamente, pois há muito que abandonou radicalmente seguir esta e outras modalidades, incutindo todos os dias agressivamente programas e peixeiradas de bola em… Ler mais »

can-am
can-am
7 anos atrás

Um dos campeonatos mais interessantes das últimas décadas: finalmente carros a sério, mais potentes e rápidos.Pena que o plantel seja de apenas 20 viaturas. Quanto é que estes carros vão demolir o cronómetro ? 3,4 ,5 segs ? Se as corridas vão ser ou não entretidas é outra questão, que pessoalmente não me interessa. Para quem aprecia a F1 pelo lado técnico, experimental e de perfomance pura, é sem dúvida um grande ano, independentemente da vertente desportiva de ganhar A ou B ou haver N ultrapassagens etc. Que a malta nova vai gostar e bem destes carros, isso ninguém tenha… Ler mais »

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