50 anos do Circuito do Estoril, F1: uma era inesquecível…


O Autódromo do Estoril foi palco de 12 corridas do Campeonato do Mundo de F1. Momentos inesquecíveis desde a primeira vitória de Senna ao terrível acidente de Patrese, passando pela esperança portuguesa com Pedro Lamy

O GP de Portugal de F1 regressou em 1984, após uma ausência de mais de duas décadas. Palco escolhido: o Autódromo do Estoril, então a única pista permanente em Portugal capaz de albergar corridas de F1. Durante 13 anos, a prova realizou-se religiosamente, sempre no final da temporada – com exceção da segunda edição, em 1985, que decorreu em abril.

Depois da morte de Ayrton Senna, as exigências da FIA relativamente à segurança das pistas que podiam organizar Grandes Prémios condenou a continuação da corrida portuguesa.

A sua última edição, em 1996, coincidiu – ou talvez não… – com o desaparecimento de César Torres, o grande mentor e responsável pela existência, em Portugal, de provas dos dois principais campeonatos do Mundo: F1 e Ralis.

Entre 1984 e 1996 tiveram lugar 13 Grandes Prémios de Portugal de F1. Cada um, com a sua história, a sua glória e, bastas vezes, o seu drama. Vamos tentar recordar, em poucas palavras, cada um deles.

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1984 – Foi a 16ª e última jornada do campeonato e decidia o título. Niki Lauda precisava de ser 2º para ser campeão e conseguiu-o quando Nigel Mansell fez um pião a 18 voltas do fim. Alain Prost venceu, mas perdeu o título por meio ponto.

1985 – Ficou na história por ter sido palco da primeira vitória na F1 de Ayrton Senna, imperial na tempestade que se abateu sobre a pista no dia da corrida.

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1986– Ayrton Senna fez a pole, mas ficou sem gasolina e deixou a vitória a Nigel Mansell, terminando em 4º lugar.

1987– Prost assinou a sua 28ª vitória na F1, ultrapassando o recorde de Jackie Stewart. A corrida foi marcada por um acidente múltiplo na largada, provocado por Piquet e Alboreto e que envolveu mais sete carros. Apenas Christian Danner não pôde alinhar na segunda partida.

1988– Foi uma corrida polémica. Teve três partidas. Numa delas, Senna apertou Prost contra o muro das boxes e iniciou ‘oficialmente’ a sua relação de ódio com o francês. Mansell acertou no McLaren de Senna, quando ambos tentavam passar Jonathan Palmer e desistiu, com o brasileiro a atrasar-se. Venceu Prost, mas o herói foi Ivan Capelli, 2º com o March equipado com um motor atmosférico.

1989–A corrida do célebre toque entre Mansell e Senna, no final da reta da meta, numa altura em que o britânico tido já recebido bandeira preta, por ter feito marcha atrás nas boxes, ignorando-a deliberadamente. Gerhard Berger, alheio a estas confusões, aproveitou para vencer, na frente de Prost e de um surpreendente Stefan Johansson, ao volante de um Onyx.

1990–Nigel Mansell ganhou, apesar de ter sido embatido por Philippe Alliot, a nove voltas do fim, quando o francês fez pião com o Ligier na Curva 2 mesmo à sua frente. Foi o segundo triunfo da Ferrari.

1991 – Pedro Chaves falhou a pré-qualificação e deixou a Coloni e a F1. Esta foi a corrida em que Mansell perdeu uma roda nas boxes e foi desqualificado por ter sido assistido no pitlane para lhe ser colocada uma nova roda no Williams, o que era contra os regulamentos. O seu colega de equipa, Riccardo Patrese, fez a pole e dominou os acontecimentos com facilidade, batendo Senna por quase 21s.

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1992–O acidente entre Berger e Patrese, em plena reta da meta, com o italiano quase a fazer um looping, a centímetros da passagem superior da pista, saindo ileso, foi o acontecimento mais impressionante da corrida. Que foi ganha por Nigel Mansell, com o outro Williams.

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1993– Pedro Lamy fez pela primeira vez a prova portuguesa: ao volante de um Lotus, foi 18º nos treinos, mas abandonou com um pião a dez voltas do fim, quando estava perto dos pontos. Michael Schumacher levou o Benetton/Ford a uma confortável vitória à justa sobre o Williams de Prost,que garantiu o seu 4º título e anunciou o abandono da F1 no final da temporada.

1994–Os Williams foram imparáveis, com Damon Hill a vencer na frente de David Coulthard, que liderou até ser atirado para fora de pista por Erik Comas, na volta 28. O escocês foi despedido após a prova, por ter alegadamente assinado com a McLaren, sendo substituído por Mansell nas três corridas que faltavam disputar.

1995–David Coulthard venceu… com o Williams, equipa em que foi obrigado a ficar pla FIA, pois o seu acordo com a McLaren era ilegal! Schumacher foi 2º, numa corrida em que Ukyo Katayama voou sobre o pelotão na largada, capotando e sofrendo ligeiros ferimentos. Pedro Lamy foi 17º nos treinos, mas abandonou à 7ª volta com problemas na caixa de velocidades do Minardi.

1996 – A última corrida de F1 em Portugal foi ganha por Jacques Villeneuve, autor de uma fenomenal ultrapassagem a Schumacher, em plena Parabólica, por fora! O alemão alegou ter-se distraído com o bem mais lento Giovanni Lavaggi e terminou em 3º, atrás ainda do outro Williams, de Hill.

A prova manteve-se no calendário de F1 para 1997, mas acabou por ser cancelada, por motivos obviamente económicos… e políticos.

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