WRC50, Rali da Costa do Marfim 1979: um triunfo ‘automático’

Por a 24 Novembro 2022 13:39

Há efemérides históricas muito interessantes no Mundial de Ralis e esta é uma delas. No Rali da Costa do Marfim de 1979, triunfou o Mercedes 450 SLC automático, o primeiro de dois triunfos da Mercedes com um carro que só tinha condições de vencer em ralis de endurance africanos.

No papel, o Mercedes 450 SLC era talvez o mais improvável dos carros de rali.

Vendido ao público como um coupé de luxo, os 450 SLC partilharam uma surpreendente quantidade em comum com os seus homólogos de estrada.

A Mercedes percebeu que a caixa automática de três velocidades padrão do Tipo 722 – ligada a um motor V8 de cinco litros – era à prova de bala, e os carros de rali mantiveram mesmo a sua direcção assistida de especificação do automóvel que estava à venda ao público.

Por mais louco que tenha parecido, no entanto, funcionou. Em ralis de resistência como o da Costa do Marfim de 1979, o Mercedes 450 SLC resistiu a todos os testes.

A Mercedes também não fazia as coisas pela metade, e rumava à Costa do Marfim armada com cerca de 500 pneus e 35 veículos de apoio que incluíam helicópteros e aviões.

A marca alemã colocou em campo quatro carros idênticos conduzidos por especialistas em endurance como Hannu Mikkola, Andrew Cowan, Björn Waldegaard e Vic Preston Jr., que se deslocaram para a Costa do Marfim com cerca de 500 pneus e 35 veículos de apoio.

Os seus esforços foram recompensados quando Mikkola liderou Waldegård num histórico 1-2-3-4 para a equipa – marcando a primeira vitória de sempre nos ralis do WRC de um carro automático e com motor V8.

O triunfo de Mikkola foi ajudado pelo facto de Waldegaard ter sido forçado a parar a certa altura para mudar um pára-brisas esmagado. Ao terminar em segundo lugar, porém, este último conseguiu assegurar a coroa do campeonato inaugural de pilotos.

Era quase inacreditável que um carro com 4,7 metros de comprimento e equipado com caixa de velocidades automática com três velocidades e um motor V8 fosse suficientemente bom para os ralis, mas com tanta diversidade que existia na altura, isso sucedeu. Como se sabe, a resistência contava muito mais do que o desempenho e a capacidade de condução. O 450 e o 500 tiveram o motor mais potente no WRC até que a Audi introduziu o Quattro.

Foto: © McKlein

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas AutoSport Histórico
últimas Autosport
autosport-historico
últimas Automais
autosport-historico
Ativar notificações? Sim Não, obrigado