Há 10 anos: Charles Leclerc, George Russell e…Henrique Chaves, andavam por Braga

Por a 28 Agosto 2022 11:12

Há 10 anos, em Braga, o Mundial de Karting volta a Portugal, nas Categorias Sub-18 e Academia. Olhar para as coisas a esta distância é sempre interessante, e nas classificações encontramos nomes como Charles Leclerc (ART GP, Sub-18); Antoine. Hubert (FK,Sub-18) e…Henrique Chaves (Zanardi, Sub-18). Na Academia CIK-FIA, um ‘tal’ de George Russell venceu a corrida 1. Recordemos o que foi escrito…

Capital da juventude

O Campeonato do Mundo de Karting voltou a Portugal e a Braga, desta vez nas categorias Sub-18 e Academia. Britânicos foram mais rápidos e portugueses ficaram perto do top10.

Foi a 16ª prova internacional realizada no Kartódromo Internacional de Braga desde 1994, comprovando que o Clube Automóvel do Minho continua a gozar de prestígio junto da federação internacional da modalidade, a CIK-FIA. Em 2010, já ali tinha sido disputada a Taça do Mundo de KZ1 e KF3, mas desta vez o kartódromo bracarense (considerado o sétimo melhor do mundo numa votação da revista francesa Kart Mag) albergou a primeira ronda do Campeonato do Mundo de Sub-18 e da Academia CIK-FIA.Serão três rondas para definir o campeão mundial destas classes e, depois de Braga, o Mundial ruma a França (Angerville) e fecha com uma estreante ronda no Bahrein. Ao todo, 122 pilotos rumaram ao norte de Portugal para competir nos Sub-18 (71 pilotos), classe que usa chassis de vários fabricantes, mas com motores idênticos de 125cm3, sorteados entre os pilotos, e Academia CIK-FIA, um troféu para jovens pilotos (51 em Braga) entre os 12 e os 15 anos, com chassis Parolin e motores FIM de 125cm3, ambos sorteados entre os pilotos.

Como é normal num Campeonato do Mundo, a competição esteve acesa durante os treinos, mangas de qualificação e Finais, incluindo dois pilotos portugueses nos Sub-18 (Henrique Chaves e João Carvalho) e um na Academia (Bruno Oliveira), que contudo não conseguiram entrar na luta pelos primeiros lugares. Esses ficaram normalmente reservados para os pilotos oriundos do karting britânico, que já em 2010 tinha visto Alexander Albon (piloto RedBull) vencer a Taça do Mundo de KF3 em Braga.Desta vez, o principal representante do país de Sua Majestade foi Henry Easthope, o inglês de 17 anos que dominou por completo a categoria superior(Sub-18). Easthope, com um chassis da Sodi, foi o mais rápido nos Treinos e nas Mangas de Qualificação e o seu único susto aconteceu na Pré-Final, onde se viu envolvido num acidente e relegado para o fim do pelotão. Contudo, o britânico partiria de segundo na corrida decisiva e aí esteve intratável, rodando sempre a salvo da luta que entretanto acontecia atrás de si. Esta envolvia o francês Anthoine Hubert (FK) e o monegasco Charles Leclerc, campeão do Mundo da Academia no ano passado. Nas últimas voltas, Hubert (15 anos) não conseguiu resistir à pressão de Leclerc (14 anos), que, com uma manobra espetacular, passou para a frente do francês e assim se manteve até à bandeirada de xadrez. Contudo, e como as mangas também distribuíam pontos, o segundo classificado do Mundial após Braga é o dinamarquês Martin Mortensen (FK), que foi apenas 9º na Final.

Desclassificação na Academia

Na Academia, os pilotos britânicos também pareciam destinados a monopolizar a luta pelas vitórias, já que George Russell foi sempre o mais forte até ao início da segunda das duas corridas finais. Aí, Russell – que tinha vencido todas as sessões onde entrou – ficou parado na volta de lançamento com problemas em ligar o seu kart, ficando impossibilitado de completar um fim de semana perfeito e abrindo caminho ao seu compatriota Alex Gill, que tratou de ser o mais rápido nessa segunda corrida. Só que uma vela irregular levou à desclassificação de Gill e com isso o finlandês Joonas Lappalainen foi declarado vencedor da segunda corrida, seguido pelo espanhol Javier Cobian. Lappalainen foi mesmo o piloto mais pontuado do fim de semana luso– o azar de Russell atirou-o para o quarto lugar do Mundial – e o jovem nórdico tentará agora manter-se à frente dos britânicos em Angerville, entre 24 e 26 de agosto.

Portugueses à porta do top 10

Não foi fácil a tarefa dos três pilotos portugueses presentes neste Mundial. Se Bruno Oliveira chegou a ser 10º numa das corridas da Academia, Henrique Chaves foi o melhor luso nos Sub-18 ao ser 12º numa Final, à qual João Carvalho não conseguiu aceder. A categoria até 18 anos tinha um nível de pilotagem bastante semelhante no grupo dos principais favoritos, o que dificultava a possibilidade dos dois pilotos lusos darem nas vistas. Chaves, incluído na poderosa equipa italiana Chiesa Corsa (com chassis Zanardi), esteve em crescendo ao longo do fim de semana, pois foi 25º nos treinos de Qualificação, 21º após as Mangas e depois teve um susto na Pré-Final, onde saiu de pista após um pião à sua frente, vindo mais tarde a abandonar nas boxes. Porém, o piloto português de 15 anos fez uma Final de bom nível, recuperando várias posições até chegar ao 10º posto, que contudo viria a perder de forma inglória na última volta, quando foi ultrapassado pelo seu companheiro de equipa, o inglês Graham (campeão do Mundo em 2011) e pelo russo Antonov. Por seu turno, João Carvalho (chassis DR) foi 29º na Qualificação, terminou o conjunto das mangas em 37º e depois foi 17º na Final B. Bruno Oliveira representou as cores nacionais na Academia e também esteve em crescendo: 37º na Qualificação, 25º após as Mangas, 19º na Corrida 1 e um positivo 10º lugar na Corrida 2.

Classificações

Sub-18

Final: 1º H. Easthope (Sodi); 2º C. Leclerc (ART GP); 3º A. Hubert (FK); 4º R. Collard (ART GP); 5º B. Barnicoat (ARTG GP); 6º S. Webster (ART GP); (…) 12º H. Chaves (Zanardi).

Mundial (após prova 1/3): 1º H.Easthope, 75 pontos; 2º M. Mortensen, 52; 3º C. Leclerc, 51; 4º A. Hubert, 49; 5º J. Mawson, 49; 6º G. Antonov, 42; (…) 15º H. Chaves, 29; 45º J. Carvalho, 0.

Academia CIK-FIA

Corrida 1: 1º G. Russell; 2º A. Gill; 3º J. Lappalainen; 4º J. Cobian; 5º M. Ellegard; (…) 19º B. Oliveira.

Corrida 2: 1º J. Lappalainen; 2º J. Cobian; 3º M. Ellegard; 4º A. Prudent; 5º M. van Leeuwen; (…) 10º B. Oliveira.

Mundial (após prova 1/3): 1º J. Lappalainen, 91 pontos; 2º J. Cobian, 83; 3º M. Ellegard, 77; 4º G. Russell, 75; 5º A. Prudent, 71; 6º J. Abela, 69; (…) 12º B. Oliveira, 53.

O meu ídolo? Ayrton Senna!

Na conferência de imprensa com os três primeiros de cada categoria, o AutoSport perguntou aos seis jovens pilotos presentes quem era o seu ídolo no desporto motorizado, esperando ouvir nomes dos respetivos países ou pelo menos da geração atual da Fórmula 1 ou dos ralis. Só que Javier Cobian (piloto da Academia) começou por atirar o nome de Ayrton Senna e os restantes (Lappalainen, Gill, Easthope, Leclerc e Hubert) seguiram a escolha do jovem espanhol, surpreendendo os jornalistas presentes e o responsável de imprensa da FIA. Todos eles confirmaram que tinham sido influenciados pelo filme ‘Senna’, mas é preciso dizer que até o mais velho dos seis (Easthope) ainda não tinha sequer nascido quando o genial brasileiro morreu em Imola, em maio de 1994. Era o efeito YouTube…

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