Os jogos de poder das equipas

Por a 11 Maio 2023 11:48

Jogos de poder são sempre perigosos se feitos sem a noção dos danos que se podem infligir às competições. O caso do WTCR e agora do WEC mostram bem essa realidade.

O WTCR terminou abruptamente, tendo sofrido as consequências da Pandemia que fez tropeçar a taça do mundo FIA quando esta dava os primeiros passos, apesar de o fazer com vigor e entusiasmo. Tudo isso se perdeu o que terá despoletado o início do fim. Mas o golpe final na competição foram os jogos políticos das equipas. A Lynk&Co usou a questão dos pneus para fazer pressão, tal como a Hyundai já tinha usado outras táticas no passado para pressionar os responsáveis quanto ao BoP (Balance os Performance). Se a competição já atravessava uma fase pouco risonha, esta luta interna acabou com as esperanças de vermos uma competição de turismos a nível mundial. Os promotores focaram-se nas vontades dos construtores que já provaram várias vezes que dificilmente olham para lá das suas necessidades. Temos agora um TRC World Tour que não é mais do que uma solução de recurso numa modalidade que podia (e devia) estar muito mais forte. Os TCR são boas máquinas e apesar de não serem as mais entusiasmantes, conseguem produzir boas corridas e, mais que isso, são os carros que mais se assemelham ao que os condutores têm acesso nos concessionários das marcas. Ganhar ao domingo para vender à segunda: um mote que sem o WTCR fica mais difícil de cumprir.

No WEC a postura é agora diferente. Os jogos políticos são cortados na raiz e a proibição de falar do BoP faz com que todos evitem falar do tema, apesar de apontarem o dedo discretamente para as diferenças de andamento entre os Hypercar e os LMDh. O tema é tratado longe dos media e todos juram que confiam nos responsáveis, apesar de não disfarçarem algum mal-estar pelo cenário atual. Mas se perguntarem a todos os responsáveis das equipas, as respostas são estranhamente semelhantes. Vivem-se os primeiros dias do que pode ser uma era de ouro do endurance, mas esta só se irá concretizar se todos acertarem no BoP, se tivermos corridas equilibradas e bons espetáculos, as marcas ficam. Se tivermos regras claras, os privados podem sentir-se mais tentados em arriscar uma entrada e as que já correm podem permanecer mais facilmente. Do outro lado do atlântico, o BoP também foi tema de conversa no arranque da era DPi, mas chegou-se a um bom compromisso, com boas corridas, construtores satisfeitos, tal como os privados. O caso do WTCR deve ser visto com atenção e como um exemplo do que não fazer. Tiago Monteiro viveu essa realidade por dentro e apontou o que correu mal:

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2 Comentários
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Scb
Scb
11 meses atrás

O WTCR nunca conseguiu ser o que o WTCC foi. O WTCC morreu quando a Citroen investiu fortemente e dava calendários de avanço à concorrência. Foi isso que matou a competição. Adoptar os TCR, uma competição pensada para privados foi um recurso mas mesmo assim cometeram o mesmo erro com a Lynk & Co uma autêntica equipa de fábrica a investir pesado.

Scb
Scb
11 meses atrás

No WEC veremos se a montanha não pare um rato. O IMSA terá um campeonato competitivo com máquinas semelhantes pois irão arranjar sempre forma de manter os LMH longe. Já o WEC têm um problema. Prometeram um campeonato competitivo a custos controlados mas está longe disso. Veremos se esta época de ouro não é fogo fàctuo

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