Como a Volvo bateu a Honda no WTCC

Por a 6 Dezembro 2017 15:06

A Volvo foi a grande vencedora do ano no WTCC, mas a Honda não fez tudo o que estava ao seu alcance para ser ela a triunfar. No Qatar tudo se decidiu, mas para trás fica uma temporada cheia de altos e baixos para as várias forças em presença, época que muito provavelmente fica marcada, muito provavelmente, pela última vez que os TC1 rodaram em pista.

Thed Bjork, Volvo e Tom Chilton, Campeão dos Independentes são os grandes vencedores de 2017, mas para se falar na felicidade de uns é preciso olhar para a infelicidade dos outros. Para a Honda e Norbert Michelisz, foi um fim de semana de tristeza e enorme frustração. Sagraram-se campeões do mundo de construtores em 2013, praticamente sem oposição, tendo em conta o nível competitivo dos Lada na altura, mas desde essa altura que tentaram revalidar o título, contra concorrência digna desse nome, e falharam. O reinado da Citroën foi avassalador, mas mesmo depois da saída dos gauleses, a Honda não conseguiu impor-se perante os recém-chegados Volvo.

Quase tudo correu mal à Honda no fim de semana passado e a qualificação quase decidiu o desfecho final desta época. A Honda a ficou fragilizada logo desde início, com Ryo Michigami a falhar o acesso à Q2. O cenário piorou drasticamente quando Michelisz, que estava a fazer um bom primeiro setor na sua volta lançada, foi obrigado a abortar a tentativa com um problema nos travões. O húngaro ficou sem hipótese de regressar à pista, ficou fora do top 10 e por conseguinte, fora da grelha invertida, enquanto os três Volvo passavam à Q3, juntamente com Huff e Guerrieri. Adivinhava-se uma tarefa muito complicada para os homens da JAS, em especial de Michelisz, que teria de ultrapassar meia grelha e enfrentar a ‘escolta’ de Bjork, que ia fazer de tudo para manter o líder longe dos problemas, e assim foi, com a Honda a ser a grande derrotada do ano.

A equipa conseguiu evoluir muito o Civic ao longo destes anos e a máquina nipónica estava agora a um nível excelente. A JAS soube aprimorar os pontos fortes e anular os pontos fracos do carro. É louvável o esforço da equipa, mas há decisões que custaram o campeonato, como a entrada de Michigami. O japonês enfrentou uma realidade completamente diferente da que estava habituado, isso prejudicou a equipa e os 20 pontos que fez este ano são sintomáticos. Poderá ser injusto apontar-lhe o dedo, mas o Civic foi um carro muito competitivo e Muller com apenas duas corridas fez apenas menos quatro pontos que o japonês. Claro que a desclassificação na China teve o seu peso, mas o campeonato teve mais 18 corridas. Foram apenas 28.5 os pontos de diferença para o primeiro lugar e com um piloto mais competitivo, a Honda teria provavelmente vencido o campeonato.

Tiago Monteiro poderia ter sido a estrela do ano, com uma primeira metade de altíssimo nível (provavelmente o piloto em melhor forma), juntando boas exibições a bons resultados. Nem o azar de Nurburgring, onde perdeu pontos sem culpa, o desmotivou, acabando a primeira metade do ano na liderança. O acidente ditou o fim do que poderia ter sido uma história memorável, mas abriu as portas a Guerrieri. O argentino mostrou talento ao volante do Chevrolet, o que atestou aos comandos do Honda. Ironia do destino, foi o carro de Monteiro que venceu e dominou a última corrida do ano o que nos faz pensar no que poderia sido se Tiago não tivesse (outra vez) o azar do seu lado. Michelisz sagrou-se vice-campeão, mas mostrou que tinha tudo para levar o caneco. Chegou a Vila Real quase como outsider, mas a lesão de Monteiro fez dele o #1 da equipa e não desiludiu, com uma recuperação notável, mesmo com a desclassificação na prova chinesa. Michelisz confirmou que é um dos melhores da grelha e que a decisão da Honda em contratá-lo foi iluminada.

Está assim encerrado mais um ano no mundial de turismos, que muitos deram como morto durante a época, mas que teimou em dar boas corridas e um campeonato renhido até ao final. A confirmar-se o uso do regulamento TCR para 2018, foi uma boa despedida destas máquinas que tiveram tanto de bom (a sua velocidade e exigência) quanto de mau (o seu custo). Mas quem teve hipótese de as ver ao vivo há de as recordar. Valeu a pena seguir o WTCC em 2017.

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