IMSA, 12h de Sebring: Os destaques da corrida

Por a 21 Março 2021 12:30

Uma corrida frenética com um final de loucos. Sebring deu um grande espetáculo para quem viu a prova com muitas surpresas, cambalhotas e vencedores inesperados.

O #5 voltou a vencer mesmo “sem asa”

Normalmente, se víssemos uma vitória do Cadillac da Mustang Sampling estaríamos a festejar, mas as coisas mudam e desta vez foi “apenas mais uma vitória de um carro”. A tripulação 100% francesa do carro da JDC- MIller Motorsport nunca pareceu candidata à vitória. O andamento não era especialmente bom e os vários incidentes em que esteve envolvido, geralmente sem culpa, pareciam deitar por terra todas as hipóteses de sucesso. Mas as corridas do IMSA com os Full Course Yellow a reagrupar o pelotão e a anular diferenças de tempo significativas, tornam este cenário possível. Nos últimos FCY o #5 acabou por ficar na liderança que aguentou com mérito na etapa final mesmo com uma falha na asa traseira, cujo elemento superior colapsou e obrigou Bourdais a mudanças de set up para se manter na frente.

Mazda voltou a dar-se bem em Sebring

Venceram na última visita a Sebring e este ano estiveram perto de voltar a repetir o feito. O Mazda #55 andou sempre perto dos primeiros lugares e apresentou um ritmo que fazia deles claramente favoritos à vitória. Harry Tincknell tentou tudo por tudo nas últimas voltas, mas as caraterísticas do seu motor não favoreciam a sua tarefa, com o grande motor do Cadillac, com mais binário, a ser uma ferramenta mais eficaz. Mas uma corrida muito boa por parte da equipa Mazda.

Problemas no motor não nos permitiram sonhar

Depois de um começo tímido, o #10 da WTR mostrou argumentos para lutar pela vitória. Ricky Taylor andou sempre na frente nas primeiras horas e Filipe Albuquerque seguiu o exemplo. As coisas complicaram-se quando Alex Rossi entrou e um erro na saída das boxes levou a uma penalização. A equipa recuperou e voltou a colocar-se na luta pela vitória, mas um toque de Albuquerque num GTD motivou nova penalização. Apesar disso o português recuperou e colocou-se perto da frente novamente, mas o Acura AXR-05 resolveu complicar a tarefa e problemas no arrefecimento do motor hipotecaram as hipóteses da equipa. Pareceu estranho quer Albuquerque, quer Rossi estarem tão mal nos recomeços após FCY, mas a justificação está encontrada, um problema de arrefecimento que retirou performance. Apesar disso a equipa não ficou muito longe do Acura #60 da Meyer Shank Racing que terminou no pódio.

Esta corrida não é para favoritos

Os Cadillac eram os favoritos à vitória em Sebring, pois a natureza da pista favorece o chassis e o motor da máquina americana. Mas esta corrida não foi para favoritos. O #31 da Action Express ficou cedo fora das contas com o embate de Pipo Derani num muro, com reparações demoradas no carro. Como se não bastassem as três voltas de atraso, os azares sucederam-se e também Felipe Nasr teve um toque no #5 (incrível como não teve consequências de maior) e Mike Conway ficou parado em pista.

Um dia não na Action Express que fez mal as contas nos tempos de condução do #48 (Simon Pagenaut esteve 50 seg. a mais ao volante do “Caddy” da Ally, pois só podia ter feito quatro horas de condução num intervalo de seis horas) o que motivou a despromoção do carro no final da prova. Mas o ataque final de Kamui Kobayashi no final da prova, tendo terminado em terceiro, mostra que a equipa deixou escapar uma oportunidade de ouro de subir ao pódio.

Também na Chip Ganassi houve poucos motivos para sorrir. O carro foi sempre competitivo e andou constantemente na luta pela vitória, mas uma entrada nas boxes mal calculada de Scott Dixon, com um toque no BMW #25 que liderava os GTLM na altura, provocou danos demasiado graves para serem solucionados a tempo de regressarem à pista.

LMP2 – PR1 Mathiasen Motorsports sempre na frente

O Oreca #52 da PR1 Mathiasen Motorsports voltou a ser a referência da classe. Liderou sem problemas e apenas no final foram “apertados” pelo #18 da Era Motorsport, mas não foi um desafio que provocasse mudança, no que pareceu ser uma inevitabilidade. O #52 venceu e venceu bem

LMP3 – Grande recuperação

No início da corrida foi o #38 da Performance Tech Motorsports a mostrar melhor andamento, mas ao longo da prova os carros da Riley Motorsport foram se instalando de forma clara na liderança. Mas um esforço final do #54 da Core Autosport em especial de Colin Braun permitiu a surpresa. Vitória suada mas merecida, onde a vontade e a perseverança falaram mais alto. Infelizmente João Barbosa terminou longe do topo a uma volta do líder.

GTLM – Porsche aproveita dia não da Corvette

No papel os Corvette deveriam ter vencido pois tinham andamento para tal. Mas os sinais de que a corrida não iria acabar bem para eles foram claros. Primeiro o #4 foi penalizado por infração no momento do arranque (mudou de faixa, o que não é permitido) e os problemas no motor acabaram com o sonho da tripulação deste carro. O #3 liderou grande parte da corrida, mas problemas de comunicação complicaram as idas às boxes e um pião de Nick Catsburg parecia que tinha deixado o #3 fora das contas. Recuperaram, voltaram para a frente da corrida, mas a luta final com o BMW #25 e o Porsche #79 atirou o “Vette” para fora de pista e com demasiados danos para continuar na luta pela vitória. Os BMW estiveram sempre a pressionar o #3, em especial o #25, pois o outro carro da Team RLL incendiou-se numa paragem nas boxes e perdeu uma volta com esse incidente. O #25 foi penalizado pela manobra que motivou o toque no Corvette #3 ficando arredado da vitória que sorriu ao Porsche da WeatherTech Racing,  fazendo uma corrida de trás para a frente, com um ritmo pouco exuberante, mas eficaz e acima de tudo evitando ao máximo os problemas.

GTD – Vitória inquestionável

Os Lexus começaram melhor até, mas cedo se percebeu que seria um Porsche a levar o troféu para casa. Não se sabia qual era ainda, mas na segunda metade da corrida ficou claro que seria o #9 da Pfaff Motorsports, com a ajuda de Laurens Vanthoor que foi a estrela da equipa e não largou a liderança no final. O #16 da Wright Motorsports também esteve sempre nos primeiros lugares, mas uma penalização no final parecia tê-los tirado do pódio, algo que não aconteceu graças a uma boa recuperação. O Aston Martin #23 da Heart Of Racing Team evitou ao máximo os problemas e fez uma prova “certinha” o que valeu o pódio. Os grandes azarados foram o Lamborghini #1 da Paul Miller Racing com um problema de caixa quando estavam no segundo lugar e os Lexus #14 e #12 que não evitaram incidentes que custaram tempo precioso.

Muitas trocas na liderança

Uma corrida com muitas trocas na liderança na geral. Foram no total 29 trocas no primeiro lugar da tabela, sendo que todos os DPi chegaram a liderar a corrida a certa altura. Isto mostra bem a intensidade das corridas do IMSA.

Ressaltos perigosos demais?

Vimos vários carros a terem problemas com os ressaltos da pista. “Respect the bumps” (respeitem os ressaltos) é o slogan da pista, mas talvez seja tempo de pensar em soluções. Os ressaltos desestabilizaram muitos carros e em alguns casos vimos cenas perigosas. Os inícios de stint com pneus frios (não são permitidas mantas de aquecimento) e os ressaltos provocaram incidentes por vezes graves o que terá de levar os responsáveis a pensar numa solução. A repavimentação da pista tiraria toda a essência do traçado, mas a situação irá piorar de ano para ano se nada for feito e o perigo pode tornar-se cada vez maior. É um exercício complicado, tentar equilibrar a tradição com a necessidade de ter a segurança mínima. Mas alguns ressaltos têm mesmo de ser vistos com cuidado pois todos gostamos de ver pilotos em pistas desafiantes mas detestamos ver corridas estragadas por acidentes graves.

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