Fórmula E: Evans dominou, Félix da Costa brilhou

Por a 17 Fevereiro 2020 10:32

Por Fábio Mendes

Mitch Evans foi rei e senhor na quarta ronda do campeonato de Fórmula E. O piloto da Jaguar não deu hipóteses e levou para casa a primeira vitória do ano. António Félix da Costa esteve novamente em destaque, com mais uma corrida fantástica.

A Cidade de México recebeu a quarta prova da competição 100% elétrica. O Autódromo Hermano Rodriguez foi novamente palco de excelência da Fórmula E, este ano com um traçado revisto, mas sempre com bancadas cheias de público. Stoffel Vandoorne (Mercedes) chegou a esta ronda líder do campeonato mas, a concorrência prometia não dar tréguas.

No primeiro treino livre foi Edoardo Mortara (Venturi) a ser o mais rápido (1’09.273), numa sessão marcada pelo violento acidente de Daniel Abt (Audi), que bateu contra as proteções da pista, depois de uma aparente falha do carro. As forças G sentidas pelo piloto foram suficientes para acionar os alarmes e obrigaram o piloto a visitar o hospital como medida de precaução. Na segunda sessão, foi Sam Bird (Virgin) a fazer o melhor registo (1’07.672), seguido de perto por Félix da Costa que ficou em segundo a pouco mais de 0,1 seg. do britânico. Mitch Evans (Jaguar) fechava o top 3.

Andre

Lotterer mais forte na Qualificação

Na qualificação, Andre Lotterer foi o mais rápido, com o tempo de 1:07.922, dando à Porsche a primeira pole na Fórmula E. O alemão ainda suou pois Mitch Evans ficou a apenas 0,063 seg. do melhor registo, mas Lotterer conseguiu assim a sua segunda pole na Fórmula E. Pascal Wehrlein (Mahindra), que teria de largar do fundo da grelha por penalização, Nyck de Vries (Mercedes), Sebastien Buemi (Nissan) e Sam Bird (Virgin) foram os restantes pilotos que ficaram no top 6, tendo conseguido uma vaga na SuperPole. Quem voltou a não ficar perto do top 6 foram os homens da DS Techeetah, com Jean-Éric Vergne e Félix da Costa em nono e décimo, respetivamente. Os dois carros da BMW ficaram mal classificados, ambos abaixo do 17º lugar, um resultado negativo para os líderes do campeonato por equipas. Também Vandoorne teve de se contentar com o 11º lugar final, bem abaixo do que conseguiu o seu colega de equipa. A Audi não teve uma boa sessão com Lucas di Grassi em 17º e Daniel Abt impedido de participar devido ao acidente, obrigando-o a largar da ultima posição.

Evans

de fio a pavio, Da Costa em grande

Na largada, Lotterer e Evans ficaram à mercê de De Vries, mas a melhor posição de Evans permitiu ao neozelandês ficar com o primeiro posto, enquanto Lotterer foi obrigado a uma ligeira saída de pista, que o fez perder várias posições. A partir desse momento, Evans assumiu a liderança que nunca mais foi colocada em cheque por parte da concorrência, numa prova perfeita do piloto Jaguar. Atrás, no entanto, a animação foi grande. De Vries atacou o primeiro lugar na curva 1, mas pouco depois perdeu posições para Buemi e Lotterer. Nico Muller (Dragon) também estava na luta pelo top 5, mas um erro atirou-o contra as proteções da pista e obrigou à saída do Safety Car de Bruno Correia.

No recomeço, Evans não foi incomodado enquanto Lotterer era atacado por Bird que conseguiu passar o alemão e ficar com o terceiro lugar. Se a corrida estava a ser má para o piloto da Porsche, as coisas ficaram pior quando um toque nas proteções da pista danificaram o carro de Lotterer, o que pouco depois o obrigou a regressar às boxes. Mais uma vez não conseguia aproveitar o facto de ter largado da pole.

Quem lucrava com toda esta animação era Vergne e Da Costa, que iam subindo posições e se colocaram no top 5. Mais uma vez a dupla da Techeetah lutou muito entre si, mas o português estava claramente mais rápido e a equipa terá dado ordens para Vergne deixar passar o colega. Em pouco tempo Félix da Costa colou-se à traseira de Buemi, passando o homem da Nissan. Mas Félix da Costa não estava contente com o terceiro posto e apontou a sua mira para Bird.

A pressão que o #13 colocou em Bird foi a suficiente para o piloto britânico cometer um erro, com uma ligeira saída de pista, que foi complementada com um embate nas proteções, o que acabou com a corrida do piloto da Virgin e garantiu o segundo lugar a Félix da Costa.

Evans cruzou a meta em primeiro lugar, vencendo assim pela segunda vez na Fórmula E, e Félix da Costa garantiu o segundo pódio consecutivo, na companhia de Buemi que marcou os primeiros pontos da época.

Destaques

da corrida

Evans, por ter conseguido uma vitória incontestável, foi claramente um dos homens do dia, mas outros merecem menção honrosa neste E-Prix do México. Alexander Sims fez uma excelente recuperação e, tendo largado de 18º, conseguiu subir ao quinto posto, minimizando os estragos para a BMW. Também os homens da Mahindra estiveram em bom plano. Com os dois carros a largar do fundo da grelha por penalização (troca de caixa) Pascal Wherlein e Jerome D´Ambrosio subiram várias posições com o alemão a ganhar ainda uma vaga no top10 e o belga a contentar-se com o 11º

Os destaques pela negativa têm de ir para Vandoorne, que ficou fora dos pontos com uma saída de pista perto do fim da prova, Bird que hipotecou um bom resultado para a Virgin com um erro (foi uma péssima corrida para a equipa, com Robin Frijns a ficar apenas em 12º), Nyck de Vries que viu um problema técnico no seu Mercedes acabar com qualquer hipótese de um bom resultado ficando fora de prova bem cedo e, por fim, Felipe Massa, que teve um fim de semana para esquecer.

A

determinação de um campeão

António Félix da Costa voltou a fazer uma grande prova. O piloto português largou de nono mas fez uma excelente recuperação e aproveitou também os erros alheios para conseguir um saboroso segundo lugar, que lhe permitiu assim subir ao terceiro lugar da classificação do campeonato. Mais uma vez a tenacidade, o talento e a inteligência na gestão da energia fez o piloto luso brilhar conquistando mais um excelente resultado:

“Excelente trabalho de toda a equipa DS Techeetah. Temos trabalhado muito e vejo toda uma estrutura com muita vontade de vencer. Hoje mostrámos rapidez e sobretudo uma excelente gestão de energia, desde a primeira à última volta. Acredito que estamos no caminho certo. Na corrida ataquei ao máximo nos momentos certos e este 2º lugar é um grande prémio para toda a equipa. Vamos continuar a trabalhar com o mesmo foco, o campeonato é longo, mas sei bem onde quero estar posicionado em Julho no final das contas”, referiu o piloto da DS Techeetah, que venceu uma vez mais a votação do fanboost, feito que considerou “um grande orgulho ter tanto apoio dos Portugueses. Esta energia extra do fanboost hoje fez a diferença, pois consumei uma ultrapassagem quando o acionei. O apoio de tantas pessoas mostra que não estou sozinho nesta caminhada e isso é muito bom. Juntos vamos lutar por este campeonato!”

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