CPV: Finalmente no rumo certo? – O que tem a dizer a FPAK? (parte 5)

Por a 20 Agosto 2022 11:30

Por Fábio Mendes e Pedro André Mendes

(Este artigo é composto por várias partes. Pode ler aqui a parte 1, parte 2, parte 3 e parte 4)

E o que diz Ni Amorim?

A FPAK é peça central em tudo o que se passa na competição automóvel. É para ela que todos apontam quando algo vai mal e é a ela que todos exigem respostas. A FPAK começou recentemente a fazer um trabalho de renovação dos ralis, com a formação da FPAK Junior Team para os ralis. Pedro Salvador referiu isso mesmo:

“É urgente que a Federação faça na velocidade um trabalho semelhante ao que está a fazer nos ralis. Já não vivemos nos tempos da paixão e em que as ideias surgem do nada. É preciso planear pois para colocar em pé projetos a responsabilidade é crescente. A FPAK colocou em prática um plano para os ralis, agora com o KIA Junior Cup, que aplaudo. É preciso sangue novo em todo o lado. Mas parece-me que os ralis já se organizaram e já começam todos a remar para o mesmo lado, na velocidade se calhar ainda não acontece, pois talvez falte o tal plano que a FPAK tem de delinear. Só assim podem aparecer competições, parceiros, projetos para dar sequência ao que tem sido feito. ”

Também Luís Veloso manifestou a sua preocupação:

“A FPAK tem de olhar para a velocidade como olha para os ralis e sinto que não há essa preocupação.”

Ni Amorim considera que a FPAK está a fazer o que deve, mas a limitação de meios obriga a que se façam opções e não se possa fazer tudo de uma vez. Quando o AutoSport pediu ao Presidente da Federação um ponto de situação eis o que Ni Amorim disse:

“A velocidade em Portugal passa por um período de mudança. Temos uma regulamentação nova que são os GT4, TCR e GTC, com um BoP para equilibrar os andamentos. Foi uma aposta que fizemos este ano com um novo promotor. Temos tido 15 carros nas grelhas, um número que supera as minhas expectativas, pois o campeonato nacional de velocidade anda mal há muito anos e é difícil encontrar um caminho que agrade a toda a gente e que traga pilotos para as grelhas. Pelo feedback dos pilotos e equipas, esta fórmula agrada e, embora não queira embandeirar em arco, espero que consigamos que este projeto avance a médio longo prazo e que tenha adesão e mais inscritos.”

A acusação de que a FPAK olha apenas para os ralis foi prontamente refutada:

“Não temos verbas para ir a todas as modalidades de uma só vez. Houve uma fase que foi arrumar a casa, depois uma fase de capitalização e agora avançamos para os investimentos. Começamos pelos ralis, pois pareceu-nos o problema mais premente olhando à média de idade dos pilotos da frente que começa a ser elevada. Na velocidade temos muitos pilotos que ainda vão ganhar muita coisa como o [António] Félix da Costa, o Filipe Albuquerque ou mesmo o João Barbosa. Temos o [Álvaro] Parente que está parado, esperamos nós temporariamente. Mas nos ralis não temos ninguém com representação internacional. Vamos começar pelos ralis, vamos estar presente nos Motorsport Games, vamos apostar muitos nos jovens, nos karts, no drift e nos eSports.

“O que nos compete é proteger os campeonatos nacionais e é isso que vamos fazer no futuro. Mas não podemos exigir nada aos promotores quando não tínhamos estratégia definida. Agora, com a estratégia definida, vamos defender o CPV. Não vejo nenhuma razão para que as equipas não façam os seus investimentos. Tivemos 2020 e 2021 em que o modelo adotado não funcionou e que não teve o crescimento esperado. Este modelo, não digo que vá funcionar, mas para já está a funcionar. 15 carros nas grelhas é um bom número, olhando ao que tínhamos.”

Já quanto ao caminho ibérico, Ni Amorim espera que finalmente possa acontecer, uma vez que estão reunidas as condições para isso:

“Concordo que o futuro passa por competições ibéricas e temos uma relação muito boa com a Real Federação Espanhola, neste momento o presidente da federação espanhola e vice-presidente da FIA, já falamos sobre a zona ibérica e se não for agora nunca mais acontece. Está numa posição de força para pressionar a FIA para criar a zona ibérica que creio ser o futuro. Não faz sentido estarmos de costas voltadas quando há sinergias em tantas outras áreas. Há outras áreas de cariz semelhante como o Benelux e uma zona ibérica faz todo o sentido com Portugal e Espanha e quem sabe até a França. Portugal e Espanha acho mais fácil, com França parece-me algo mais ambicioso mas tenho a promessa do Manuel Aviñó que vai lutar por isso na FIA. Da nossa parte estamos de acordo, eles também estão e agora têm força suficiente na FIA para tornar isso uma realidade.”

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