WRC pode ficar reduzido a VW e Hyundai em 2016

A cerca de um mês do arranque da nova época do WRC, a competição está cada vez melhor definida, mas ainda se mantêm algumas dúvidas importantes em alguns quadrantes. Entre as equipas principais, já só falta conhecer o programa exato da M-Sport, e neste caso particular, a data-limite para o registo dos Construtores no WRC, prevista para 19 de dezembro, foi adiada uma semana na tentativa que a M-Sport ainda possa assegurar os meios para se inscrever como Construtor e dessa forma participar nas 14 provas. Caso se confirme que a equipa de Malcolm Wilson não se inscreve, o WRC fica reduzido à luta entre a VW e Hyundai pelo Mundial de Construtores, regressando-se à era pós abandono da Subaru, no final de 2008, quando ficaram só a Ford e a Citroën.

Na Volkswagen Motorsport, os alemães apostam na continuidade, novamente com Sébastien Ogier, Jari-Matti Latvala e Andreas Mikkelsen, que tem um novo co-piloto, o jovem Anders Jaeger. O anterior, Ola Floene foi navegar Mads Ostberg. A razão é simples, pois enquanto com Mikkelsen, Floene só tinha contrato até ao final do próximo ano, Ostberg ofereceu-lhe um vínculo mais extenso. Curiosamente, Floene já tinha navegado o pai de Mads, Morten e estava com Mikkelsen quando este começou a sua carreira na Grã-Bretanha, em 2006, tinha 17 anos.

Passando para a M-Sport, a equipa de Malcolm Wilson muda radicalmente o seu line-up de pilotos, já que foi buscar Mads Ostberg à Citroën Racing e contratou o jovem Eric Camilli, que estava no WRC2 pago pela Toyota, já que era um dos pilotos no seu programa do WRC. Ott Tanak deixa a equipa oficial da M-Sport e vai para a nova formação satélite, a DMACK WRT, que vai ter um Ford Fiesta WRC preparado pela M-Sport.

Na Hyundai Motorsport, a alteração mais significativa, um carro completamente novo, a nova geração do Hyundai i20 WRC. Os pilotos são os mesmos, a equipa de Alzenau confirmou que os três, Thierry Neuville, Dani Sordo e Hayden Paddon vão participar em todas as 14 provas do WRC enquanto Kevin Abbring também realizará alguns ralis, ao mesmo tempo que desenvolve o novo R5 da marca coreana e testa o novo WRC 2017. De qualquer modo no Monte Carlo só Neuville e Sordo terão os novos i20 WRC, sendo que Paddon só recebe a nova máquina no Rali da Suécia.

A grande ausente do WRC será a Citroën Racing, que decidiu concentrar-se no desenvolvimento do WRC 2017, passando a ‘pasta’ à francesa PH Sport, que novamente com o apoio de Abu Dhabi – a equipa vai denominar-se Abu Dhabi Total World Rally Team – terá um programa parcial no WRC, alinhando com um… a um máximo de três DS3 WRC nas provas europeias, com Kris Meeke, Stéphane Lefebvre, Craig Breen (nova aquisição, vindo da Peugeot) e o habitual Khalid Al-Qassimi. Tendo em conta o programa parcial, a equipa não se inscreveu para pontuar nos Construtores, o que significará que a Citroën, pela primeira vez desde 2001, não marcará presença na tabela dos Construtores (em 2006 a Kronos Racing substituiu-a). Para já, o WRC fica reduzido a três Marcas, mas ainda se aguardam as já referidas notícias oriundas da M-Sport.

No Rali de Monte Carlo, a equipa vai participar com Kris Meeke e Stéphane Lefebvre, enquanto na Suécia, segunda prova do WRC 2016, terá três carros para Meeke, Lefebvre e Craig Breen. Para além disso, a Citroën anunciou que prolongou o seu contrato com Kris Meeke, estendendo-o até 2018, sendo ele o piloto responsável pelo desenvolvimento do novo carro, que começará a testar em abril de 2016. A parte mais inesperada desta questão é a contratação de Craig Breen à Peugeot, depois de três frustrantes épocas com os ‘outros’ franceses, onde não conseguiu ser Campeão Europeu.

Outsiders e rumores

Martin Prokop, que tem sido o privado de maior destaque ao longo dos anos no WRC deverá reduzir significativamente o seu envolvimento na competição a começar já pelo Monte Carlo, pois como se sabe vai marcar presença no Dakar aos comandos de uma Toyota Hilux. O piloto checo revelou não estar muito contente com o protagonismo – ou falta dele – que os privados têm no WRC e por isso pondera outras paragens.

No pólo oposto e a incrementar a sua presença no WRC está Lorenzo Bertelli, que vai realizar uma época com uma equipa satélite da M-Sport, basicamente aproximando a sua estrutura à de Malcolm Wilson, desviando para este muito do trabalho que a sua pequena estrutura tinha mais dificuldade em lidar.

Depois, fica por se saber o que irá acontecer com Elfyn Evans, que sai da equipa oficial da M-Sport, mas que deverá realizar um programa parcial com um Ford Fiesta WRC, podendo mesmo ser ele o responsável para correr no WRC2 com o novo R5 da M-Sport. Para já, é isso mesmo que vai acontecer no Rali de Monte Carlo.

De quem também ainda não se sabem muitas informações é de Robert Kubica que poderá optar por um programa reduzido no WRC. Para já está inscrito no Rali de Monte Carlo, e por isso resta aguardar o que vai fazer em toda a época de 2016.

São estas as linhas gerais do WRC 2016, sendo que a temporada será muito marcada pelos testes dos novos carros de 2017, sendo que nessa temporada o Mundial de Ralis recebe uma nova equipa a Toyota Gazoo Racing, que regressa à competição, devendo estar a preparar-se para testar o novo carro, que está agora a ser construído – o Yaris WRC que temos visto a testar é apenas um protótipo para desenvolver peças e know how – devendo ser Mikko Hirvonen e Juho Hänninen os pilotos de teste.