O Saudoso Rali RAC: 90 anos de um fenómeno de popularidade

Por a 6 Março 2023 10:24

O Rali de Gales/GB teve que percorrer um longo caminho para se firmar no Mundial de Ralis, mas a sua mística perdeu-se. A prova, desde que entrou para o WRC, em 1973, só uma vez falhou (1996, o ano da rotatividade de provas no WRC) uma edição na mais importante competição de ralis do mundo, até 2019. Desde aí, desapareceu e está com muitas dificuldades de se reerguer

Foi há nove décadas que o Rali da Grã-Bretanha começou… mas num formato irreconhecível para os dias de hoje. Antes da 1ª Guerra Mundial existiam oito eventos que formavam o ‘mini-campeonato’ Rally GB, cujo caráter tentava replicar o Rali de Monte Carlo, com uma série de especiais que ligavam várias partes da Grã-Bretanha.

Nesses tempos existiam testes de condução, slaloms e uma grande ênfase na competição por classes. Depois da Guerra, esse mini-campeonato foi reavivado em 1951, para serem introduzidas no ano seguinte as especiais de velocidade, mas sempre com a predominância das classificativas de regularidade em longo curso.

Em 1954 foram estreadas as especiais à noite e em 1960 foram, aí sim, utilizadas verdadeiras classificativas de velocidade como hoje as conhecemos. Pela primeira vez na história do rali, essa edição foi ganha por um não-britânico, o sueco Erik Carlsson, num Saab.

Entre o início dos anos 60 e 1985 o formato manteve-se praticamente inalterado e altamente popular. Em 1987, os reconhecimentos foram uma inovação e, 10 anos depois, estreou-se o formato mais concentrado, com as super-especiais espetáculo na zona central de Inglaterra e os exigentes troços florestais disputados no País de Gales.

A popularidade do evento foi sempre retumbante. Em 1934, apenas na sua terceira edição, participaram nada menos de 384 equipas. A prova britânica foi uma das fundadoras do Campeonato da Europa FIA em 1953.

Depois de algumas alterações na sua designação, nenhuma edição terá sido tão dramática como a de 1998, quando o Toyota Corolla WRC de Carlos Sainz e Luis Moya ficou parado a 300 metros do final do último troço, fazendo a desesperada dupla espanhola perder o título para Tommi Makkinen… que já tinha desistido!

Hoje, a prova luta para recuperar o seu lugar, mas o pós-Brexit não está a ser fácil por aqueles lados e as prioridades são outras. É uma pena, porque a prova muitas vezes deu um excelente ‘Season Finale’, era quase sempre um ‘thriller’ devido às estradas muito escorregadias, em que tudo mudava de um troço para outro. É uma pena…

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