‘Estórias’ do Rali de Portugal: “O Giovanni desviou-se de tudo..menos da mala da roupa!”


«Lembro-me, assim de repente, de duas histórias, que se passaram no Rali de Portugal. A primeira foi em 1977 e teve como personagem o Giovanni Salvi. Nesse ano, corríamos com o Ford Escort de Grupo 1 da Rica Lewis, que decidiu reforçar o patrocínio e, por isso, o carro estava muito bem preparado e finalmente bem pintado, com as estrelinhas todas da bandeira americana.

Além disso, decidimos recuperar uma velha Peugeot 404, que estava toda abandonada e toda podre. Pintámo-la de azul e enchemos os buracos da carroçaria com papel e jornal. Recordo até que, a certa altura, um dos mecânicos, que estava a fumar (então, podia-se fumar dentro dos carros…) atirou pela janela aberta a beata e, com o fluxo do vento, ela voltou para dentro. Mas ninguém percebeu onde tinha caído, até começar a cheirar a queimado! Muito simplesmente, ela tinha entrado para dentro da porta, pela calha do vidro e tinha pegado fogo aos jornais!

Mas regressando à história propriamente dita, ela sucedeu depois do troço de São Pedro de Moel. De repente, ficámos atrás da nossa carrinha e, quando percebeu isso, o condutor desatou a acelerar à nossa frente. Então, numa passagem de nível, abriu-se a porta de trás e começaram a saltar de lá coisas – pneus, latas de gasolina, ferramentas… O Giovanni, para evitar aquilo, lá foi fazendo ‘slalom’ por entre as coisas. Nessa altura, ele tinha uma mala de viagem, oferecida pela Porsche, pela qual tinha uma enorme estimação. Então, depois de falhar os pneus, as latas, o macaco, a única coisa que ele pisou e destruiu foi a sua tão querida mala de viagem, com a roupa toda”, recordou Pedro de Almeida, ex-Diretor do Rali de Portugal.

Ativar notificações? Sim Não, obrigado