AUDI SPORT QUATTRO VENDIDO PARA PORTUGAL… POR 425.000€

Por a 7 Dezembro 2019 08:32

Não se conhece o felizardo novo dono, mas o Audi Sport Quattro da foto foi recentemente vendido para Portugal por 425.000€, na PreSelect, em Berlim. O valor, é dos mais altos de sempre para este tipo de carro.

O Audi Sport Quattro é a versão mais curta do mítico Audi Quattro, foram construídos apenas 220 carros, para efeitos de homologação da FIA, segundo a Classic Trader, à volta de 170 foram vendidos para particulares.

Nos ralis, o Audi Sport Quattro (1984-1985) durou apenas dois anos, já que deu lugar ao ainda mais ‘brutal’ Audi Sport quattro S1 E2, o de 1986, com toda a aerodinâmica que foi acrescentada a esta versão curta.

Basicamente, o carro teve uma vida curta, mas intensa. A evolução natural dos Quattro A1 e A2, o Sport Quattro foi a primeira tentativa da Audi em lutar pela primazia no Grupo B. Participou em 14 ralis e venceu apenas um, o da Costa do Marfim, em 1984. Sucederam-lhe os ainda mais poderosos S1 e S1 E2.

O Audi Quattro estreou-se na competição no Janner Rally, na Áustria, em 1980, meses depois de ter sido visto pela primeira vez as estradas do Rali do Algarve, onde surpreendeu toda a gente pela sua rapidez e pela eficácia da sua inédita tração às quatro rodas. Tinha uma carroçaria visivelmente baseada na dos carros de série e o seu motor debitava qualquer coisa como cerca de 300 cv.

Em 1981, Michele Mouton tornou-se a primeira mulher a ganhar um rali do WRC, precisamente ao volante do Audi Quattro – que, aparentemente, era tão eficaz que gerou o lendário comentário de Walter Röhrl, agastado por te sido batido… pela francesa: “Até um macaco é capaz de ganhar com este carro!” Nos três anos seguintes, a Audi desenvolveu as versões A1 e A2 do Quattro, tornando-o numa máquina implacável e devoradora dos lugares mais altos dos pódios em muitos ralis do WRC. Eram os primeiros anos das violentas regras dos Grupo B e os A1 e A2 tinham potências na ordem dos 355 cv, extraídos do motor de cinco cilindros em linha e turbo. Entre 1983 e 1984, com pilotos como Mouton, Hannu Mikkola, Stig Blomqvist e Walter Röhrl, venceram dez ralis: dois em 1983 (A1) e os restantes nesse ano e no seguinte (três em 1983, cinco em 1984). Depois, surgiu o Sport Quattro.

Uma estreia pouco auspiciosa

O Audi Sport Quattro estreou-se na Volta à Córsega de 1984 e resultou num fiasco. Mais curto 320 mm que o Quattro, a sua carroçaria era feita em materiais compostos, como carbono e “kevlar”, tornando-o mais leve. Os vidros tinham uma inclinação semelhante à do Audi 80, a pedido dos pilotos, que se queixavam de demasiados reflexos, que os impediam de ver corretamente os instrumentos do painel de bordo.

O motor, em liga de alumínio, era também mais pequeno que o do Audi Quattro, mas mais potente, com valores que, na versão de estrada, atingiam os 306 cv e, nas de competição, os 450 cv – roçando mesmo os 500 cv em algumas situações, o que era absurdo, se pensarmos que, poucos anos antes, essa era a potência de um motor de F1. Estava colocado, juntamente com a transmissão 4×4, num “berço” mais curto 244 mm e mais largo 57 mm que o da anterior geração do Quatro. A ideia era ser também vencedor em provas com estradas em asfalto. Era suposto ser mais leve e mas ágil e, para isso ser possível, o velho motor do Quatro recebeu uma cabeça de 20 válvulas e dupla árvore de cames.

Na verdade, se a potência nunca foi um fator de dúvida ou de receio noutros aspetos o Sport Quattro foi uma deceção. Pelo menos, no início de vida. Apresentado oficialmente em Março de 1984 a sua estreia, na Córsega, durou apenas sete classificativas. Mesmo no asfalto, saltava como um batel no meio de um furacão. Quase inguiável, pilotá-lo nos limites era um pesadelo e o prazer da sua condução era nulo. A sua carroçaria mais curta tornou-se noutro grande problema, com a distribuição de pesos a cair toda na frente e a maneabilidade a ser constantemente posta em causa, por muito avançadas que fossem as soluções introduzidas na tração às quatro rodas.

Foram precisos seis meses para que um Sport Quattro chegasse ao fim de um rali no WRC e, entretanto, Stig Blomqvist cavalgou até ao seu título mundial com o velho Quattro, mais longo e mais pesado 50 quilos – o que foi, no mínimo, embaraçoso, mas conseguia vencer provas com regularidade.

Então, no final de 1984, a Audi percebeu que, para o Sport Quattro se tornar fiável e especialmente, competitivo tinha que receber alterações radicais no projeto original. Ter o motor colocado à frente das rodas dianteiras destruía os pneus em aceleração brutal, coisa que não acontecia com o Peugeot 205 T16 muito melhor equilibrado.

Assim, a Audi viu-se compelida a abandonar a solução que tão bem funcionava desde 1981, trocando o diferencial central por soluções de acoplamento viscoso, que foi experimentando sucessivamente, até percebe qual a que melhor se adequava às exigências do Sport Quattro.

Além disso, nas versões preparadas para o Safari, que era uma prova com longos troços sempre a fundo e sempre muito rápida, recebeu uma caixa de seis velocidades.

O resultado foi o Sport Quattro S1 e, logo a seguir, o S1 E2, que encerrou a carreira oficial da maca no WRC, com a extinção dos Grupo B, em 1986.

Que bom seria este carro ser convertido para competição, Campeonato de Portugal de Clássicos, por exemplo…

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