Troféu Punto Vodafone 2001: Gago fez a festa… sem nunca vencer


Já lá vão 20 anos desde que o pai de Diogo Gago, António Gago, venceu o Troféu Punto Vodafone. Uma competição em que foi o mais consistente. Recordemos a prova que chancelou a conquista.

Conforme se previa, a última etapa do calendário do Troféu Fiat Punto Vodafone, o Rali Sport / Rota do Dão, foi disputada sob um clima de grande nervosismo. Afinal, em causa estava a atribuição do título desta primeira edição da competição luso-italiana, com quatro pilotos a partirem ainda com hipóteses de resolverem esta questão a seu favor – se bem que um deles, apenas recorrendo a uma solução matemática!

Mas a verdade é que até nem foi preciso esperar muito para que este lote de potenciais candidatos ficasse reduzido, nomeadamente, com a saída de estrada de Jorge Pinto, logo na segunda especial do rali, numa altura em que o piloto de Penafiel já se debatia com problemas na caixa de velocidades: “De facto, logo desde o início do rali que percebi que a terceira velocidade saltava constantemente. E acabou por ser essa circunstância que precipitou o nosso abandono, quando perdemos o controlo do carro numa zona bastante rápida. A terceira saltou uma vez mais e com o piso muito escorregadio foi impossível evitar o despiste.” Pelo caminho também já tinha ficado Pereira da Silva, outro dos pilotos que cedo hipotecou as suas hipóteses de vencer o troféu.

Desta forma, praticamente tudo ficou decidido quanto à questão do título, uma vez que a António Gago bastava apenas chegar ao fim para fazer a festa maior. Apesar da guerra de “nervos”, o certo é que o piloto algarvio não deixou fugir esta oportunidade, abdicando, de imediato, da luta pelos lugares cimeiros.

No final, o quarto posto foi mais do que suficiente para Gago conquistar o troféu, numa prova clara de que, por vezes, a melhor táctica passa, apenas, por ser… o mais regular: “Tratou-se, logicamente, de um título muito saboroso que, no fim de contas, confirmou que a nossa táctica foi a mais correcta, pois não foi preciso ganharmos um único rali para terminarmos a época na frente da classificação. Pelo contrário, conseguimos um bom conjunto de resultados, apenas ‘manchado’ pela desistência nos Açores”, justificou.

Como é lógico, numa prova em que o título fica decidido, a equipa que vence na estrada acaba por ficar sempre em plano secundário, ainda que ingloriamente. Mas foi o que aconteceu, afinal, com Mex e Dário Ramos que, depois de várias ameaças conseguiram, finalmente, o tão almejado triunfo na competição, numa espécie de despedida em beleza, após um ano em que nada correu bem a esta dupla: “Acho que foi uma recompensa justíssima para toda a equipa e patrocinadores, já que eles sempre me apoiaram, mesmo nos momentos mais difíceis. Felizmente, desta feita tudo correu pela positiva e fizemos uma prova quase isenta de erros.”

Apesar de tudo, Mex ainda teve de se esforçar para travar o ímpeto de Paulo Antunes, que tudo fez para chegar ao quarto triunfo do ano. Mas um pião ainda na quinta especial acabou por atrasá-lo de forma quase irremediável: “A partir daí, quase baixei os braços e limitei-me praticamente a confirmar a segunda posição no troféu”, muito por culpa dos três triunfos averbados no passado. Talvez por isso, o piloto não deixou de considerar que se sente “vencedor moral do troféu… Sinceramente, penso que poderia ter sido eu a vencer, não fosse o sistema de pontuação do troféu privilegiar, apenas, a regularidade”, desabafou.

O pódio desta prova ficou completo com Francisco Brites, piloto que encetou uma recuperação bastante proveitosa, durante a tarde, “depois de uma escolha menos acertada na pressão dos pneus, da parte da manhã.” Mas, para isso, também beneficiou positivamente do abandono de José Sampaio que partiu o cárter do seu Punto após acertar em cheio em algumas pedras lançadas “inadvertidamente” para a estrada pelos espectadores. Lamentável…

Classificação: 1º Mex/Dário Ramos, 1h11m31,44s; 2º Paulo Antunes/Carlos Mendes, 1h11m54,68s; 3º Francisco Brites/José Teixeira, 1h12m06,12s; 4º António Gago/Luís Assunção, 1h13m53,03s; 5º António Bayona/Paulo Fiúza, 1h16m58,64s. Troféu: 1º A. Gago, 176 pontos; 2º P. Antunes, 164; 3º P. da Silva, 161; 4º J. Pinto, 145; 5º J. Ferreira, 111.

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