Há 45 anos era assim: Pop-Cross

Por a 30 Dezembro 2022 13:19

Hoje, as expressões são bem diferentes das de há 45 anos. Agora, há o autocross e o ralicross, este uma mescla de pista em asfalto e em terra. Mas, quando o AutoSport nasceu, em 1977, existia uma competição chamada Pop-Cross. Não, não tinha nada a ver com os Beatles, ou os Beach Boys. Utilizando os Citroen 2cv ou Dyane, era composta, de uma forma geral, por duas “meias-finais” e uma “final”, mais ou menos de 15 voltas cada (dependia das pistas).

O vencedor era encontrado na pessoa de quem chegasse em primeiro na última destas “mangas”.

Na altura, existia um Troféu Nacional – que, no ano de 1977 foi ganho por José Gomes. De facto – e recuando à reportagem do III Pop-Cross Internacional de Viseu, a primeira prova que o Semanário dos Campeões publicou, no seu nº 3, de 15 de Setembro e que até teve honras de capa – bastou ao piloto o terceiro lugar para garantir o título.

Mas, nessa edição da prova viseense, a derradeira do Troféu, o vencedor absoluto foi um tal de João Seara Cardoso, então uma das grandes “vedetas”

destas provas. Ilusões no Europeu Um mês mais tarde, o jornalista José Pinto, que assinava a reportagem, viajou até à Áustria, onde numa pista traçada

no campo militar de Treffing, próximo de Linz, teve lugar o Troféu Europeu de Pop-Cross.

Presentes cinco pilotos portugueses, a saber: José Gomes, Francisco Lage, Manuel Almeida Marques, Hélder Abrantes e José Vicente Filipe. Nenhum deles levava consigo mais que «uma montanha de ilusões » – e isso refletiu-se na respetiva atuação. Filipe lá chegou a Linz, mas o seu 2cv não. Dos outros, «apenas Almeida Marques rodou ao nível dos melhores», com uma volta em 1m15,68s, contra 1m12,94s do mais rápido, Bernard Roger. Depois, nas eliminatórias, tudo ficou resolvido – de abandono em abandono, Abrantes lá chegou à sua meia-final, onde um pneu rebentado ditou o final do sonho. Para que conste, o vencedor foi o francês Laffe, que juntou a esse triunfo o do Europeu, com dois pontos de vantagem sobre o seu compatriota Antonio Franco.

O Pop-Cross, que juntava grelhas de partida com mais de três dezenas de carros e largos milhares de espectadores, manteve-se bem vivo nos três anos seguintes, começando depois a perder fôlego, a favor do autocross. Pelo meio, recordem-se nomes de pilotos como Inverno Amaral, Hélder Abrantes, Carlos Simões ou Amaro Nogueira, para só citar alguns dos muitos que fizeram as glórias duma das mais populares modalidades.

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