Tiago Monteiro estreou-se no GP do Mónaco F1 há 20 anos: “é, de facto, um circuito à parte”


Há 20 anos, Tiago Monteiro terminou o GP do Mónaco na 13ª posição, mantendo intacto o seu recorde da altura, de concluir todos os Grandes Prémios que já tinha disputado até então. Mas o português passou por momentos muito difíceis na corrida, pois os seus pneus tinham perdido toda a sua eficiência depois de apenas 20 voltas.

Não admirava, por isso, que o piloto da Jordan se tivesse sentido bastante frustrado no final da corrida: «Durante as primeiras 20 voltas ainda pude manter um ritmo interessante, depois de no arranque ter ganho uma posição ao Albers, que perdi por causa do Montoya. Não estava muito perto do Friesacher, mas sabia que ele iria parar por duas vezes enquanto eu só pararia uma. Só que a partir da 20ª volta os pneus começaram a perder aderência a um ritmo impressionante, e com a entrada em pista do Safety Car as coisas pioraram. Os pneus perderam temperatura e quando a pista voltou a ficar livre eu não tinha aderência nenhuma, uma situação que levou quatro ou cinco voltas a passar. Até ao reabastecimento ainda consegui manter um ritmo aceitável, mas as últimas 30 voltas foram um calvário. Na verdade, foi um dia muito frustrante, porque não posso falar de corrida, mas apenas de sobrevivência em pista.»

O piloto português viu-se pela primeira vez atrás dos dois Minardi, tanto na qualificação como na corrida, até Friesacher e Albers cometerem erros fatais para as suas aspirações, mas não acreditava que o novo PS05 fosse mais competitivo que o seu Jordan EJ15: «Penso que eles estiveram melhor na escolha dos pneus e como a performance dos pneus é, hoje em dia, 90 por cento da performance do carro, andaram à nossa frente. Nós escolhemos os pneus mais duros da Bridgestone convencidos que na corrida teríamos vantagem, mas os macios que a Minardi escolheu revelaram-se mais adequados à situação.» Monteiro foi o único piloto do grupo que lutava pelas últimas posições a evitar erros, pois Karthikeyan abandonou cedo depois de um toque nos rails ter danificado o seu EJ15, enquanto Albers esteve na origem do incidente que neutralizou a corrida à 24ª volta e Friesacher bateu forte na chicane, quando ainda estava à frente do português.

Melhor que Karthikeyan Pela segunda prova consecutiva Tiago Monteiro mostrou ser o mais rápido dos pilotos da Jordan, mas desta vez não teve problemas mecânicos e pôde bater o seu companheiro de equipa nas duas sessões qualificativas. No sábado a diferença entre os dois pilotos da equipa de Alex Shnaider foi de apenas 0,066s favorável ao português, mas na qualificação de domingo de manhã Monteiro foi mais eficaz que o indiano, ganhando-lhe quase três décimos de segundo naquela volta. Daí que se tenha qualificado na 15ª posição da grelha de partida, imediatamente à frente do seu companheiro de equipa. Monteiro cometeu apenas um erro ao longo das seis sessões de treinos, ao tocar ligeiramente nos rails no início do último treino livre. Um erro que lhe custou 20 minutos, mas que para um estreante acabou por ser mais do que aceitável, pois os outros três estreantes erraram muito mais que o português. Mesmo assim, o piloto da Jordan ficou impressionado com esta pista muito específica: «Este é, de facto, um circuito à parte, que ainda é mais estreito do que parece quando é percorrido a pé. Não há a mínima margem para um erro.

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