GP do Japão de F1: 5 Histórias do paddock

Foram muitas as conversas no paddock de Suzuka, versando inúmeros assuntos que passaram pela Honda, Toyota e Andretti e não só.

Honda financia Tsunoda?

Yuki Tsunoda foi confirmado pela AlphaTauri por mais uma temporada, juntamento com Daniel Ricciardo, sendo mais ou menos compreensível, uma vez que tem vindo a realizar uma boa temporada, tendo progredido bastante em 2023 relativamente ao ano transato.

No entanto, alguns observadores chegaram a equacionar a sua saída, dado que o piloto nipónico é da esfera da Honda e não da Red Bull, tendo esta dois pilotos para colocar, Ricciardo e Liam Lawson, depois deste ter mostrado ter qualidade para estar na Fórmula 1 enquanto substitui o australiano.

Porém, de acordo com conversas em Suzuka, a Honda estará a pagar à Red Bull, sob a forma de desconto nas faturas dos motores, para que Tsunoda continue na categoria máxima, o que levou à sua recondução na AlphaTauri. Desta forma, a Honda pretende preparar o seu piloto para que possa ingressar na Aston Martin quando esta tiver acesso às unidades de potência nipónicas, em 2026.

Toyota de regresso?

A Toyota tem estado fora do radar da Fórmula 1, estando concentrada no Campeonato do Mundo de Endurance e no Campeonato do Mundo de Ralis, com bastante sucesso, mas no Grande Prémio do Japão veio para a ribalta do paddock da categoria máxima.

Num primeiro momento, foi anúncio de que Ryo Hirakawa assumirá o papel de terceiro piloto da McLaren em 2024, algo que foi completamente inesperado e que só faz sentido perante a luz do interesse da equipa de Woking em estar debaixo do foco no ‘país do Sol Nascente’, uma vez que o japonês não tem qualquer experiência de Fórmula 1.

Kazuki Nakajima, ex-piloto da Williams, também presente na prova nipónica, justificou este movimento com o bom relacionamento entre a McLaren e a Toyota, uma vez que a primeira usou durante longos anos o túnel de vento de Colónia do construtor japonês, onde está sediada a formação responsável pelo programa do WEC. No sábado, para grande surpresa de todos, Akio Toyoda, o presidente da Toyota Motor Corporation, esteve presente em Suzuka, uma pista da Honda, na área de hospitalidade da McLaren, intensificando as teorias sobre um regresso da marca japonesa à Fórmula 1.

Recorde-se que o construtor nipónico esteve na categoria máxima entre 2002 e 2009 com a sua própria equipa sem grande sucesso.

Lawson segue Albon?

O lugar de Logan Sargeant na Williams está cada vez mais em risco, uma vez que, para além da falta de resultados, os erros em pista começam a pesar nos cofres da equipa, uma combinação de que nenhum chefe de equipa gosta.

Face a isto, James Vowles está a olhar para opções par ao lugar do americano e cada vez mais Liam Lawson parece ser um forte candidato.

O neozelandês tem impressionado aos comandos de um AlphaTauri, enquanto substitui o lesionado Daniel Ricciardo, mas não tem volante para a próxima temporada, depois do australiano e de Yuki Tsunoda terem sido confirmados para 2024 durante o Grande Prémio do Japão.

Apesar de estar na esfera da Red Bull, tendo assegurado o lugar de terceiro piloto da equipa Milton Keynes, Lawson poderia ir para a Williams a título de empréstimo, como já aconteceu com Albon, sendo também uma forma de Christian Horner e Helmut Marko verificarem o verdadeiro potencial do neozelandês.

Problemas para a Andretti?

Entre todos os candidatos a um lugar na grelha de partida da Fórmula 1 a Andretti terá sido a única que terá sido vista como uma possibilidade a integrar o pelotão, mas segundo alguns rumores que circulam no paddock a sua posição poderá ter ficado enfraquecida devido a questões políticas com a Renault.

O construtor francês teria já um acordo com os americanos para fornecimento de motores, mas nos últimos meses tem vindo a queixar-se da falta de competitividade das suas unidades de potência, tendo requerido que lhe fosse permitido desenvolver o seu V6 turbohíbrido para alcançar as performances das suas rivais, o que foi negado, estando a Ferrari e a Mercedes terminantemente contra.

No entanto, segundo os ‘mentideros’, terá sido oferecido à Renault a possibilidade de evoluir a sua unidade de potência, de modo a ficar competitiva, mas para isso teria de cessar o acordo de fornecimento que assinara com a Andretti.

Se este cenário avançar, os americanos não terão motores para animar os seus monolugares, podendo a sua candidatura a um lugar na grelha de partida ser negada, o que vai de encontro aos interesses das equipas e da FOM.

O regresso de Daniel Ricciardo

Daniel Ricciardo poderá não regressar à Fórmula 1 antes do Grande Prémio dos Estados Unidos, que se realiza a 22 de Novembro.

Isto significa que o australiano falhará o Grande Prémio do Qatar, perfazendo cinco eventos em que não tomará parte desde que sofreu a lesão no seu pulso esquerdo durante uma sessão de treinos-livres do Grande Prémio dos Países Baixos.

Com o seu lugar para 2024 assegurado na AlphaTauri, Ricciardo não quer precipitar o seu regresso, concentrando-se em recuperar totalmente para que não tenha uma recaída que poderia provocar nova ausência.