GP Azerbaijão F1: Max Verstappen vence, crise na Ferrari agrava-se

Por a 12 Junho 2022 18:30

Não foi um GP do Azerbaijão tão dramático como os que temos visto nas épocas anteriores, mas foi uma corrida surpreendente, que agradou à Red Bull. Os líderes do campeonato conquistaram uma grande vitória e aumentaram a sua vantagem para a Ferrari. Max Verstappen venceu a corrida, seguido de Sergio Pérez, numa dobradinha muito importante para a Red Bull.

Para a Ferrari foi uma tarde para esquecer, com Carlos Sainz a ficar de fora com problemas hidráulicos e Charles Leclerc a ficar também de fora com problemas na sua unidade motriz. Cinco carros desistiram da corrida e dos cinco, quatro tinham unidades motrizes italianas, em mais um fim de semana negro para a Scuderia. O terceiro lugar ficou entregue ao “Sr. Consistência”. George Russell conseguiu o terceiro lugar, aproveitando as desistências da Ferrari. Uma corrida muito discreta mas igualmente eficiente. Lewis Hamilton queixou-se de dores nas costas, mas isso não o impediu de chegar ao quarto lugar, depois de uma boa luta com Pierre Gasly que terminou em quinto.

Sebastian Vettel terminou em sexto lugar, numa grande corrida do alemão, apesar de um erro, Fernando Alonso foi sétimo, à frente da dupla da McLaren (recuperação razoável e boa corrida de Ricciardo, ao nível de Norris) e Ocon completou o top 10, numa corrida com muita luta e com uma estratégia exigente.

 

O filme da corrida

Os 20 pilotos perfilaram-se na reta da meta para o arranque da oitava jornada do campeonato do mundo de F1. Charles Leclerc largava da pole e tinha como companhia Sergio Pérez, com Max Verstappen e Carlos Sainz na segunda linha. George Russell e Pierre Gasly estavam na terceira fila. O calor  que se fazia sentir na hora do arranque seria um dos fatores a ter em conta nesta prova, com as borrachas a sofrerem mais  nestas condições.

Todos os carros no top 10 escolheram pneus médios para o arranque. De todo o pelotão, apenas Daniel Ricciardo, Esteban Ocon, Valtteri Bottas, Lance Stroll e Mick Schumacher escolheram os pneus duros para iniciarem a corrida, tentando uma estratégia diferente, com um primeiro stint longo, à espera que algum Safety Car permita subir posições.

Charles Leclerc largou bem, mas falhou a entrada na curva 1 e viu Sergio Pérez, que largou melhor, passar para a liderança da corrida. Leclerc conseguiu segurar o segundo lugar, pressionado por Max Verstappen, com Carlos Sainz a ficar um pouco para trás, sob pressão de George Russell e Pierre Gasly. Pérez ganhou mais de um segundo logo na primeira volta. Na largada, Sebastian Vettel ganhou o oitavo lugar a Yuki Tsunoda, Alex Albon ganhou dois lugares (15º) enquanto Kevin Magnussen e Valtteri Bottas perderam lugares, tal como Nicholas Latifi, que foi penalizado com 10 seg. Stop & Go por uma infração no procedimento de arranque (mecânico tocou no carro depois do tempo permitido).

Na volta 3, o DRS foi ativado e Verstappen começou o seu ataque a Leclerc. Mais atrás, Daniel Ricciardo atacava Lando Norris pelo 11º posto, mas Norris estava com pneus médios e Ricciardo estava com os pneus duros. 

Verstappen aproximava-se perigosamente de Leclerc, com a ajuda do DRS, enquanto Carlos Sainz ficava para trás. Pérez tinha já 2.5 seg de vantagem para o duo que lutava entre si, isto na volta 5. Leclerc aguentava a pressão de Verstappen e conseguia aproximar-se de Pérez, numa luta em que estava sozinho, sem a ajuda de Sainz. George Russell mantinha-se em quinto com alguma vantagem sobre Pierre Gasly, que se ia defendendo de Lewis Hamilton.

A corrida piorou drasticamente para a Ferrari, com Sainz a aparecer parado na escapatória da curva 4, o que motivou um Virtual Safety Car. Charles Leclerc aproveitou para entrar nas boxes e colocar os pneus duros, tal como fez George Russell, Pierre Gasly, Sebastian Vettel, Lewis Hamilton, Yuki Tsunoda. Pérez ficou em pista seguido de Verstappen, ambos com pneus médios ainda. 

No final do Virtual Safety Car a ordem era Pérez, Verstappen, Leclerc, Russell. Alonso, Norris, Ricciardo, Gasly, Ocon e Vettel.

Leclerc ficou a 15 segundos de Verstappen e a Ferrari tinha de escolher se forçava o andamento ou geria para levar os pneus até ao fim da corrida. 

Sebastian Vettel, na luta com Ocon, ficou a perder, falhando a travagem para a curva 3 perdendo apenas duas posições com esse erro. Era a vez de Hamilton pressionar Ocon. 

Na frente, Verstappen aproximou-se de Pérez e na volta 15 o #1 passou para a frente da corrida. Leclerc estava a pressionar e a apostar numa estratégia de duas paragens e em quatro voltas ganhou seis segundos a Verstappen, que respondeu ao desafio de Leclerc e ganhou 3 segundos em apenas uma volta.

Na volta 17, Pérez entrou para colocar pneus duros, numa paragem algo demorada. Leclerc assumiu o segundo lugar e Pérez tinha de se defender de Russell.  Um pouco mais atrás, Lando Norris começava a pressionar Fernando Alonso, com Daniel Ricciardo atento ao que se passava e com Gasly por perto. Alonso parou algumas voltas depois e caiu para a 15ª posição.

Na volta 18 Hamilton conseguiu passar Ocon pelo nono lugar e tentava agora aproximar-se de Gasly. Na volta seguinte, Verstappen parou para colocar os pneus duros e entregava a liderança a Leclerc.  A diferença entre Leclerc e Verstappen era agora de 13 segundos.

A luta pelo quinto lugar aquecia, com Ricciardo a pressionar Norris, mas o australiano parecia não ter autorização para atacar o seu colega de equipa. 

Mas na volta 20 o drama abateu-se sobre a Ferrari. O motor de Charles Leclerc cedeu e o monegasco ficou fora da corrida. A Red Bull ficava assim com via aberta para uma vitória fácil e Russell era promovido a terceiro. Lando Norris parou nessa altura e Ricciardo assumiu o quarto lugar, mas sob pressão de Gasly. O francês levou a melhor e passou Ricciardo.

Zhou Guanyu também foi obrigado a desistir da corrida com problemas na unidade motriz, abdicando do 10º numa corrida que estava a ser muito boa para o chinês. Nessa altura, Vettel voltava a atacar Ocon, um ataque que foi bem sucedido na volta seguinte.

Na volta 25, a meio da prova, o top 10 era constituído por Verstappen, Pérez, Russell, Gasly, Ricciardo (ainda sem ter parado), Hamilton, Tsunoda, Vettel, Ocon (ainda sem ter parado) e Magnussen. Hamilton passou Ricciardo na volta seguinte e assumiu o quinto lugar.  Alonso vinha com um grande ritmo e tratou de passar Magnussen e Ocon em duas voltas, voltando aos pontos. Hamilton queixava-se de dores nas costas, devido ao porpoising, uma situação que provavelmente também perturbava George Russell que estava isolado na terceira posição. 

Na frente, Verstappen liderava como queria, era dois mais rápidos em pista e tinha quase 10 segundos de vantagem para Pérez, que tinha 18 segundos de vantagem para Russell, que por sua vez tinha 21 segundos de vantagem para Gasly.

Na volta 33, o Haas de Magnussen apareceu parado na pista, mais um carro com unidade motriz Ferrari a parar, o que provocou mais um Virtual Safety Car. A Red Bull aproveitou para trocar de pneus nos seus dois monolugares, mantendo os lugares e assegurando a integridade dos pneus até ao fim da corrida. Russell também aproveitou, tal como Gasly e Hamilton. Ricciardo também parou e colocou os pneus médios entrando em pista em nono, à frente do seu colega de equipa. Os Alpha Tauri ficaram em pista e não aproveitaram o VSC para trocar de pneus, tal como Vettel. 

Hamilton despachou Tsunoda na volta 36, uma volta após o fim do VSC e era quinto. Mas o japonês tinha um problema na sua asa traseira, que partiu ao meio e que iria obrigar o #22 a desistir da corrida. Mas a equipa decidiu usar fita cola para segurar a asa, com o japonês a cair para fora dos pontos. 

A dez voltas do fim, Verstappen tinha ordens para não usar o DRS e Lewis Hamilton atacava Gasly, com o britânico a esquecer as dores e a tentar chegar ao quarto lugar, o que conseguiu na volta 44. 

A McLaren usou ordens de equipa e deixou Ricciardo atacar Alonso pelo sétimo lugar, com Norris à espera do que faria Ricciardo. Houve algum desconforto por parte de Norris quanto à decisão da equipa em manter os lugares, pois considerou que tinha mais andamento que Ricciardo. Lance Stroll foi obrigado a desistir devido a vibrações muito intensas.

No final, Verstappen cruzou a linha de meta em primeiro lugar, seguido de Pérez e Russell. Hamilton terminou em quarto, claramente limitado ao sair do carro, com dores nas costas (Canadá é já para a semana) e Pierre Gasly terminou num excelente quinto posto. Seguiram-se Vettel (grande corrida, mas sem aquele erro podia ter sido ainda melhor), Alonso (boa defesa no final), Ricciardo (bons apontamentos para se motivar), Norris (algo desagradado no final da corrida) e Esteban Ocon. 

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Daniel Sousa
Daniel Sousa
1 ano atrás

Mais um grande prémio sem grande história, em que o interesse que se antevia acabou defraudado por mais problemas da Ferrari. O Leclerc merecia melhor, pela sua categoria. 35 pontos são agora muitos, mas faltam muitas corridas e muitos momentos para brilhar, mal a Ferrari lhe permita isso. Uma Ferrari que hoje, estrategicamente, até pareceu melhor que a Red Bull. Mas se não é o carro é a estratégia, se não é a estratégia, é o carro. De qualquer forma, este seria um grande prémio todo ele Red Bull, que afinal, a Ferrari até conseguiu igualar em ritmo. Boa corrida… Ler mais »

Last edited 1 ano atrás by Daniel Sousa
Pascassio
Pascassio
Reply to  Daniel Sousa
1 ano atrás

Não merece nada.
Perdeu logo na primeira curva.
Não tem mãos para os homens da Redbull.

Pascassio
Pascassio
1 ano atrás

O único concorrente directo, tem que o deixar passar 🤷‍♂️

É que nem é bom
É que nem é bom
Reply to  Pascassio
1 ano atrás

Nos tempos da Mercedes é que era bom… O Bottas até chegava a ser caceteiro…
Nada que não passe com uns sais de fruta e umas águas das pedras…

Pascassio
Pascassio
Reply to  É que nem é bom
1 ano atrás

O Bottas caceteiro?
Hahahaha.
Isso foi uma piada?

2020
2020
Reply to  Pascassio
1 ano atrás

Não é verdade.

Ed_Scorpion
Ed_Scorpion
1 ano atrás

Segundo as contas que eu fiz Max tem 24 anos e tem 25 vitórias. O Lewis Hamilton só conseguiu chegar às 25 vitórias em 2014 com… 29 anos. Portanto o Max é capaz de ultrapassar o Hamilton

Pascassio
Pascassio
Reply to  Ed_Scorpion
1 ano atrás

Isso quer dizer o quê?

Ed_Scorpion
Ed_Scorpion
Reply to  Pascassio
1 ano atrás

Que o Hamilton vai ser ultrapassado…

Daniel Sousa
Daniel Sousa
Reply to  Ed_Scorpion
1 ano atrás

O Sr eventualmente ter-se-a lembrado, que o número de grandes prémios também conta?
veja quantos GP tinha o Hamilton aos 24 anos e quantos tem o Verstappen.
veja o racio de vitórias também.
depois esqueça tudo porque esses números são só tretas.

2020
2020
Reply to  Daniel Sousa
1 ano atrás

Não… Os números serão tretas ou não depende de que lado tb interessa!… Como no seu caso não interessa, não conta.

Pity
Pity
Reply to  Ed_Scorpion
1 ano atrás

E qual será o drama?

Daniel Sousa
Daniel Sousa
Reply to  Pity
1 ano atrás

O drama, a tragédia, o horror…

2020
2020
Reply to  Pity
1 ano atrás

Nenhum, apenas há bem pouco tempo diziam que o habitante da ilha seria inalcansavel por ser o “maior”…. Ou não foi?…. Duma maneira ou doutra não há drama nenhum, mas há quem fique ” Engasgado”

2020
2020
Reply to  Pascassio
1 ano atrás

Se o max tiver um carro competitivo o sir, vai ser ultrapassado

NOTEAM1
NOTEAM1
1 ano atrás

Acabou por ser uma corrida algo desapontante, muito por culpa da desistência dos Ferrari.. A Ferrari volta a ter um fim penoso, mas os estragos de Barcelona e Mónaco, são as grandes perdas da Scuderia, em Baku, seria sempre uma corrida para os Red Bull. Na próxima corrida, a Ferrari voltará a ter o carro mais rápido e será a altura para reentrar na luta pelo título. A Red Bull está estabilizada, parece ter resolvido os problemas de fiabilidade do começo da temporada, e depois acabam por ter na sua dupla de pilotos uma fortaleza brutal. Max é o indiscutível… Ler mais »

V8_scars
V8_scars
1 ano atrás

O campeonato começa a ficar uma luta entre os pilotos da Red Bull com o naufrágio da Ferrari, o que é uma pena porque lhe retira alguma emoção. Uma luta a três pilotos e a duas equipas estava a ser bom de ver, mas infelizmente parece-me que, dificilmente irá acontecer. Max a dominar a corrida a partir do momento em que Leclerc parou para mudar de pneus, rapidamente se aproximou de Perez que, talvez, poderá ter desgastado prematuramente os seus pneus. Com uma estratégia diferente, o monegasco da Ferrari voltou à liderança apenas para ver o seu motor a rebentar… Ler mais »

Daniel Sousa
Daniel Sousa
Reply to  V8_scars
1 ano atrás

O Leclerc tem ritmo e carro para ganhar quase qualquer corrida. Só tem que terminar. Gp do México será difícil , e alguns outros de pé no fundo, mas eu acredito neste Ferrari . Não estava à espera desta pole e do domínio na parte inicial. A questão é quando há carro, falha a estratégia e vice versa, e se é mais fácil evoluir um carro já é mais difícil evoluir uma equipa

Pitão
Pitão
1 ano atrás

Agora está 2-2 em problemas de fiabilidade entre RB e Ferrari, o CL já teve uma vantagem superior para o MAX do que o que tem agora de atraso, ainda falta muito campeonato, portanto, agora é que as coisa estão equilibradas e vai começar o jogo a sério…acabou a pré época…GO Ferrari, GO Charles GO Sainz

Last edited 1 ano atrás by Carlos Soares
can-am
can-am
1 ano atrás

No inicio da época dizia-se que era a Red Bull que tinha problemas de fiabilidade.Agora é a Ferrari, e parece que mais graves.2 vitórias já foram deitadas pela janela nas 2 últimas provas.Zero pontos. Será que o motor que usam está puxado demais e a fiabilidade ressente-se ? Há muito campeonato,mas de mansinho a doente em vias de recuperação AMG, vai-se aproximando da Ferrari. Algo terá de ser feito,sob pena da Red Bull ter um campeonato mais fácil do que se pensava.

Last edited 1 ano atrás by Speedway
2020
2020
1 ano atrás

Este ano é de mão beijada…. Assim tudo se torna fácil….

Last edited 1 ano atrás by simiao jms
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