F1: Seis vezes Mercedes

Por a 15 Outubro 2019 16:45

A Mercedes conquistou em Suzuka algo que poucos pensaram ser possível quando a equipa regressou à F1 em 2010… o sexto campeonato consecutivo de construtores e pilotos. O trabalho que começou há 10 anos tem dados muitos e saborosos frutos.

O regresso da Mercedes à F1 significou o regresso de uma das maiores marcas do mundo que ajudou a criar o mito de Juan Manuel Fangio. Significou também o regresso de Michael Schumacher à competição, ao lado de Nico Rosberg, os dois primeiros pilotos da equipa. Significou ainda o reencontro de Schumacher com Ross Brawn, que no ano anterior conseguiu o feito espantoso de levar a sua equipa à vitória, quer no campeonato de construtores, quer no campeonato de pilotos, quando meses antes a estrutura esteve para fechar portas, com o abandono da Honda.

Em 2010 a equipa conseguiu o quarto lugar no campeonato, Nico Rosberg conseguiu o primeiro pódio logo na terceira corrida. Mas havia muito a evoluir. Em 2011 a Mercedes repetiu o quarto lugar e em 2012 apesar da primeira vitória da equipa, com novamente Nico Rosberg a ter sucesso na China, foi a época menos conseguida com um quinto lugar final na tabela de construtores.

Em 2013 Michael Schumacher deixou a competição e deu lugar a Lewis Hamilton, que inesperadamente trocou a vencedora McLaren pela Mercedes, ainda longe do nível que todos esperavam. A nova parceria começou a dar frutos desde início e Hamilton começou a coleccionar pontos a um ritmo elevado. Rosberg foi o primeiro a vencer nessa época (Mónaco) mas Hamilton não teve de esperar muito mais (Hungria) para vencer pela primeira vez com a sua nova equipa. A Mercedes sagrou-se vice-campeã, no que seria um sinal do que estaria para vir.

Em 2014 os regulamentos mudaram, a F1 tornou-se híbrida e a Mercedes passou a dominar em toda a linha. Desde 2014 a equipa tem acumulado vitórias e campeonatos a um ritmo nunca antes visto, sem que a concorrência tenha capacidade para os parar. Apenas a Ferrari nos últimos anos tem mostrado capacidade para se chegar perto dos flechas de prata ao nível da competitividade, faltando no entanto melhorar na parte desportiva.

A Mercedes tem até agora 206 GP feitos, 99 vitórias, 109 poles, 206 pódios, 52 dobradinhas, seis título consecutivos de construtores e oito título de pilotos. São números avassaladores que mostram bem o domínio da Mercedes nestes últimos anos. Mas será injusto dizer que esta sucessão quase imparável de vitória se deve apenas à grandeza da estrutura e aos milhões investidos. Sim, houve um grande investimento, mas o investimento foi feito de forma inteligente. Fora buscar os melhores e montaram uma equipa que além de fazer carros dominadores a cada ano, sabe responder às adversidades.

A sede de vitórias é constante e basta ver o desagrado com que as últimas vitórias da Ferrari foram acolhidas. A Mercedes quer sempre mais, procura sempre mais e não se contenta com o bom. A equipa respondeu dois anos seguidos aos desafio da Ferrari e encontrou sempre respostas. Este ano começou mais forte e embora não tenha ainda as soluções que pretende para suplantar a Scuderia, tem algo que nunca faltou ao longo deste anos… organização, inteligência eficácia.

São raras as vezes que a Mercedes falha, quer ao nível técnico quer ao nível desportivo. As estratégias são, na sua grande maioria, bem gizadas, as paragens nas boxes executadas com mestria e todos os problemas são resolvidos de forma rápida. São raras as vezes que a equipa não responde a um desaire com uma vitória. Sim, o dinheiro é importante, e ter os melhores ajuda, mas a Ferrari é o exemplo que nem sempre com os melhores e com mais dinheiro se consegue ter o sucesso desejado.

A Mercedes criou um monstro sedento de vitórias que continua a sua caminhada rumo ao sucesso. Conseguiu tirar o melhor partido dos elementos da sua equipa, e substitui-los sem que se notasse um abaixamento de forma. A Mercedes deve este sucesso a muita gente, muitos que nem sequer aparecem nas notícias. Uma equipa com 1600 pessoas que trabalha arduamente, como se precisassem de mostrar ao mundo a sua qualidade, mesmo com estes números esclarecedores. Mas há nomes que merecem ser destacados. Dieter Zetsche o homem que permitiu que tudo isto acontecesse e grande entusiasta, Niki Lauda, que graças à sua experiência deu sempre à equipa a palavra certa e apontou o caminho mais indicado, Toto Wolff que se tornou num chefe de equipa imperial extraindo o melhor de todos e claro, Ross Brawn, que preparou as fundações do que se tornou numa das melhores equipas da F1 de sempre.

A Mercedes não quer ficar por aqui. Quer mais. É certo que este domínio irá acabar e que o sucesso, mais tarde ou mais cedo, irá fugir. No desporto, tal como na vida, tudo é feito de ciclos. Mas uma coisa é certa. Nenhuma equipa terá mais capacidade de dar a volta a um ciclo negativo que a Mercedes. Mas agora é tempo de festejar… merecidamente.

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