F1: Potencial do programa de motores da Mercedes para 2026 encoraja Mclaren

Por a 24 Novembro 2023 16:06

A McLaren é a primeira equipa cliente confirmada da Mercedes AMG High Performance Powertrains (HPP) para o novo ciclo regulamentar referente às unidades motrizes a partir de 2026, tendo sido confirmada a continuação da parceria, apesar de ter havido contactos da estrutura de Woking com outros fabricantes. 

Ainda a temporada não tinha começado e a McLaren, através do seu diretor executivo Zak Brown, deu sinais de satisfação com a parceria com a Mercedes, admitindo, porém, que poderia considerar outras opções para 2026.

As declarações de Brown vieram no seguimento dos rumores lançados pouco depois da confirmação da inscrição da Honda como fornecedora de unidades motrizes para o próximo ciclo regulamentar 2026-2030. Ambas as estruturas terão discutido condições para um possível fornecimento de motores, levando ao aparecimento de rumores que davam conta de uma possível reedição da parceria que tão bons resultados deu nos anos 80/90 e tão maus deu no início da era híbrida da Fórmula 1. 

Seguiu-se a especulação sobre a possibilidade da Red Bull-Ford Powertrains poder substituir a Mercedes nesse capítulo. Após o jornal britânico Independent ter avançado no final de fevereiro passado com a informação que o Zak Brown visitou a fábrica de Milton Keynes da Red Bull para explorar a opção de passar a equipar os monolugares cor de papaia em 2026 com as novas unidades motrizes, Christian Horner confirmou uma conversa entre ambos, já no Bahrein para o início da temporada, afirmando que “como fabricante de unidades motrizes para 2026, é inevitável que se discutam as possibilidades de fornecimento. É natural que falemos com potenciais clientes”. Por sua vez, o chefe de equipa da McLaren, Andrea Stella, explicou na altura que a sua equipa tem “uma sólida parceria com a HPP [Mercedes High Performance Powertrains]”, mas que “é natural” a conversa entre Zak Brown e Christian Horner e que “não deve ser uma grande surpresa”.

Sem ter surgido qualquer confirmação depois destes episódios, a contratação de Rob Marshall à Red Bull, onde trabalhou durante 17 anos, para desempenhar a função de diretor técnico para a engenharia e design da equipa de Fórmula 1 da McLaren, começando nas suas novas funções a 1 de janeiro de 2024, levou a uma nova onda de especulação sobre a possível parceria entre Woking e Milton Keynes. Foi rapidamente negada por ambas as partes e como se sabe agora, a verdade é que a McLaren optou por continuar ligada à Mercedes. 

“Não só é útil, como também nos deixa incrivelmente encorajados para o que está para vir em 2026, porque o que vimos do ponto de vista técnico e operacional é muito tranquilizador por parte da HPP”, adiantou Andrea Stella depois de anunciado o novo contrato que liga as duas partes por 5 anos com início em 2026. “Poderão ter um programa muito sólido a caminho da nova geração de unidades motrizes e, para nós, foi uma decisão fácil, não só devido à estabilidade e continuidade, mas sobretudo devido ao potencial que vemos no programa HPP”. 

A nova ligação entre McLaren e Mercedes deu-se em 2021, reativando uma união que durou entre 1995 e 2014, surgindo depois de uma fase muito negativa com a Honda.

Em 2015, ainda com Ron Dennis ao leme da McLaren, a equipa de Woking apostou na Honda, que tinha a ingrata tarefa de produzir um motor turbo-híbrido competitivo em menos menos tempo que Mercedes, Renault e Ferrari que já conheciam a tecnologia. O primeiro ano foi negativo, com dificuldades dos nipónicos em acertar com os componentes MGH-K e MGU-H, além de produzir uma unidade o mais compacta possível, permitindo maior liberdade criativa da equipa britânica. Depois dos maus resultados, o que era apenas um desconforto entre as partes, começou a tornar-se num problema sério que piorou quando Ron Dennis deu lugar a Zak Brown, que deu início a uma reestruturação para levar de novo a equipa ao topo. Deu-se a separação entre Honda e McLaren, sendo aproveitada pela Red Bull, montando as unidades motrizes nos seus monolugares e logo em 2021 alcançaram o campeonato de piloto e o de construtores no ano seguinte.

Enquanto a Red Bull vingou o projeto da Honda, a McLaren voltou às vitórias com o motor fornecido pela Mercedes e mantém o vínculo para o próximo ciclo regulamentar para os motores a partir de 2026. A Williams também deverá renovar com a Mercedes, enquanto a Aston Martin vai iniciar uma parceria com a Honda em 2026.

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