F1: David Coulthard a favor das restrições ao discurso dos pilotos

A medida é polémica e está a dividir opiniões. A FIA quer agora ter controlo sobre o que dizem os pilotos e todo o discurso político deve ser antes analisado pelo órgão federativo. Se ainda ontem dávamos conta da opinião negativa de Valtteri Bottas, David Coulthard parece apoiar a ideia.
Para uns trata-se de uma limitação ao discurso inaceitável nos dias de hoje, para outros é uma forma de controlar o que estará supostamente descontrolado. Os pilotos terão agora de dar satisfações à FIA quanto ao que querem dizer e como querem dizer nas questões políticas. Para Coulthard, é uma decisão positiva:
“O desporto é observado por milhões de pessoas em todo o mundo e por isso pode ser utilizado como plataforma para fazer algo de bom”, disse ele. “Mas como atleta, tem também muita sorte em ser pago para fazer coisas que outros fariam por nada. E é um pouco como um discurso de aceitação nos Óscares. Se todos aproveitam a oportunidade para fazer uma declaração política, deixa de ter relevo. Portanto, ou temos de mencionar tudo, ou talvez seja melhor não dizer absolutamente nada e concentrarmo-nos no desporto. Compreendo que há pessoas que promovem a liberdade de expressão e isso é algo absolutamente importante a ter em mente, mas também penso que temos de nos lembrar que são as regras desportivas de que estamos a falar, e não alguma regulamentação política”.
Infelizmente o Autosport não pode continuar a disponibilizar os seus artigos gratuitamente.
Já não é viável ter uma equipa de jornalistas profissionais sem que possamos vender o produto do nosso trabalho.
Tal como os jornais e revistas são pagos, também os conteúdos editoriais digitais terão que ser pagos.
Por favor subscreva o Autosport Exclusivo e ajude-nos a manter esta máquina em andamento!
São apenas 2€ por mês, subscreva agora AQUI
É por isso que o mundo não cai… uns puxam para um lado, outros puxam para outro. Dizia um colega meu, “tudo é política, até o acto de c***r é política”. Eu não vou tão longe, mas acho que as nossas atitudes podem mudar ou, no mínimo, influenciar o mundo. Muita gente se insurge por o ocidente se estar a “vergar” aos árabes, o que não sendo mentira, não é totalmente verdade. Falando concretamente em desporto automóvel, a presença deste no mundo árabe já levou a alguns avanços sociais, como o facto das mulheres (finalmente!) poderem conduzir na Arábia Saudita.… Ler mais »
Lendo e relendo o seu último parágrafo, não dá para perceber claramente se está ou não a favor das restrições preconizadas pela FIA.. Pergunta: fora do momento do Hino, os pilotos já podem fazer um comício antes da corrida? Um dia, contra o Putin, outro dia contra o racismo, e por aí fora. —- E, já agora: Quem define os limites ? Quem, e com que legitimidade estabelece sobre o que se pode falar e sobre o que não se pode falar? A luta dos negros nos EUA, sim e a dos curdos na Turquia não? Questões “sociais” sim e… Ler mais »
Acho que fui bem explícita, mas eu esclareço: já por várias vezes, tantas quantas o tema aqui surgiu, eu afirmei que sou contra.
No seu último parágrafo, está a querer dizer que o desporto deve estar num compartimento hermeticamente fechado? Então num Café, os clientes deveriam limitar-se a comer uns bolinhos e a beber café, e não discutir automobilismo, futebol ou política?
Está na altura é de começar a repetir até à exaustão que direitos humanos não são política. Politica é algo que pode ter várias interpretações conforme os pontos de vista de quem o faz, que pode ter várias maneiras de resolver um certo problema, normalmente social ou económico. Ora direitos humanos não são algo que seja opcional ou algo que haja várias maneiras de resolver. Se alguém é impedido de fazer seja o que for, isso não é política, é autoritarismo. Não há opção para o oprimido, não é “um estilo de política”. É errado e como tal não pode… Ler mais »
Parece-me que a FIA proibiu os pilotos de se expressarem livremente em relação a temas relacionados com política.
Não se trata de dar satisfações à FIA em relação ao que se quer dizer ou não, é mesmo de proibição que estamos a falar.
A interpretação do Coulthard é no mínimo ingénua.
Tendo em conta que Coulthard tem a espinha dorsal de um esparguete cozido, não me admira que esteja de acordo. De resto faz as declarações mais neutras possíveis, “plataforma para algo de bom”, ah ok, mas sem dizer nada de jeito, basicamente ficar tudo na mesma e os pilotos continuarem a fazer só declarações mecânicas e neutras para agradar ao patrão, sim, porque cuidado “têm muita sorte em estar a ser pagos por algo que outros fariam de graça”. Não, por mais paixão que se tenha por algo, as pessoas fazem de graça, até entrarem em parafuso porque não conseguem… Ler mais »
É como aqui, se dizes mal dos árbitros, és castigado e pagas multa.. Tristeza